Economia

EM 18 ANOS

Rebanho bovino de Mato Grosso do Sul encolhe em quase 6 milhões de animais

Estado liderava como o maior produtor do País em 2003 e desde 2019 se mantém no quinto lugar do ranking nacional

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O rebanho bovino de Mato Grosso do Sul encolheu nos últimos 18 anos. Em 2003, o Estado liderava com o maior plantel do Brasil, com 24,98 milhões de cabeças de gado. Já em 2020, foram registradas 19,02 milhões de animais – queda de 23,85% ou 5,96 milhões de bovinos.

Os dados fazem parte da Pesquisa da Pecuária Municipal realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda de acordo com o levantamento, entre 2019 e 2020, também houve retração de 1,9% no número de animais, saindo de 19,40 milhões para 19,02 milhões no período.  

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), Alessandro Coelho, o rebanho deve ficar ainda menor nos próximos anos.  

“Esse rebanho vem sofrendo muita pressão nos últimos anos. A redução decorre da baixa rentabilidade, o preço da arroba não supre os custos. O produtor tem sido desestimulado a continuar no setor. Por isso, qualquer outra cultura se sobressai", explica.

"Não há reconhecimento da indústria frigorífica. Há uma década, nosso preço era bem próximo ao de São Paulo, hoje, o nosso está uns R$ 20 menor”, completa.  

“A pecuária, com certeza, já está abaixo desses números [do IBGE]. Uma tendência para os próximos anos é uma queda maior do plantel. Esse rebanho se reduzirá por conta do abate de fêmeas que não é reposto, então, nos próximos dois anos, teremos mais reduções”, avalia Coelho.

Conforme relatório de movimentação de bovinos da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Mato Grosso do Sul produziu 2,19 milhões de cabeças para abate de janeiro a agosto de 2021. Queda de 12,57% em relação ao mesmo período de 2020.

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina Dias, acredita que a pecuária do Estado pode voltar a crescer. 

“Mato Grosso do Sul já foi maior rebanho brasileiro de bovinos comerciais, hoje já não é mais. Mas Mato Grosso do Sul é conhecido no mundo todo pela qualidade da sua carne ", afirmou em entrevista exclusiva ao Correio do Estado no fim do ano passado.  

"Portanto, eu acho que nós temos como crescer, como verticalizar utilizando um maior número de animais por metro quadrado, tendo um desfrute maior do seu rebanho e principalmente prezando pela qualidade que sempre foi uma marca registrada do rebanho sul-mato-grossense”, completa.

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MUDANÇA

Para a economista Adriana Mascarenhas, os dados refletem a mudança no perfil produtivo do Estado. 

“A matriz econômica do Estado deixou de ser boi e soja. A integração lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta veio para ficar. Porque o produtor entendeu que ele tem um ativo nas mãos que pode render muito mais a ele. Hoje, o produtor faz uma pecuária menos extensiva, e o foco dele é mais qualidade mesmo. O motivo da redução do rebanho é esse”, avalia a economista.

Conforme os dados do IBGE, em 2003 o Estado registrava o maior rebanho do País. Já em 2004, o vizinho Mato Grosso assumiu a ponta e MS se manteve em segundo até 2006; entre 2007 e 2010, figurou como 3º maior produtor; de 2011 a 2018, manteve a quarta posição no ranking nacional; e em 2019 e 2020, ocupou a quinta posição.  

“O que importa é a qualidade dessa carne. E realmente a pecuária está dividindo espaço com lavouras e com florestas também”, diz a economista.  

Dados do boletim técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) mostram que a área de soja, por exemplo, saiu de 1,9 milhão de hectares em 2012 para 3,5 milhões em 2021.  

O presidente do sindicato acredita que cada vez mais pecuaristas migrem para outras áreas. “A agricultura mais pujante faz com que o excesso de oscilação de riscos da pecuária desestimulasse o produtor", analisa Coelho.

"A pecuária leiteira, por exemplo, foi praticamente extinta no Estado. Hoje, o produtor que continua na pecuária está rotacionando com outras culturas em decorrência desse baixo rendimento”, completa.

