Economia

AMEAÇA

Falta de chuva em algumas regiões põe supersafra de soja em xeque

Lavouras sob ameaça estão localizadas principalmente nas regiões sul e sul-fronteira do Estado

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Em Mato Grosso do Sul, a falta de chuvas em importantes regiões produtoras de soja já coloca em dúvida a expectativa de safra histórica do grão, que sofreu grandes perdas no ciclo passado justamente pela seca.

Informações do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga MS), divulgadas ontem pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), dão conta de que a soja em todas as regiões do Estado está em pleno desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, porém, 1,308 milhão de hectares correm risco de perda de potencial produtivo em razão do estresse hídrico.

A análise das lavouras feita por equipe técnica da Aprosoja-MS classifica em condições majoritariamente boas as plantações nas regiões norte, nordeste, oeste e sudeste do Estado, variando de 74,7% a 93,5%. As condições regulares nestas regiões variam entre 6,1% e 17,8%, e as condições ruins são de até 7,5%.  

Por outro lado, sudoeste, centro, sul-fronteira e sul apresentam condições abaixo do potencial das demais regiões. Nessas áreas, pode-se encontrar lavouras com até 25,6% em condições ruins. As condições regulares variam entre 14,6% e 34,6%, e as em boas condições estão entre 39,8% e 69,3%.  

Com base nessa avaliação semanal, cerca de 1,3 milhão de hectares foram afetados pelo estresse hídrico, representando 29% da área plantada prevista, que é de 4,501 milhões de hectares.

A região sul do Estado teria, segundo a Aprosoja-MS, cerca de 24 municípios abaixo da produtividade média estadual estimada. A região inclui importantes polos de produção do grão, como Itaporã, Douradina, Dourados, Deodápolis, Angélica, Ivinhema, Glória de Dourados, Fátima do Sul, Vicentina, Caarapó e Juti.

SECA MODERADA

Em nota técnica distribuída pela associação de produtores, o coordenador técnico da Aprosoja-MS, Gabriel Balta, afirma que a região sul está há 30 dias com seca moderada, com poucas chuvas, variando entre 1,4 mm e 66,6 mm, e 10 dias de seca severa, sem precipitações.

“As lavouras mais atingidas são aquelas implantadas entre setembro e meados de outubro. Em dezembro, essas lavouras iniciaram o período de enchimento de grãos e, agora, em janeiro, estão no período de maturação e colheita”, aponta.

No dia 10, aproximadamente 32% das lavouras estavam nos estágios de produção mais críticos, com 16% em enchimento de grãos, 14% com grãos cheios e 2% no início da maturação, grande parte na região sul, que costuma plantar antecipadamente, afirma a nota.

As próximas semanas serão decisivas para a região sul. Nesta semana, é previsto o retorno das chuvas em alguns municípios. Se a previsão de 16 dias se confirmar, espera-se volumes de até 203 mm para a região, o que ainda pode salvar muitas lavouras que não iniciaram o período de enchimento de grãos, especialmente aquelas plantadas em outubro e novembro. 

As lavouras em condição regular ainda conseguem manter o potencial produtivo. As classificadas como ruins até agora – cerca de 511,4 mil hectares – estão condenadas à perda total. Em termos de média ponderada, isso significa uma perda de 26 mil sacas de soja.

BOA, REGULAR E RUIM

De acordo com a Aprosoja-MS, para uma lavoura ser classificada como ruim, ela deve apresentar diversos critérios negativos, tais como alta infestação de pragas (plantas daninhas, pragas e doenças) ou falhas no estande de plantas, desfolhamento excessivo, enrolamento de folhas, amarelamento precoce das plantas, entre outros defeitos que causem perdas significativas de produtividade. 

Uma classificação regular é atribuída a lavouras que apresentam poucos problemas relacionados a pragas, estande de plantas razoável e pequeno amarelamento das plantas em desenvolvimento.

Já uma classificação boa é dada a lavouras que não têm nenhuma das características citadas anteriormente, com plantas saudáveis e que garantem uma boa produtividade. 

EXPECTATIVA DE PRODUÇÃO

A produtividade estimada para a soja na safra 2024/2025 é de 51,7 sacas por hectare, o que gera uma expectativa de produção de 13,977 milhões de toneladas. Essa perspectiva é baseada na média dos últimos cinco anos do Siga MS. 

No ano passado, a seca castigou severamente as lavouras de soja em Mato Grosso do Sul, derrubando a produção de 15 milhões de toneladas, na safra 2022/2023, para 12,9 milhões de toneladas, na safra 2023/2024, uma queda de quase 20%.

A colheita da soja neste ano está prevista para começar na penúltima semana de janeiro. A maior concentração da colheita está programada para ocorrer entre 14 de fevereiro e 21 de março, abrangendo 86% do total. A colheita deverá seguir até o dia 18 de abril.

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MUNDO

Países pobres e vulneráveis são os mais afetados por tensões tarifárias globais

Alerta da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento faz menção às novas tarifas impostas pelos EUA

06/04/2025 12h04

Países em desenvolvimento representam uma fração do déficit comercial dos Estados Unidos

Países em desenvolvimento representam uma fração do déficit comercial dos Estados Unidos Foto: Reprodução

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Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, a UNCTAD, da sigla em inglês, alertou que as novas tarifas impostas por grandes economias ameaçam o crescimento global, inibem investimentos e comprometem o progresso de países vulneráveis, agravando desigualdades.

