Economia

Carne bovina

Salvaguarda pela China impõe reorganização dos fluxos de produção e exportação

Abiec e CNA afirmam que medidas impostas à importação de carne bovina altera condições de acesso ao mercado

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A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmam, em nota conjunta, que a adoção de medidas de salvaguarda pela China à importação de carne bovina "altera as condições de acesso ao mercado" e "impõe necessidade de reorganização dos fluxos de produção e de exportação".

As entidades destacaram que a cota destinada ao Brasil será de 1,106 milhão de toneladas em 2026, com tarifa de 12% para os volumes dentro deste porcentual e sobretaxa de 55% para os volumes excedentes, resultando em tarifa de 67% fora da cota.

"Em 2025, as importações chinesas de carne bovina brasileira somaram cerca de 1,7 milhão de toneladas, o equivalente a 48,3% do volume exportado. Nesse cenário, passam a ser necessários ajustes ao longo de toda a cadeia, da produção à exportação, para evitar impactos mais amplos", afirmaram as entidades na nota.

Nesta quarta-feira, 31, o governo chinês anunciou que vai adotar medidas de salvaguarda contra a importação de carne bovina com cotas específicas por país para importação de carne bovina com a imposição de uma tarifa adicional de 55% para volumes que excederem a quantidade.

A decisão foi comunicada pelo Ministério do Comércio (Mofcom) do país. As medidas entram em vigor na quinta-feira (1º) e serão implementadas por três anos até 31 de dezembro de 2028.

O Brasil, principal fornecedor da proteína vermelha ao mercado chinês, terá uma cota de exportação de 1,106 milhão de toneladas sem tarifas adicionais em 2026.

O volume alcança 1,128 milhão de toneladas em 2027 e 1,154 milhão de toneladas em 2028. A título de comparação, neste ano, no acumulado até novembro, o País já exportou 1,499 milhão de toneladas de carne bovina ao mercado chinês, somando US$ 8,028 bilhões.

As entidades ressaltaram que a China permanece como o principal destino da carne bovina brasileira e "importante mercado para o funcionamento da pecuária nacional".

"Esses embarques dizem respeito a produtos com valor agregado e perfil distinto do consumo doméstico, associados à geração de emprego e renda no setor", avaliam a Abiec e CNA.

"As exportações brasileiras para a China são fruto de relação comercial construída ao longo de anos, baseada em fornecimento regular, previsibilidade e estrito cumprimento dos requisitos sanitários e técnicos acordados entre os dois países. A carne bovina brasileira, reconhecida por sua qualidade, exerce papel complementar no abastecimento do mercado chinês e contribui para a estabilidade da oferta ao consumidor", acrescentaram as entidades.

Por fim, Abiec e CNA, que representam indústrias exportadoras e produtores de carne bovina, respectivamente, informaram que seguirão acompanhando a implementação das medidas e atuaram junto ao governo brasileiro e às autoridades chinesas para "reduzir os danos que essa sobretaxa causará aos pecuaristas e exportadores brasileiros e para preservar o fluxo comercial historicamente praticado".

ANÁLISE

Alta histórica de dívidas pressiona empresas em cenário de juros elevados

Com 120 mil empresas inadimplentes em MS, juros altos e restrição ao crédito ampliam fragilidade financeira e risco de fechamento

31/12/2025 08h40

Endividamento do consumidor sul-mato-grossense também atingiu o nível mais alto da série histórica e já compromete mais da metade da população adulta

Endividamento do consumidor sul-mato-grossense também atingiu o nível mais alto da série histórica e já compromete mais da metade da população adulta Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Com a quantidade de empresários endividados em crescimento, especialistas avaliam o cenário como um momento crítico. Dados do Serasa Experian apontam que a inadimplência entre as empresas atingiu novo recorde em 2025, contabilizando auge de 8,4 milhões de CNPJs inadimplentes em todo o País e quase 120 mil em Mato Grosso do Sul, maior da série histórica.

“Esse quadro é justamente o reflexo do modus operandi das empresas brasileiras, sobretudo as pequenas, e o que nós vemos é um quadro como esse, de uma inadimplência em taxas alarmantes”, avalia o economista Eduardo Matos.

Ainda de acordo com os dados do Serasa Experian, a região Centro-Oeste foi uma das que registrou menor volume de companhias no vermelho, com 729 mil empresas negativadas.