PREÇOS

Dados da Scot Consultoria mostram que em Campo Grande o preço da arroba do boi saiu de R$ 310,50 em agosto para R$ 303,50 em setembro e ontem era negociada a R$ 273, para pagamento à vista e livre de Funrural. Neste caso, a retração foi de 12% em dois meses.  

Já no pagamento a prazo para 30 dias, a queda foi de 13,11%, saindo de R$ 316,50 no oitavo mês do ano para R$ 275 em outubro.  

Em Dourados, o preço da arroba saiu de R$ 310,50 à vista e R$ 316,50 no pagamento a prazo para R$ 269 e R$ 271, respectivamente. Já em Três Lagoas, a arroba do boi saiu de R$ 305,50 para R$ 267 na compra imediata e para 30 dias caiu de R$ 311,50 para R$ 269.

Apesar da queda no preço pago ao produtor, na ponta final para consumidor não há redução de preços. O presidente do SRCG afirma que algumas plantas frigoríficas fecharam e houve ainda a queda nos abates no Estado, por isso, na hora de repassar, a queda é mínima.

“Quando a arroba cai não gera o mesmo reflexo que a escalada de subida que é muito forte,[a queda] demora a chegar para o consumidor”, conclui Coelho.

Segundo o proprietário de um açougue em Campo Grande, os frigoríficos têm mantido os preços altos na hora de repassar para as revendas. 

“Não teve nenhuma baixa na praça de Campo Grande, muito pelo contrário, não teve retração, a crescente que teve se manteve. A gente sabe que eles estão pagando menos na arroba, mas para nossa compra não teve queda nenhuma”, disse empresário que preferiu não se identificar.

Conforme dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, a carne bovina acumula alta de 21% no ano e 34% em 12 meses.

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Economia

Com 4,7 milhões de hectares de áreas degradadas passíveis de recuperação, MS é destaque nacional

Através de programas voltados ao carbono zero, crédito sustentável e uso eficiente do solo e água, o Estado é consolidado como exemplo nacional em recuperação de pastagens degradadas

15/12/2025 14h30

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Mato Grosso do Sul tem cerca de 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas com que podem ser transformadas em algum tipo de atividade, como agricultura, pecuária, sistemas agroflorestais ou silvicultura. 

Esse número é parte de um montante total de 12 milhões de hectares de pastagens degradadas em todo o território estadual. 

As estratégias de recuperação de pastagens degradadas tornou o Estado um exemplo nacional no assunto, já que as ações estaduais garantem competitividade, sustentabilidade e segurança alimentar. 

A recuperação das áreas combinam políticas públicas estruturantes, crédito sustentável e inovação com programas voltados ao uso eficiente do solo e da água, como o Prosolo, MS Irriga, Plano ABC+ MS, Precoce MS e o FCO Verde. 

"Estamos mostrando ao Brasil que é possível produzir mais e com responsabilidade ambiental e tecnologia", disse o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

O Plano Estadual do Governo do Estado tem como meta definida a recuperação de 1.167 milhão de hectares nas pastagens degradadas até 2030. Esse desafio é um dos motores da nova economia verde em Mato Grosso do Sul que, através do uso de ciências e políticas públicas permanentes, consolida a referência do Estado no setor de pecuária de baixo carbono e agropecuária sustentável. 

"Quando governo, produtores e instituições de pesquisa trabalham juntos, conseguimos acelerar a transição para uma agropecuária moderna, de baixa emissão de carbono e com alto desempenho", destacou Verruck.

Políticas públicas

De acordo com o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), a degradação observada em Mato Grosso do Sul é resultado de anos de práticas antigas da pecuária extensiva, com baixa taxa de lotação e pouco uso de manejo e adubação. 

Isso causou o desgaste do solo e queda na produtividade das forrageiras, plantas cultivadas para alimentar os animais (gado, aves, suínos), sendo necessárias soluções robustas, que hoje fazem parte da política principal de Estado. 

