Economia

Proposta

Prefeitos temem queda da arrecadação e menor autonomia com a reforma tributária

Imposto sobre Serviços é a principal receita municipal e passa a ser cobrado no local de destino, e não na origem; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevistas que não haverá redução da arrecadação municipal

Continue lendo...

Em consonância com a instância estadual, os impactos da reforma tributária também são uma preocupação dos municípios. A apreensão de prefeitos e gestores gira em torno de a reforma garantir a arrecadação e a autonomia dos municípios. 

Entre os cinco impostos que passarão a ser um só, o Imposto sobre Serviços (ISS) é uma das principais arrecadações municipais. Com a reforma, uma das mudanças é que a tributação passa a ser feita no local do destino, e não no local da produção. 

“Uma das questões que é muito discutida é para que a cobrança do ISS seja feita no destino dele. E também que seja preservada a autonomia dos municípios, com maior participação no bolo tributário”, detalhou o prefeito de Nioaque e presidente da Associação de Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul), Valdir Couto de Souza Júnior (PSDB). 

O prefeito, assim como outros gestores do País, participou no mês passado da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, organizada pela Confederação dos Municípios (CNM). Ele relata que, na ocasião, a reforma tributária esteve em pauta. 

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, apresentou o que é discutido pelo grupo da reforma aos participantes, além de reforçar as demandas por parte das cidades. 

Assim como no debate entre gestores estaduais, os municípios se mostram favoráveis à reforma, a princípio, desde que as particularidades municipais sejam levadas em consideração. A CNM cita sete pontos que são defendidos por parte dos municípios. 

A mudança na cobrança da tributação para o destino é o primeiro citado, seguido da reserva pela autonomia dos municípios. Depois, também é defendido que se evitem perdas aos municípios, o compartilhamento de todas as receitas, maior participação no bolo tributário, fortalecimento dos impostos sobre o patrimônio e a paridade de representação. 

“Vamos esperar o relatório para tomar posição [sobre o texto]. Se nossos pontos forem acolhidos, a reforma terá o apoio da CNM, que representa mais de 5 mil municípios”, ressaltou Ziulkoski durante o evento. 

“O que nos dá uma segurança é que as autoridades, como a Simone [Tebet], já foram prefeitos, então eles sabem que tudo acontece nos municípios”, reforçou também o presidente da Assomasul. 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou durante evento da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) que os entes não perderão receitas. 

“Quando a gente propõe o IVA, que pode ser dual [um para a União e outro para os estados e municípios] ou não, nós estamos propondo tributo que é transparente, justo, simples, que não vai diminuir em nada a arrecadação dos municípios”.

ANÁLISE

O projeto ainda não tem data para votação, mas é tema de discussões em diversos setores em todo o País. Em Mato Grosso do Sul, o evento organizado pela Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) debateu sobre os impactos no setor produtivo com representantes da bancada federal, como o próprio secretário extraordinário da Reforma Tributária no Ministério da Fazenda, Bernard Appy. 

Especialistas da área também têm opiniões a respeito dos impactos que as diversas esferas podem ter. Com a junção e a transformação de um imposto único, da maneira que os projetos de emenda constitucional propõem, as prefeituras perdem a autonomia administrativa e financeira, o que seria um retrocesso, de acordo com o ex-secretário de Finanças da prefeitura de Três Lagoas e ex-presidente do Conselho dos Secretários Municipais de Receita, Fazenda e Finanças de Mato Grosso do Sul (Confaz-M/MS) Walmir Arantes. 

“E isso não é bom. É um retrocesso, dificultando para as administrações municipais, gerando demora e burocracia”, comentou. 

“A reforma é necessária, isso não se discute. Mas sou contrário à metodologia que está sendo aplicada. Precisa ser mais discutida com vereadores, prefeitos, governadores, quem têm voz ativa e que vão sofrer as consequências. É preciso fazer a reforma em partes. Primeiro, reorganizar os tributos federais, depois os municipais, que devem ser compactuados pelos gestores municipais”, opinou. 

Em entrevista ao Correio do Estado, o economista Michel Constantino pontuou que ainda é cedo para estipular os resultados específicos que a reforma terá no Estado. 

“Sobre os impactos para Mato Grosso do Sul e o consumidor, é necessário o governo apresentar o primeiro esboço com as mudanças de alíquotas”, explicou.

A vice-presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Letícia Amaral, ainda explica que o principal objetivo da reforma é simplificar o modelo de tributação, e tudo passará por um período de transição. 

“Vamos ter um período de transição. A PEC 110 tem uma transição mais rápida e a PEC 45 tem uma transição mais lenta. O objetivo da reforma é simplificar, e não desonerar, até porque o interesse é arrecadar mais”, ressalta. 

O secretário extraordinário Bernard Appy garantiu, em visita a MS, durante o evento da Fiems, que a reforma beneficiará todos os setores. 

