Súzan Benites
26/10/2020 08:30
Pouco mais de um mês após o preço médio do etanol ficar atrativo ante o da gasolina, o biocombustível aumentou e já não é mais competitivo. Levantamento realizado pela reportagem do Correio do Estado constatou que o etanol é comercializado, em média, por R$ 3,17 em Campo Grande.
O litro do combustível foi do preço mínimo de R$ 3,05 ao máximo de R$ 3,39. O preço médio da gasolina ficou em R$ 4,43.
Considerando a pesquisa da reportagem, com a gasolina a R$ 4,43 e o etanol a R$ 3,17, a diferença entre os combustíveis chega a 71%, maior que o máximo indicado de 70%. O biocombustível tem uma queima maior, sendo consumido mais rapidamente.
Assim, com um litro de álcool, o motorista percorre uma quilometragem menor, se comparado à autonomia de um litro de gasolina. Por este motivo, o álcool precisa custar até 70% do valor da gasolina.
De acordo com o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos (Sinpetro-MS), Edson Lazarotto, em alguns locais ainda compensa a troca.
“O preço subiu porque estamos no início da entressafra e também pela maior produção de açúcar. Mesmo com esse aumento, ainda assim estamos no limite para utilizar o etanol”.
Ainda conforme levantamento da reportagem, apenas 15% dos postos, a maioria na região central de Campo Grande, comercializam etanol por menos de R$ 3,10.
Nestes locais, o preço ainda é competitivo.
No dia 18 de setembro, conforme noticiou o Correio do Estado, o etanol era comercializado ao preço médio de R$ 2,89 – variando de R$ 2,78 a R$ 3,24.
Enquanto o litro da gasolina variou entre o mínimo de R$ 4,33 e o máximo de R$ 4,56 – média de R$ 4,39. A diferença na ocasião era de 65%, ou seja, era vantajoso fazer a troca de um pelo outro.
A intenção de tornar o biocombustível mais competitivo no Estado foi manifestada pelos gestores de MS desde o ano passado. Em 2019, a administração enviou à Assembleia projeto que previa alteração na alíquota dos combustíveis.
Em fevereiro deste ano, passou a valer a mudança no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), reduzindo de 25% para 20% a alíquota do etanol, enquanto a da gasolina aumentou de 25% para 30%.
A justificativa da gestão estadual para a mudança foi o incentivo ao consumo do biocombustível. Sete meses após a alteração, o preço do álcool passou a compensar em Campo Grande, mas a mudança durou pouco mais de um mês.
Segundo o Sinpetro-MS, no início do mês vigente, os postos de combustíveis da Capital registraram aumento de 30% nas vendas do biocombustível.