O juiz em substituição legal da comarca de Camapuã mandou a Starlink, empresa de internet via satélite do bilionário Elon Musk, que figura na lista dos homens mais ricos do planeta, suspender a cobrança considerada abusiva sobre o fazendeiro Gilberto Wilson Ruzzon, 72 anos , proprietário rural em Camapuã.
O motivo foi a disparada astronômica, sem trocadilho com a rede de satélites de Musk, dos preços cobrados do produtor.
Conforme Ruzzon informou ao juiz da comarca, depois de ter contratado em maio de 2023 um plano de R$ 280 mensais para acessar internet de alta velocidade e baixa latência praticamente de qualquer lugar do país, a cobrança do segundo mês após a contratação foi de nada menos que R$ 2.159,93. A terceira, correspondente ao período entre 15 de agosto e 14 de setembro, foi ainda maior: R$ 8.152,02.
Em um período de quatro meses, a empresa do bilionário Elon Musk cobrou nada menos que R$ 20.976,21 de Gilberto Ruzzon. A defesa do fazendeiro, diz que o valor devido no mesmo período seria de R$ 1.120,00, referente a quatro mensalidades do plano, que deveria ser fixo, conforme, inclusive, consta no site da empresa.
O valor cobrado indevidamente, conforme a defesa de Gilberto Ruzzon, foi de R$ 19.855,75.
O mérito do pedido, em que o fazendeiro pede para normalizar a cobrança em até R$ 280, não reconhecer a dívida que ele diz ser cobrada indevidamente, e ainda cobra a repetição desta mesma dívida de R$ 19,8 mil ao fazendeiro, e mais uma indenização por danos morais de R$ 30 mil, não foi julgado pelo magistrado de Camapuã.
O juiz de Camapuã, porém, determinou, ao atender o pedido de tutela antecipada, que o sinal de internet ao fazendeiro seja restabelecido, e que o plano de internet seja limitado até R$ 280 por mês até o julgamento do mérito.