De acordo com a entidade, a elevação de tarifas em um contexto de baixo crescimento e endividamento elevado pode "reduzir ainda mais os fluxos de comércio e investimento", aprofundando a incerteza em uma economia já fragilizada.

"Isso prejudica os vulneráveis e os pobres", afirmou a secretária-geral da UNCTAD, Rebeca Grynspan. "O comércio não deve se tornar outra fonte de instabilidade. Ele deve servir ao desenvolvimento e ao crescimento global."

Apesar de contribuírem pouco para os desequilíbrios comerciais, os países em desenvolvimento estão entre os mais afetados, destaca a UNCTAD. Eles representam uma fração do déficit comercial dos Estados Unidos. "Eles não resolverão o déficit comercial nem gerarão receita significativa", ressalta o relatório.

A organização defende que a correção dos desequilíbrios e a atualização das regras do comércio global devem ocorrer por meio de cooperação internacional.

"Este é um momento para diálogo, não para escalada", afirmou Grynspan. "As regras do comércio global devem evoluir para refletir os desafios atuais, mas com previsibilidade e desenvolvimento no centro, protegendo os mais vulneráveis."

A UNCTAD pede ainda que os líderes reconsiderem as tarifas sobre países frágeis, alertando que tais medidas podem "causar grande sofrimento a milhões de pessoas".

 

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ECONOMIA

Petrobras recupera liderança entre ações mais recomendadas para abril

Itaú, que no mês passado foi o mais indicado, caiu para a segunda posição e passou de 11 recomendações em março, para 9 neste mês

06/04/2025 10h00

 Chamou a atenção para o mês a quantidade de instituições que seguiram com a mesma composição da carteira de março.

Chamou a atenção para o mês a quantidade de instituições que seguiram com a mesma composição da carteira de março. Agência Brasil

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A Petrobras retomou a liderança entre as ações mais indicadas nas carteiras recomendadas para abril. Em levantamento realizado pelo Broadcast Investimentos com 13 das principais corretoras e bancos de investimentos, dez casas têm exposição ao papel da estatal.

O Itaú, que no mês passado foi o mais indicado, caiu para a segunda posição em abril, passando de 11 recomendações em março, para 9 em abril. Chamou a atenção para o mês a quantidade de instituições que seguiram com a mesma composição da carteira de março.

Geralmente, somente uma corretora mantém inalterada a recomendação. Para abril, quatro casas mantiveram exatamente os mesmos nomes. Dessas quatro, três apenas alteraram o peso de cada papel dentro do portfólio.

Entre as ações com maior peso dentro do Ibovespa, o destaque ficou com a Vale, que apresentou um salto de março para abril, saindo da sexta posição para a terceira.

Foram seis recomendações de compra para as ações da mineradora, mesma quantidade anotada para a Eletrobras.

Entre os fatores que apontam chance de valorização da ON da mineradora, o Santander destaca retomada mais forte da atividade industrial na China, a recuperação dos preços do minério de ferro em níveis mais elevados, a distribuição de dividendos e programas de recompra de ações e o destravamento de valor com venda minoritária da divisão de Metais Básicos.

Sobre a Eletrobras, a Ativa Investimentos, uma das seis casas que recomendou exposição no papel para abril, explica que decidiu aumentar o peso do papel na carteira após a finalização do acordo de arbitragem envolvendo a empresa e o governo que, finalmente, corroborou o seu status de empresa de capital disperso.

Apesar dos ruídos recentes como a nomeação de Guido Mantega no conselho fiscal da empresa, acreditamos que agora a companhia poderá repercutir com mais fidelidade os seus fundamentos.

Quatro papéis ocupam a quarta posição entre as mais recomendadas, com cinco indicações para cada, sendo:

  • Copel,
  • Cury,
  • Equatorial e
  • JBS.

No caso da JBS, em relação ao mês passado, a empresa caiu uma posição. A multinacional de carnes teve três recomendações a menos, enquanto Cury e Equatorial apareceram em dois portfólios a mais se comparado com março e Copel manteve as mesmas cinco indicações do mês passado.

Em sua carteira 10SIM para abril, o BTG Pactual afirma que está muito otimista com relação ao segmento de moradias de baixa renda.

Por conta disso, colocou o papel da Cury entre as indicações, destacando que a acessibilidade nunca foi tão boa no programa 'Minha Casa Minha Vida'.

"A Cury vem apresentando sólidos resultados operacionais e financeiros, com lançamentos e vendas crescendo cerca de 50% a/a [ano a ano] e o LPA [lucro por ação] aumentando 35% a/a em 2024", explicou.

Sobre a Equatorial, a Terra Investimentos diz que além de ter forte atuação na distribuição de energia, recentemente ingressou no setor de saneamento.

"Além disso, a Equatorial apresenta investimentos robustos em capex, visando revitalização e expansão de ativos, especialmente em Goiás. Apesar de um aumento do endividamento com efeito no alongamento da dívida, a empresa possui grande potencial de valorização", pontua a casa.

Por fim, com quatro recomendações para cada, aparecem as ações da Prio, Telefônica Brasil (dona da Vivo), Sabesp, Suzano e WEG. Prio sequer ficou entre as mais indicadas para março, aparecendo em apenas duas carteiras.

Telefônica recebeu um voto a mais se comparado com o mês passado, enquanto Sabesp e Suzano perderam uma indicação cada e WEG teve duas recomendações a menos em abril. Ao todo, 55 empresas constaram nas principais carteiras para abril, com um total de 131 indicações divididas entre os bancos e corretoras.

 

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