Economia

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Estabilidade do dólar contrasta com queda da Bolsa após recorde de arrecadação em setembro

O dólar fechou com estabilidade de 0,07%, a R$ 5,696, nesta nesta terça-feira (22)

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O dólar fechou com estabilidade de 0,07%, a R$ 5,696, nesta nesta terça-feira (22), com investidores repercutindo o anúncio de arrecadação recorde para o mês setembro no Brasil.

Já a Bolsa caiu 0,31%, aos 129.951 pontos, segundo dados preliminares, refletindo o viés negativo dos mercados acionários globais, com Bolsas da Europa em queda.

A arrecadação do governo federal atingiu R$ 203,17 bilhões em setembro, um aumento real de 11,61% em comparação ao mesmo período de 2023. Esse resultado representa um novo recorde para o mês, superando as expectativas do mercado.

O impacto positivo foi limitado em grande parte devido a preocupações persistentes com o cenário fiscal e as expectativas de aumento da dívida pública.

O mercado doméstico segue preocupado com a capacidade do governo de equilibrar as contas públicas. Planos de corte de gastos, anunciados na semana passada pela ministra Simone Tebet (Planejamento) e pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda), devem ser detalhados após o segundo turno das eleições presidenciais, em 27 de outubro.

Rodrigo Cohen, analista de investimentos e cofundador da Escola de Investimentos, explicou que a arrecadação recorde, por si só, não foi suficiente para animar os mercados. Segundo ele, o mercado está mais preocupado com cortes de custos e o equilíbrio fiscal.

"A arrecadação é boa até certo ponto, mas acontece por causa de benefícios do governo que aquecem a economia no curto prazo, enquanto podem prejudicá-la no médio e longo prazo, aumentando a inflação. Com isso, os juros podem subir, e o mercado já está ciente disso, o que limita a reação positiva", afirma.

Camila Abdelmalack, economista chefe da Veedha Investimentos, destacou que o cenário fiscal foi a principal pressão sobre os mercados, com a expectativa de elevação da dívida pública em relação ao PIB (Produto Interno Bruto).

"Embora o resultado da arrecadação tenha sido acima do esperado, o mercado está sob pressão do risco fiscal. A forte arrecadação não é suficiente para reverter a trajetória de aumento da dívida pública e dos gastos. Com a previsão de desaceleração econômica, a arrecadação futura pode ser impactada, o que preocupa os investidores", explica.

Os investidores também estiveram atentos às falas de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e de Gabriel Galípolo, futuro presidente do BC, que estão em Washington participando das reuniões do FMI e Banco Mundial.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também esteve em Washington, se encontrou nesta terça com a diretora do Conselho Econômico da Casa Branca, Lael Brainard. Os dois discutiram o G20, grupo presidido pelo Brasil neste ano, e as relações bilaterais.

As falas foram acompanhadas com atenção, especialmente em um momento em que as preocupações sobre a política fiscal nacional estão gerando incertezas nas mesas de operações.

Para Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos, o mercado é também impactado por uma "agenda mais esvaziada em relação a notícias".
No contexto internacional, os investidores permaneceram cautelosos, enquanto aguardavam novos dados econômicos dos Estados Unidos e a divulgação do Livro Bege (relatório sobre as atuais condições econômicas dos EUA), previsto para amanhã.

Os investidores, além disso, ficaram atentos à trajetória dos juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).

Nos últimos dias, dados econômicos de consumo e emprego endossaram expectativas de cortes graduais nas próximas decisões de política monetária da autarquia. Na ferramenta CME Fed Watch, uma redução de 0,25 ponto percentual tinha 87% de probabilidade, e a manutenção da taxa na banda atual de 4,75% e 5% reunia os 13% restantes.

A proximidade das eleições americanas está no radar. As apostas do mercado em uma vitória do Partido Republicano no início de novembro têm aumentado de forma significativa na plataforma Polymarket, ferramenta utilizada pelos investidores para observar a dinâmica do pleito.

As chances de Donald Trump retornar à Casa Branca eram de 63%, e as de uma vitória da democrata Kamala Harris marcavam 37%.
As propostas de aumento tarifário de Trump e corte de impostos são consideradas inflacionárias, o que, na política monetária, significa juros altos por mais tempo -algo positivo para o dólar.
 

*Informações da Folhapres

Economia

Haddad: Estamos tomando todas as providências para cumprimento da meta fiscal

le disse confiar no trabalho do Banco Central (BC) em levar a inflação para o centro da meta, de 3%

08/04/2025 21h00

Haddad descarta prejuízo para estados nas mudanças no imposto de renda

Haddad descarta prejuízo para estados nas mudanças no imposto de renda MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assegurou nesta terça-feira, 8, que o governo está tomando todas as providências para o cumprimento da meta fiscal, que exige um déficit de no máximo 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) nas contas primárias de 2025.

