Mato Grosso do Sul vem se destacando no cenário nacional de florestas plantadas nos últimos anos. Conforme dados da Reflore-MS (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas), o Estado atingiu, em 2010, o número de 390 mil hectares de florestas cultivadas.
De acordo com o professor da Universidade de Toronto (Canadá) e consultor para a área da silvicultura, Laércio Couto, a organização do segmento e a legislação favorecem a instalação de grandes empresas no Estado. “Mato Grosso do Sul está à frente dos demais Estados porque eliminou a burocracia para os empreendimentos florestais”, explica.
Mas a pecuária e o cultivo de grãos ainda são as grandes potências do Estado. O que poderia ser uma competição entre os segmentos, pode apresentar resultados ainda melhores se consorciados. Por isso, o consultor esteve reunido essa semana, em Campo Grande, com dirigentes estaduais e empresários interessados em investir no sistema agrosilvipastoril.
Para Laércio Couto, a produção agrosilvipastoril é uma opção que pode dar muito certo em Mato Grosso do Sul. “É um sistema que se encaixa na cultura pecuária da região. Além de não reduzir a quantidade de animal por hectare, o cultivo de florestas é renda adicional, uma garantia de receita com venda programada. O cultivo de florestas associado à criação de gado contribui para o ganho de peso do animal, uma vez que com o calor o boi gasta energia para resfriar o corpo”, afirma.
Conforme o presidente da recém criada Comissão Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura da CNA, Ademar Júnior, o sistema de integração entre as culturas pode ser aplicado em quase todas áreas do Estado. “Consorciar pecuária, agricultura e silvicultura é uma prática aplicável em qualquer região de Mato Grosso do Sul, até mesmo na agricultura de subsistência ou em assentamentos. É não há razão para resistências, pois o sistema apenas incrementa a atividade pecuária que já desenvolvida no Estado”, destacou.