As políticas públicas de MS são: 

  • Prosolo: programa de restauração das áreas afetadas por erosão, implantando práticas conservacionistas, recuperando a fertilidade do solo e melhorando estradas vicinais;
  • MS Irriga: programa de ampliação da irrigação sustentável e do uso racional da água para intensificação da produção; 
  • Plano ABC+ MS: plano de sistemas integrados de plantio direto, uso de bioinsumos e manejo de resíduos;
  • Precoce MS: incentivo ao manejo eficiente e à pecuária de baixo carbono; 
  • FCO Verde: linha de crédito destinada à recuperação da produção e de projetos sustentáveis. Entre 2020 e 2024, foram R$ 812 milhões destinados a 771 projetos. 
Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gadoFeito por Denis Felipe - Com IA

Destaques

A Semadesc e o Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems), estão investindo R$ 7,6 milhões em certificação e monitoramento do carbono na soja e no milho. 

Com relação à pecuária, além do status alcançado em 2025 de área livre de febre aftosa sem vacinação, o Estado avança na implantação do seu Sistema Estadual de Rastreabilidade Bovina, previsto para iniciar em 2026 e cobertura total até 2032. 

Além disso, também é desenvolvido o Selo Verde, que vai integrar dados ambientais e produtivos, garantindo transparência socioambiental nas cadeias de carne e da soja. 

Mato Grosso do Sul também está entre os cinco maiores consumidores de bioinsumos do País, através do Programa Estadual de Bioinsumos, criado em 2022. Também estão em funcionamento projetos de confinamento sustentável e intensificação das pastagens, ampliando produtividade e garantindo bem-estar animal. 

"Nossa meta é chegar ao produtor com assistência técnica de qualidade e acesso a crédito sustentável, garantindo que cada propriedade tenha as condições para produzir mais e conservar mais", reforçou Verruck.
 

CAMPO GRANDE (MS)

Carnê virtual do IPTU 2026 está disponível na internet; confira

Neste ano, reajuste do IPTU é de 5,32%, com 10% de desconto à vista

15/12/2025 12h00

Pessoa consultando o valor do IPTU do seu imóvel

Pessoa consultando o valor do IPTU do seu imóvel MARCELO VICTOR

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Carnê do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), referente ao ano de 2026, está disponível e já pode ser consultado via internet. Saiba quanto veio o imposto da sua casa, em 2025, neste site.

Neste ano, o IPTU será reajustado em 5,32%, conforme noticiado pelo Correio do Estado. O reajuste cobrou a inflação, prevista no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A expectativa é que milhares de carnês físicos sejam entregues na casa do contribuinte neste mês de dezembro de 2025.

As formas de pagamento do IPTU 2026 são:

  • À vista, com 10% de desconto – vencimento em 12 de janeiro
  • Parcelado, em 12 vezes – vencimento em dias de feriados, finais de semana ou não úteis, o pagamento deverá ser feito no primeiro dia útil subsequente

Ainda haverão aqueles contribuintes beneficiados com o Bônus IPTU Azul, que terão desconto de 10% (dez por cento) sobre o valor do IPTU e da Taxa de Coleta, Remoção e Destinação de Resíduos Sólidos Domiciliares lançados.

A concessão do Bônus IPTU Azul será efetivada independentemente de requerimento do contribuinte, mediante a redução de 10% no valor lançado, e, sobre o valor já deduzido, será aplicado o desconto para pagamento à vista, conforme a opção do contribuinte.

Neste ano, as cores azul e amarelo também dão adeus ao IPTU. Até então, os carnês eram emitidos em tons diferentes: azul para contribuintes sem débitos e amarelo para aqueles com pendências.

Pessoa consultando o valor do IPTU do seu imóvel

IPTU

O IPTU é um imposto brasileiro, de competência municipal, que deve ser pago por pessoas que tenham propriedades dentro do perímetro urbano.

A arrecadação do tributo municipal é convertido em melhorias para a cidade, nas áreas de segurança, educação, saúde, infraestrutura e lazer.

Quem não paga IPTU, corre risco de perder a posse do imóvel.

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