Em números absolutos, são os estados do Sudeste que concentram maior volume de CNPJs no vermelho, com mais de 4,5 milhões. Ainda sim, só em Mato Grosso do Sul é possível observar o aumento gradativo ao longo do ano.

Em janeiro de 2025, as empresas inadimplentes somavam 89,4 mil, enquanto em outubro o salto foi para 119,8 mil.

“Não há uma organização financeira. A cultura empresarial, em muitos casos, principalmente nas menores empresas, é puramente de subsistência, então não há um preparo, não há também a busca e o apoio adequado a essas pequenas instituições. Logicamente para os credores isso é bastante problemático”, analisa Matos.

Para o economista, existem ressalvas a serem levadas em consideração, no que se refere aos impactos diretos em vagas de emprego, por exemplo.

“Muitas dessas empresas inadimplentes já não se encontram mais em operação. Muitos empresários criam dívidas, encerram o CNPJ, ou simplesmente largam lá e empreendem sob um outro CPF, o que é infelizmente algo muito comum, a utilização popular do laranja. Ou eles ainda buscam outra forma de subsistência, outra forma de empreender, até mesmo partindo para a informalidade”, elenca.

Marcos Pelozato, advogado, contador, conselheiro e especialista em Reestruturação Empresarial, opina que o problema se agrava porque a maior parte dos empresários ignora sinais de colapso.

“O empresário brasileiro costuma buscar ajuda somente quando a situação já fugiu do controle. Quando o caixa trava, o fornecedor fecha a torneira e a dívida explode, as alternativas ficam muito mais restritas”, afirma.

A deterioração financeira pode ter origem em fatores combinados, como queda de faturamento, juros elevados, retração no crédito e falta de gestão especializada.

Nesse contexto, Pelozato ressalta que a cultura de reação tardia potencializa a mortalidade de negócios, especialmente entre micro e pequenas empresas, público que mais sofre com oscilações de receita e com o acúmulo rápido de passivos. Em sua análise, essa deterioração acende um alerta nacional.

“Se mais de 7,6 milhões de empresas estão em risco e você faz parte desse grupo, esperar não é uma opção. A omissão é uma escolha pelo fechamento”, expressa.

O especialista ainda reforça que a situação de inadimplência generalizada já começa a produzir efeitos sistêmicos no funcionamento das empresas.

Com o aumento da restrição ao crédito e o avanço das dívidas vencidas, companhias de menor porte têm perdido capacidade de honrar compromissos, renegociar com fornecedores e manter estoques básicos.

Endividamento do consumidor sul-mato-grossense também atingiu o nível mais alto da série histórica e já compromete mais da metade da população adulta

SOLUÇÕES

Pelozato aponta que restam, na prática, dois caminhos para as empresas financeiramente travadas: aderir a um processo profundo de reestruturação, como o conselho de crise, ou ingressar com pedido de recuperação judicial. Ambos exigem diagnóstico estruturado, reorganização do passivo e ação imediata.

“A recuperação judicial não é uma confissão de fracasso. É uma ferramenta legal que protege empresas viáveis”, explica.

Ele também defende uma atuação mais preventiva por parte de profissionais de contabilidade e do direito, que muitas vezes só são acionados em momentos de colapso.

“Falta conhecimento técnico entre empresários e até entre profissionais que deveriam orientar esses negócios. Sem essa preparação, muitas empresas acabam fechando sem sequer considerar alternativas legais de reorganização”, acrescenta.

Ainda na opinião de Pelozato, o tempo é um fator decisivo em todo processo. Empresas em situação crítica precisam agir em questão de semanas, não meses.

“A cada mês de atraso, a dívida cresce, o caixa diminui e as chances de recuperação despencam. Reorganizar o passivo, renegociar dívidas e comprovar a viabilidade econômica são etapas que precisam ser iniciadas imediatamente”, conclui.

Na avaliação de Matos, o alívio desses índices só é possível com uma taxa de juros mais barata e o objetivo precisa ser a estabilidade econômica.

“Nós temos um custo financeiro muito alto, principalmente um custo de juros muito alto. Então é claro que, no momento em que o empresário adquire uma dívida, ele tem ciência da taxa de juros que vai ser paga, mas isso é um problema, porque o capital de giro em muitas empresas, em muitos setores, é um problema real. O custo financeiro, o custo do capital, ele precisa ser barateado”, enumera.

