Economia

IMPACTO

Setor imobiliário pode sofrer estagnação com alta nos juros e reforma do Imposto de Renda

Mesmo com o mercado aquecido, especialistas apontam que novo cenário deve frear o crescimento do segmento

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O aumento da taxa Selic de 4,25% para 5,25% ao ano e a proposta da reforma do Imposto de Renda para empresas podem causar impactos no setor imobiliário. Com as mudanças, especialistas apontam que o crescimento do segmento pode sofrer com uma estagnação.

Para o presidente do Sindicato de Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Marcos Augusto Netto, o que preocupa é a elevação da carga tributária prevista no Projeto de Lei nº 2.337/2021.

“O aumento da carga tributária vai refletir no desemprego e no aumento de custo. De algum lado vai explodir essa bomba. Vai criar um nó nesse setor. Muitos outros negócios vão ter problema. Eu acho que o mercado imobiliário pode ter um baque se tiver a aprovação do Projeto de Lei sobre a reforma do Imposto de Renda”, avalia Augusto Netto.

Em documento que o Correio do Estado teve acesso, os Sindicatos de Habitação e Associações Civis destacam que alguns setores serão impactados em 75% na carga tributária.

“Em uma análise preliminar a tributação do setor estará sendo ampliada em mais de 75%, sem considerar os efeitos da CBS [Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços]", diz parte do documento.

"A medida se impõe e preserva a democracia para que os setores da economia em geral possam dialogar com o governo e com o parlamento no intuito de efetivamente conquistarmos a neutralidade da reforma em apreço”, completa.

A proposta que tramita na Câmara dos Deputados trata de alterações de cobrança no Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas e da tributação de lucros e dividendos. Mesmo com manifestações contrárias de entidades empresariais, o relator do projeto, Celso Sabino (PSDB-PA), prevê que o texto será votado esta semana.

Conforme estimado pelos Secovis, as empresas de lucro presumido podem “quebrar”, com aumento de 70%.

O exemplo usado pelas entidades para demonstrar as perdas levou em consideração uma empresa com receita bruta mensal de R$ 405 mil, com seis sócios e lucro de 25% (R$ 101.250,00), sendo R$ 16.875,00 para cada sócio. A empresa seria optante pelo regime lucro presumido.

Com as alterações na cobrança do Imposto de Renda, o total de tributos sairá dos atuais R$ 25.256,50 para R$ R$ 43.076,50 e a carga sobre receita passará de 6,24% para 10,64%.

Com isso, conforme o documento, a previsão é de que cada sócio tenha impacto de 20% em sua renda pessoal (Confira detalhes na tabela).

JUROS

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou na semana passada em um ponto porcentual a taxa básica de juros da economia, a Selic, saindo de 4,25% para 5,25% ao ano. Com isso, as instituições financeiras estão subindo as taxas dos novos contratos de financiamento, com a previsão de momentos mais difíceis para a economia brasileira.

Os principais bancos privados do País – Santander, Bradesco e Itaú Unibanco – decidiram aumentar as taxas cobradas no crédito imobiliário em cerca de 0,5 a 1,0 ponto porcentual, chegando perto de 8% ao ano. 

A maior financiadora do setor, a Caixa Econômica Federal, e o Banco do Brasil também devem fazer movimentos na mesma direção, mas ainda não se manifestaram sobre o assunto.

Para o doutor em economia Michel Constantino, pode haver um “esfriamento” do setor. 

“São ciclos econômicos que acontecem. Vai ter uma oferta muito grande e depois uma estagnação, pois vai ter muita oferta, os preços vão cair e não vai ter mais incentivo para produzir mais, passa um tempo, volta a aquecer novamente. São os ciclos de todos os tipos de mercado, imobiliário não é diferente”, destaca.

A taxa média de juros dos financiamentos estava no patamar mais baixo da história do setor, em torno de 7% ao ano.

“Esse é um mercado que pode ter algumas interferências, sim, pois desestimula um pouco por conta dessa questão da variação da taxa de juros, e aí a gente tem um mercado que fica um pouco mais caro e pode desestimular”, explica a economista Daniela Dias.

Constantino explica ainda que as taxas de financiamento vão depender de cada instituição financeira. 

“O aumento da taxa Selic vai aumentar as outras taxas, mas ainda não sabemos o quanto vai aumentar nas taxas de financiamento, com certeza vai aumentar um pouco, e isso deve reduzir o número de financiamentos, mas ainda, olhando para o passado, temos a menor taxa de juros”, ressalta.

Conforme informações do Estadão, a elevação dos juros do financiamento vai encarecer a parcela paga pelos mutuários em até 9%.

Segundo apuração da agência, se comparar um empréstimo de R$ 300 mil com prazo de pagamento de 360 meses no sistema de amortização constante (SAC), a parcela seria de R$ 2.529,57, se considerar taxa de 7% ao ano vigente até aqui. A partir de agora, essa parcela subirá para R$ 2.646,81 com taxa de 7,5% ao ano. Com taxa de 8% ao ano será de R$ 2.763,54.

Além do efeito no setor imobiliário, o setor automobilístico, investimentos e até mesmo o custo de vida podem ser influenciados com o aumento da Selic.

OTIMISMO

Por outro lado, entidades do ramo defendem que o setor não vai passar por uma estagnação, mesmo com o aumento das taxas. O presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul (Sindimóveis-MS), João Araújo, acredita que, mesmo com a elevação da Selic, esse é o momento de comprar.

