Economia

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Entenda como a alta do dólar impacta nos preços dos produtos

Com itens negociados em dólar, que vão desde combustíveis até insumos para medicação, o consumidor tem sentido no bolso o impacto na hora de efetuar suas compras

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Apesar de parecer distante, o problema da alta do dólar, que nesta terça-feira (17) atingiu o patamar histórico de R$ 6,20, reflete diretamente no bolso do sul-mato-grossense, seja na gôndola do supermercado, com o alto preço dos alimentos, no setor de medicação, ou na compra de eletrônicos.

Durante a tarde, o dólar fechou em R$ 6,10. A cotação só caiu após a Câmara dos Deputados anunciar que iniciaria a votação do pacote fiscal de corte de gastos e da Reforma Tributária - que foi aprovada por 324 votos favoráveis e 123 contrários.

Pacote considerado fundamental para equilibrar a econômia do país e agora segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

"A aprovação da reforma tributária na Câmara pode, sim, trazer uma certa tranquilidade para o mercado, mas é importante destacar que a reforma proposta até agora é tímida e não resolve por completo as questões estruturais do sistema tributário brasileiro. Embora a simplificação de impostos e a tentativa de maior equilíbrio na distribuição de receitas sejam passos positivos, a versão atual da reforma deixa de lado ajustes mais profundos que poderiam impactar de forma mais significativa a competitividade e a justiça fiscal no país. Assim, a expectativa de um 'alívio' no curto prazo pode ser moderada, já que o mercado sabe que ainda há muitos desafios pela frente", pontuou o economista Lucas Mikael.

Pesando no bolso


Entretanto, até que o andamento da sanção seja concluído, o economista Lucas Mikael, em conversa com o Correio do Estado, explicou que a alta do dólar afeta todos os produtos importados, como eletrônicos (celulares, notebooks e televisões).

O valor no setor de serviços, caso o consumidor precise levar o carro ao mecânico, também ficará mais caro, segundo o especialista. Isso ocorre porque algumas peças são adquiridas fora do país.

Situação similar ocorre para quem precisa adquirir remédios, que podem até ser produzidos no país, mas estão mais caros por possuir componentes cotados em dólar.

“Até itens de uso cotidiano, como roupas e calçados, podem sofrer reajustes, já que muitas matérias-primas, como tecidos e borracha, são importadas. Além disso, o custo de combustíveis, especialmente o diesel e a gasolina, também é afetado, já que o petróleo é negociado no mercado internacional em dólar, o que acaba encarecendo o transporte de mercadorias e pressionando os preços de alimentos e outros produtos nas prateleiras”, disse o economista.

Lazer e serviços


A proximidade do final do ano, período de alta procura por viagens, faz com que os valores de trechos internacionais estejam mais caros devido ao câmbio desfavorável, que termina afetando diretamente as passagens aéreas, hospedagens e até o preço de free shops (lojas localizadas em zonas de livre comércio).

“Mesmo no turismo nacional, o dólar alto tem efeito, pois eleva os custos de hotéis e restaurantes, influenciados por insumos importados. Além disso, o aumento do dólar afeta a inflação de forma geral, reduzindo o poder de compra da população. Isso significa que, mesmo quem não consome produtos importados diretamente, acaba pagando mais caro por alimentos, remédios e outros itens básicos, já que o custo do transporte e dos insumos aumenta para toda a cadeia de produção”, destacou Lucas.

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ECONOMIA

Consignado CLT: saiba os cuidados na hora de contratar um empréstimo

Empréstimo não pode ser contratado por telefone

06/04/2025 20h00

Ao receber o empréstimo, o beneficiário não poderá começar a pagar meses depois

Ao receber o empréstimo, o beneficiário não poderá começar a pagar meses depois Foto: Divulgação

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Com a nova modalidade de crédito consignado criada pelo governo federal, voltada para trabalhadores da iniciativa privada com carteira assinada, entidades de defesa do consumidor alertam para os cuidados a serem tomados antes de contratar o empréstimo.

O crédito terá como garantia recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) com algumas regras que devem ser observadas com muita cautela pelos consumidores. Uma delas é o comprometimento de até 35% do salário para o pagamento das parcelas e a garantia do crédito até 10% do FGTS ou 100% da multa rescisória, caso o trabalhador seja demitido sem justa causa.

