Nos últimos 10 anos, o número de microempreendedores individuais (MEIs) em Mato Grosso do Sul decuplicou. Conforme dados do Portal do Empreendedor, o Estado contabilizava 158.658 empreendedores ativos no ano passado, ante 14.592 MEIs em 2010. São 144.066 empreendedores a mais no período.
Em 2020, foram registrados 35.605 novos microempresários, o maior número registrado na última década. Em 2019 foram 32.804 novos empreendedores e 26.573 no ano imediatamente anterior.
A economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Fecomércio-MS (IPF-MS), Daniela Dias, explica que o crescimento no número de empreendedores em Mato Grosso do Sul se deu pela necessidade de novas formas de renda e em decorrência do cenário de demissões causado pela pandemia da Covid-19.
“A pandemia influenciou diretamente na necessidade de empreender e ter novas opções de renda. O MEI passou a ser mais do que uma oportunidade de geração de emprego, muitas pessoas ficaram desempregadas e viram na pandemia uma oportunidade de mudança".
"É muito natural que em momentos de crise ou de instabilidade econômica as pessoas busquem empreender para suprir a demanda, explorar questões de criatividade e encontrar oportunidades”, explica a economista.
O MEI é um regime tributário simplificado criado para incentivar e facilitar a formalização de pequenos negócios e trabalhadores autônomos, como vendedores, manicures, cabeleireiros e prestadores de serviços autônomos.
Segundo a analista do Sebrae-MS, Vanessa Schmidt, as facilidades que a condição oferece chamam a atenção do público, pois garantem direitos e benefícios para negócios pequenos, que antes não recebiam amparo.
“O MEI surgiu como uma alternativa para que as pessoas que trabalhavam no mercado informal, com nível de faturamento limitado, pudessem formalizar suas empresas de forma simples e se desenvolverem”, analisa Vanessa.