Segundo o ministro, que participou de fórum do Bradesco BBI, a dívida pública está subindo não por causa do resultado primário - ou seja, a diferença entre o que o governo gasta, excluindo as despesas com a dívida, e arrecada -, mas sim em razão da alta dos juros. Assim, defendeu, o governo precisa criar condições para reduzir os juros. "Nosso juro real de 8% é uma anomalia", afirmou.

Ele disse confiar no trabalho do Banco Central (BC) em levar a inflação para o centro da meta, de 3%. "Acredito que o Banco Central está fazendo seu papel." Mesmo com os juros mais altos, Haddad projetou que a economia pode bater o crescimento de 2,5% neste ano.

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CPI

Apostadores destinam até R$ 30 bilhões por mês a bets

Secretário-executivo do Banco Central (BC), Rogério Lucca, fez a afimação na CPI das Bets no Senado

08/04/2025 20h00

CPI das Bets no Senado

CPI das Bets no Senado Foto: Lula Marques / Agência Brasil

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A regulamentação das apostas online não inibiu o interesse do brasileiro pelos jogos de azar. De janeiro a março, os apostadores destinaram até R$ 30 bilhões por mês às bets, disse nesta terça-feira (8) o secretário-executivo do Banco Central (BC), Rogério Lucca. Ele e o presidente do órgão, Gabriel Galípolo, falaram à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets do Senado.

Segundo Lucca, no ano passado, quando o mercado ainda não estava regulado, o BC tinha estimado em torno de R$ 20 bilhões por mês o fluxo gasto com apostas eletrônicas. Com a atualização dos dados após a regulação, que entrou em vigor em 1º de janeiro, o BC constatou que o valor ficou um pouco superior, entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões.

“A gente chegou à época [no ano passado] a um valor médio mensal de R$ 20 bilhões de fluxo para esses sites. Durante este ano, de janeiro a março, o valor que a gente acompanha para efeito de atividade gira em torno de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões por mês, ratificando o que a gente tinha estimado no fim do ano passado”, disse Lucca.

O acompanhamento tornou-se mais efetivo após as bets legalizadas serem obrigadas a registrar uma conta bancária com uma Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) específica. O BC esclareceu que os dados são apenas para consumo interno e não serão divulgados periodicamente.

Quase todo o valor gasto é distribuído aos ganhadores, mas os números divergem entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central. Segundo Galípolo, a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), ligada à Fazenda, tem registrado retorno de 93% a 94% do valor desembolsado pelos apostadores em prêmios. Em relatório preliminar divulgado no ano passado, o BC tinha calculado em 85% o retorno médio em prêmios.

Sem poder de fiscalização

O presidente do BC esclareceu que o órgão pode apenas compilar estatísticas e não tem competência legal para fiscalizar, supervisionar ou aplicar sanções, como o bloqueio de transações de bets não autorizadas a funcionar no Brasil. Ele esclareceu que a autoridade monetária só pode tomar essas medidas caso seja notificada pela SPA.

"A Secretaria de Prêmios de Apostas é quem define a bet que está autorizada ou não. O Banco Central, uma vez informado pela SPA, vai dizer para a instituição financeira: 'você tem aí empresas para observar nos seus procedimentos e, a partir de agora, não autorizar mais.' Não é o Banco Central que interrompe uma transação. A partir daí, é a própria instituição financeira que interrompe”, explicou Galípolo.

O presidente do BC esclareceu que, além da elaboração de estatísticas, o trabalho do BC em relação às bets resume-se à prevenção à lavagem de dinheiro e ao combate ao terrorismo, atividade para a qual a autoridade monetária tem competência legal. Nesses casos, as instituições financeiras têm de avisar o BC, que repassa as movimentações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ao Ministério Público e à Polícia Federal.

“Não posso nem deixar minhas prerrogativas serem invadidas nem invadir as prerrogativas de outros entes”, justificou Galípolo.

Sigilo bancário

Apesar do pedido de vários senadores, Galípolo informou que, por causa das obrigações legais para proteger os dados pessoais e o sigilo bancário, o BC não pode bloquear o Pix de apostadores que recebem o Bolsa Família. Segundo ele, o órgão também não tem poder para bloquear as chaves Pix das bets que recebem os recursos do programa social.

Na primeira semana como presidente do BC, Galípolo tinha se comprometido a colaborar com o Tribunal de Contas da União (TCU) e a fornecer informações sobre o Pix de beneficiários do Bolsa Família que apostam em bets.

O único dado que o presidente do BC adiantou foi o de que apostadores online têm risco de crédito (chances de dar calote em empréstimos) bastante superior ao dos não apostadores. Segundo Galípolo, os bancos já percebem o risco maior e cobra juros mais altos desses clientes.

Galípolo e o técnico do BC prestaram depoimento a convite do presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR). Instalada em novembro no Senado, a CPI das Bets pretende investigar o impacto das apostas eletrônicas no orçamento das famílias brasileiras e no sistema financeiro, além da possível associação com organizações criminosas. A relatora é a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), autora do requerimento da CPI.

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