“Esta retenção de parte do FGTS como garantia para um empréstimo mais barato deve ser bastante planejada pelo consumidor para que não se torne uma dificuldade, já que para os trabalhadores da iniciativa privada o FGTS representa uma reserva financeira estratégica”, alerta o diretor-executivo do Procon de São Paulo, Luiz Orsatti Filho.

Para ele, é preciso que o interessado compreenda muito bem as regras e avalie a real necessidade do empréstimo, analisando se a contratação não irá comprometer o orçamento e gerar uma situação de endividamento.

Taxa de juros

O Procon-SP alerta ainda para o fato de que a taxa máxima de juros deve incluir todos os custos da operação. “Não é permitida qualquer outra cobrança como tarifa, sob qualquer justificativa. É proibido estipular prazo de carência para o início do pagamento das parcelas. Ao receber o empréstimo, o beneficiário não poderá começar a pagar meses depois”, explica o Procon-SP.

Antes da assinatura do contrato, é preciso estar atento ao valor total contratado com e sem juros, a taxa mensal e anual de juros, o valor, número e periodicidade das prestações, a data do início e fim dos descontos e o custo efetivo total. Todas essas informações devem ser fornecidas pelos bancos e financeiras.

O consumidor deve se lembrar ainda de que as parcelas do empréstimo serão descontadas diretamente da folha de pagamento pelo eSocial, sistema público que unifica de forma obrigatória informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais dos empregadores e empregados de todo o país.

A nova modalidade de empréstimo consignado não pode ser contratada por telefone, só pelos canais oficiais das instituições financeiras, após proposta recebida no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital).

Para a advogada especialista em Direito do Consumidor, Renata Abalem, o ideal é não fazer dívidas, portanto, o melhor é analisar muito bem a necessidade de contrair o consignado.

“Se for para pegar esse dinheiro, que seja para comprar um bem durável. Se o objetivo for o de pagar uma outra dívida, que esse pagamento seja bem alinhavado para não ser ainda um prejuízo maior, porque uma dívida é um pacto de obrigatoriedade”, finaliza.

MUNDO

Países pobres e vulneráveis são os mais afetados por tensões tarifárias globais

Alerta da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento faz menção às novas tarifas impostas pelos EUA

06/04/2025 12h04

Países em desenvolvimento representam uma fração do déficit comercial dos Estados Unidos

Países em desenvolvimento representam uma fração do déficit comercial dos Estados Unidos Foto: Reprodução

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Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, a UNCTAD, da sigla em inglês, alertou que as novas tarifas impostas por grandes economias ameaçam o crescimento global, inibem investimentos e comprometem o progresso de países vulneráveis, agravando desigualdades.

De acordo com a entidade, a elevação de tarifas em um contexto de baixo crescimento e endividamento elevado pode "reduzir ainda mais os fluxos de comércio e investimento", aprofundando a incerteza em uma economia já fragilizada.

"Isso prejudica os vulneráveis e os pobres", afirmou a secretária-geral da UNCTAD, Rebeca Grynspan. "O comércio não deve se tornar outra fonte de instabilidade. Ele deve servir ao desenvolvimento e ao crescimento global."

Apesar de contribuírem pouco para os desequilíbrios comerciais, os países em desenvolvimento estão entre os mais afetados, destaca a UNCTAD. Eles representam uma fração do déficit comercial dos Estados Unidos. "Eles não resolverão o déficit comercial nem gerarão receita significativa", ressalta o relatório.

A organização defende que a correção dos desequilíbrios e a atualização das regras do comércio global devem ocorrer por meio de cooperação internacional.

"Este é um momento para diálogo, não para escalada", afirmou Grynspan. "As regras do comércio global devem evoluir para refletir os desafios atuais, mas com previsibilidade e desenvolvimento no centro, protegendo os mais vulneráveis."

A UNCTAD pede ainda que os líderes reconsiderem as tarifas sobre países frágeis, alertando que tais medidas podem "causar grande sofrimento a milhões de pessoas".

 

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