“Aumentou a taxa Selic para equalizar a inflação do País. O pessoal está comprando demais, independentemente, está muito mais fácil a abertura de crédito. Não está mais difícil de comprar, pelo contrário, está mais fácil de comprar”, comenta.

Além disso, para Araújo, Campo Grande está longe de entrar em uma “bolha”, e o mercado continuará aquecido.

“Jamais. Não vai acontecer isso tão cedo. Eu não acredito que vai existir nenhuma bolha e nem esfriar, pois a melhor forma de ter uma segurança na sua vida é ter um bem em imóvel. Aqui isso não vai acontecer”, acrescenta.

Para o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de MS (Creci-MS), Eli Rodrigues, o setor imobiliário sempre vai ser o porto seguro daqueles que querem investir e querem segurança.

“Pode não ser a maior rentabilidade, mas ele também não dá prejuízo. Essas taxas de juro, mesmo com pequena alta, estão bem menores ainda do que as praticadas há alguns anos. Então, ainda há espaço para aqueles que querem comprar”.

O presidente do Secovi-MS, acredita que esse é o momento de retomada para o segmento. 

“O mercado está saindo de uma crise ímpar. A tendência é de um aquecimento. Eu acho que agora a gente tem de recuperar. O setor é um canhão, a cadeia produtiva inteira do setor vai gerando emprego e renda. A expectativa é de que esse setor cresça nos próximos 10 anos”, destaca Augusto Netto.

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LOTERIA

Resultado da Quina de hoje, concurso 6560, quinta-feira (17/10)

A Quina realiza seis sorteios semanais, de segunda-feira a sábado, sempre às 20h; veja quais os números sorteados no último concurso

17/10/2024 19h02

Confira o resultado da Quina

Confira o resultado da Quina Foto: Arquivo

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 6560 da Quina na noite desta quinta-feira, 17 de outubro, de 2024, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 3 milhões.

Confira o resultado da Quina de hoje!

Os números da Quina 6560 são:

  • 29 - 37 - 60 - 05 - 66

O sorteio da Quina é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal ofical da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Quina 6561

Como a Quina seis sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre no sexta-feira, 18 de outubro, a partir das 20 horas, pelo concurso 6561. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Quina é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 2,50 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 5 dentre as 80 dezenas disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 2, 3, 4 ou 5 números.

Como apostar na Quina

A Quina tem seis sorteios semanais: de segunda-feira a sábado, às 19h (horário de MS).

O apostador deve marcar de 5 a 15 números dentre os 80 disponíveis no volante e torcer. Caso prefira o sistema pode escolher os números para você através da Surpresinha ou ainda pode concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 12, 18 ou 24 concursos consecutivos com a Teimosinha.

Ganham prêmios os acertadores de 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

O preço da aposta com 5 números é de R$ 2,50.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com apenas cinco dezenas, que custa R$ 2,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 24.040.016, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 7.507,50 a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 8.005, ainda segundo a Caixa.

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A nível nacional

MS tem 14 municípios entre os 100 mais ricos do agronegócio

Estado é o segundo do país com o maior número de municípios no ranking, atrás apenas do vizinho Mato Grosso

17/10/2024 11h30

Gerson Oliveira/Arquivo Correio do Estado

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O  Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da Secretaria de Política Agrícola (Mapa/SPA), mapeou os 100 municípios mais ricos do Brasil no agronegócio em 2023, baseado nos dados da pesquisa anual do IBGE sobre a Produção Agrícola Municipal (PAM).

Segundo o levantamento, no ano passado a produção agrícola brasileira alcançou um valor total de R$ 814,5 bilhões, sendo que os 100 municípios mais produtivos contribuíram com 31,9% desse montante, totalizando R$ 260 bilhões.

A análise mostra que Mato Grosso do Sul tem 14 municípios na lista, são eles:

Além de MS, estão na lista municípios de outras 13 unidades da federação: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantis.

O estado aparece em segundo lugar no ranking de estados com maior número de municípios no "Top 100", atrás apenas do vizinho Mato Grosso, que se destaca com 36 dos municípios mais produtivos do país.

Os 10 melhores

O ranking foi liderado por Sorriso, no Mato Grosso, com produção de R$ 8,3 bilhões, seguido por São Desidério, na Bahia, com R$ 7,7 bilhões. Veja o "top 10" brasileiro: 

Análise do MAPA

Os 100 municípios mais ricos em valor de produção ocupam uma área colhida de 33,1 milhões de hectares, representando 34,5% da área total de 95,8 milhões de hectares do Brasil. A base das informações abrange 70 produtos das lavouras temporárias e permanentes produzidas nos 5.563 municípios brasileiros, e a classificação dos 100 municípios é fundamentada no valor da produção.

Entre os produtos, a soja permanece no topo, representando R$ 348,6 bilhões, ou 42,8% do valor total da produção agrícola. O milho também apresentou resultados significativos, com R$ 101,8 bilhões, seguido pela cana-de-açúcar, com R$ 101,9 bilhões. Culturas como algodão, café e laranja também tiveram grande importância, demonstrando a diversidade da produção agrícola brasileira.

A participação dos cinco principais municípios produtores em culturas específicas é notável. Sapezal (MT) e São Desidério (BA) respondem por mais de 30% da produção de algodão. Já na produção de arroz, o Rio Grande do Sul lidera com Santa Vitória do Palmar, responsável por 5,6% da produção nacional.

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