“Isso só vem com uma estabilidade econômica, uma economia instável gera um custo financeiro muito alto, um custo de crédito muito alto”, complementa.

Além da política monetária, Matos destaca a importância de preparo e apoio institucional aos pequenos negócios.

“Principalmente ao que o Sebrae já desenvolve, o governo do estado de Mato Grosso do Sul desenvolve, outras entidades desenvolvem, o próprio Senac tem iniciativas importantes, justamente para contornar problemas como esse e evitar problemas”, sugere.

Na mesma linha, o economista Renato Gomes avalia que a diminuição da taxa Selic e a redução dos impostos que incidem sobre a produção e o consumo seriam medidas centrais para aliviar o endividamento empresarial.

“A diminuição da taxa Selic e a diminuição dos impostos que incidem sobre a produção e o consumo seriam as duas principais medidas que poderiam contribuir para que as empresas brasileiras superassem esse fardo que carregam, e que hoje está representado no endividamento empresarial excessivo”, afirma.

“Além disso, programas generalizados de parcelamentos de dívidas tributárias, porém com perdão das multas e dos juros. Alguns dos impactos seriam: maior disposição a investir, mais capacidade de assumir compromissos, mais confiança dos empresários em colocar projetos de pé”, finaliza.

CONSUMIDORES

O endividamento do consumidor sul-mato-grossense também atingiu o nível mais alto da série histórica e já compromete mais da metade da população adulta.

Segundo os dados de outubro, o Estado soma 1.234.934 moradores com o nome negativado, o equivalente a 57,2% da população. Somados, eles acumulam 5,42 milhões de dívidas, que totalizam R$ 9,23 bilhões.

As dívidas com bancos e cartões de crédito são as principais responsáveis pela inadimplência, concentrando 29,6% do total. Em seguida vêm as financeiras (18,3%), o varejo (10,9%) e as contas básicas de serviços como energia e telefonia (12,8%).

Os dados mostram que a inadimplência em Mato Grosso do Sul é estrutural e crescente, mesmo com o avanço de modalidades de crédito mais acessíveis, como o consignado CLT e o saque-aniversário do FGTS, que têm funcionado como alívio imediato, mas ampliado o risco de endividamento permanente.

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LOTERIAS

Resultado da Dia de Sorte de ontem, concurso 1158, terça-feira (30/12): veja o rateio

A Dia de Sorte realiza três sorteios semanais, às terças, quintas e sábados, sempre às 21h; veja quais os números sorteados no último concurso

31/12/2025 08h28

Confira o rateio do Dia de Sorte

Confira o rateio do Dia de Sorte Foto: Divulgação

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 1158 da Dia de Sorte na noite desta terça-feira, 30 de dezembro de 2025, a partir das 21h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 150 mil.

Premiação

  • 7 acertos - Não houve ganhadores
  • 6 acertos - 42 apostas ganhadoras, (R$ 2.101,75)
  • 5 acertos - 1.365 apostas ganhadoras, (R$ 25,00)
  • 4 acertos - 16.467 apostas ganhadoras, (R$ 5,00)

Mês da Sorte: Janeiro - 53.089 apostas ganhadoras, (R$ 2,50)

Confira o resultado da Dia de Sorte de ontem!

Os números da Dia de Sorte 1158 são:

  • 15 - 26 - 06 - 09 - 30 - 14 - 27
  • Mês da sorte: 01 - janeiro

O sorteio da Dia de Sorte é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal oficial da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: 1159

Como a Dia de Sorte tem três sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na sábado, 3 de janeiro, a partir das 20 horas, pelo concurso 1159. O valor da premiação está estimado em R$ 450 mil.

Para participar dos sorteios da Dia de Sorte é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 2,50 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 7 dente as 31 dezenas disponíveis, e fatura prêmio se acertar 4, 5, 6 e 7 números.

Como apostar na Dia de Sorte

Os sorteios da Dia de Sorte são realizados às terças, quintas e sábados, sempre às 19h (horário de MS).

O apostador marca entre 7 e 15 números, dentre os 31 disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 4, 5, 6 e 7 números.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 9 ou 12 concursos consecutivos através da Teimosinha.

A aposta mínima, de 7 números, custa R$ 2,50.

Os prêmios prescrevem 90 dias após a data do sorteio. Após esse prazo, os valores são repassados ao Tesouro Nacional para aplicação no FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

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