A guinada do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que anunciou um programa de barateamento de energia e incentivo à perfuração de petróleo em seu país em detrimento das políticas de transição energética que vinham sendo incentivadas pelos próprios EUA na gestão de seu antecessor, Joe Biden, não pode ser fato inibidor para o Brasil continuar investindo em energia limpa, acredita o governador de Mato Grosso do Sul Eduardo Riedel (PSDB).
O mandatário de Mato Grosso do Sul participa do Brazil Economic Forum Zurich 2025, na Suíça, evento organizado pela Lide, do ex-governador de São Paulo João Dória, e que ocorre paralelamente ao Fórum Econômico Mundial em Davos, também na Suíça.
“São trilhões de dólares que estão em jogo para eles e para nós. Temos os nossos trilhões de dólares na transição energética. Devemos focar nas nossas ações com um power house ambiental e de produção de alimentos de maneira altamente sustentável e fazer valer essa nossa condição em que pese o presidente americano ter uma outra vertente”, argumentou o governador de Mato Grosso do Sul.
No mesmo evento, Riedel façou sobre a relação comercial entre China e Brasil. Na mira de Donald Trump, a China é o maior parceiro comercial do Brasil.
O Estado de Mato Grosso do Sul, assim como o Brasil, tem a China como seu maior parceiro comercial: é destino de quase metade de suas exportações.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro, destino de pouco mais de 6% das exportações locais.
Riedel, segundo a assessoria do governo de Mato Grosso do Sul, lembrou que o Brasil é responsável por alimentar bilhões de pessoas na Ásia, com maior qualidade e conforto.
Ele também refletiu sobre a importância tanto da democracia americana quanto da pujança econômica da China, sugerindo que o Brasil mantenha uma relação institucional sadia e de troca com as atuais duas maiores potências econômicas do mundo.
“Esse movimento de transição energética está muito vinculado ao desenvolvimento sustentável no seu plano mais amplo, com resultado econômico para a sociedade e empreendedores. Esta agenda promove justiça social com nível de emprego elevado e melhor remuneração salarial. Ao substituir fontes não renováveis por renováveis e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, estamos promovendo desenvolvimento, que é o melhor programa social que pode existir”, frisou o governador.
Riedel, que tem a meta de fazer com que Mato Grosso do Sul neutralize as emissões de carbono até 2030, pontuou que uma sociedade descarbonizada a partir de uma ótica econômica é fundamental para o sucesso, afirmando ainda que Mato Grosso do Sul investe 15% da sua receita corrente líquida em projetos que promovem a industrialização e competitividade no Estado, seguindo a premissa da sustentabilidade.
“O Mato Grosso do Sul e o Brasil são grandes exemplos de liderança. O Estado, com R$ 100 bilhões em investimentos de plantas industriais, tem como premissa central geração de energia a partir de biomassas, etanol de milho, energia produzida pelos complexos industriais de papel e celulose, com 2 milhões de hectares de florestas plantadas. São grandes usinas de captura de carbono da atmosfera e fechada em uma economia circular”, argumentou Riedel.