“O governo federal apoiará o conjunto dos estados por meio do Conjunto de Secretários de Finanças, na função dos dados disponíveis sobre a relação dos impactos da reforma tributária. Aqui não é uma relação governo-governo, é dos estados como um todo”, detalhou na ocasião. 

“O governo federal tem o objetivo de construir a melhor reforma tributária possível, tanto politicamente quanto do ponto de vista técnico. A função do governo federal é contribuir para que, do ponto de vista técnico, seja a melhor reforma possível”, reforçou.

SAIBA

Duas propostas de emenda à Constituição (PECs) tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado, ambas com o objetivo de unificar cinco impostos – ICMS, ISS, PIS, Confins e IPI – em um tipo de imposto único, administrado em conjunto pelos governos municipal, estadual e federal.

No caso da PEC nº 45, que tramita na Câmara, o imposto é intitulado de Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), e no caso da PEC nº 110, que tramita no Senado, é o Imposto sobre Valores Adicionados (IVA). 

LOTERIA

Resultado da Quina de hoje, concurso 6560, quinta-feira (17/10)

A Quina realiza seis sorteios semanais, de segunda-feira a sábado, sempre às 20h; veja quais os números sorteados no último concurso

17/10/2024 19h02

Confira o resultado da Quina

Confira o resultado da Quina Foto: Arquivo

Continue Lendo...

A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 6560 da Quina na noite desta quinta-feira, 17 de outubro, de 2024, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 3 milhões.

Confira o resultado da Quina de hoje!

Os números da Quina 6560 são:

  • 29 - 37 - 60 - 05 - 66

O sorteio da Quina é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal ofical da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Quina 6561

Como a Quina seis sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre no sexta-feira, 18 de outubro, a partir das 20 horas, pelo concurso 6561. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Quina é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 2,50 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 5 dentre as 80 dezenas disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 2, 3, 4 ou 5 números.

Como apostar na Quina

A Quina tem seis sorteios semanais: de segunda-feira a sábado, às 19h (horário de MS).

O apostador deve marcar de 5 a 15 números dentre os 80 disponíveis no volante e torcer. Caso prefira o sistema pode escolher os números para você através da Surpresinha ou ainda pode concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 12, 18 ou 24 concursos consecutivos com a Teimosinha.

Ganham prêmios os acertadores de 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

O preço da aposta com 5 números é de R$ 2,50.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com apenas cinco dezenas, que custa R$ 2,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 24.040.016, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 7.507,50 a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 8.005, ainda segundo a Caixa.

Assine o Correio do Estado

A nível nacional

MS tem 14 municípios entre os 100 mais ricos do agronegócio

Estado é o segundo do país com o maior número de municípios no ranking, atrás apenas do vizinho Mato Grosso

17/10/2024 11h30

Gerson Oliveira/Arquivo Correio do Estado

Continue Lendo...

O  Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da Secretaria de Política Agrícola (Mapa/SPA), mapeou os 100 municípios mais ricos do Brasil no agronegócio em 2023, baseado nos dados da pesquisa anual do IBGE sobre a Produção Agrícola Municipal (PAM).

Segundo o levantamento, no ano passado a produção agrícola brasileira alcançou um valor total de R$ 814,5 bilhões, sendo que os 100 municípios mais produtivos contribuíram com 31,9% desse montante, totalizando R$ 260 bilhões.

A análise mostra que Mato Grosso do Sul tem 14 municípios na lista, são eles:

Além de MS, estão na lista municípios de outras 13 unidades da federação: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantis.

O estado aparece em segundo lugar no ranking de estados com maior número de municípios no "Top 100", atrás apenas do vizinho Mato Grosso, que se destaca com 36 dos municípios mais produtivos do país.

Os 10 melhores

O ranking foi liderado por Sorriso, no Mato Grosso, com produção de R$ 8,3 bilhões, seguido por São Desidério, na Bahia, com R$ 7,7 bilhões. Veja o "top 10" brasileiro: 

Análise do MAPA

Os 100 municípios mais ricos em valor de produção ocupam uma área colhida de 33,1 milhões de hectares, representando 34,5% da área total de 95,8 milhões de hectares do Brasil. A base das informações abrange 70 produtos das lavouras temporárias e permanentes produzidas nos 5.563 municípios brasileiros, e a classificação dos 100 municípios é fundamentada no valor da produção.

Entre os produtos, a soja permanece no topo, representando R$ 348,6 bilhões, ou 42,8% do valor total da produção agrícola. O milho também apresentou resultados significativos, com R$ 101,8 bilhões, seguido pela cana-de-açúcar, com R$ 101,9 bilhões. Culturas como algodão, café e laranja também tiveram grande importância, demonstrando a diversidade da produção agrícola brasileira.

A participação dos cinco principais municípios produtores em culturas específicas é notável. Sapezal (MT) e São Desidério (BA) respondem por mais de 30% da produção de algodão. Já na produção de arroz, o Rio Grande do Sul lidera com Santa Vitória do Palmar, responsável por 5,6% da produção nacional.

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).