Economia

DÉBITO AUTOMÁTICO

Um ano depois, DDA tem 4,8 milhões de usuários

Um ano depois, DDA tem 4,8 milhões de usuários

Infomoney

19/10/2010 - 19h40
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Um ano após seu lançamento, o DDA (Débito Direto Autorizado) registra 4,8 milhões de usuários cadastrados, segundo balanço da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), divulgado nesta terça-feira (19).

No período, o sistema já emitiu eletronicamente 180 milhões de boletos, que são apresentados aos clientes bancários pela internet, caixa eletrônico ou telefone. Considerando que os bancos emitem entre 1,8 bilhão e 2 bilhões de boletos anualmente, o DDA chega a representar o equivalente a 10% do volume de cobranças.

Por dia, são emitidos em média 864,7 mil boletos - a média em outubro de 2009 era de 259,9 mil boletos eletrônicos diários.

Usuários
No dia em que foi lançado, o sistema já possuía 1 milhão de clientes previamente cadastrados pelos bancos. Em seis meses (abril de 2010), 3,4 milhões de usuários já haviam se registrado.

Os atuais 4,8 milhões de usuários correspondem a 15% de todos os clientes de bancos que movimentam sua conta pela internet e 5% do total de correntistas. “Nossa meta é cadastrar 50% dos clientes que movimentam sua conta por meios eletrônicos no DDA nos próximos quatro anos”, declarou o membro do comitê gestor do DDA, Leonardo Ribeiro, segundo a Agência Brasil.

Atualmente, um boleto bancário leva em torno de oito dias entre o pedido de emissão na empresa cobradora, o registro e emissão no banco, a impressão, postagem, entrega ao pagador e o pagamento. Com o DDA, segundo a Febraban, o ciclo pode ser encerrado em dois dias, com a emissão, registro, disponibilização ao pagador e liquidação.

Dificuldades
Ribeiro disse que, atualmente, não são todas as contas que podem ser pagas pelo sistema. As concessionárias de serviços de água e luz, por exemplo, ainda não podem usar o sistema eletrônico por questões técnicas. A Febraban, entretanto, informou que já está estudando uma forma de incluir as cobranças dessas companhias no DDA.

Apesar do alto número de boletos emitidos, muitos clientes cadastrados se queixam de continuar continuar recebendo boletos em papel, pelos Correios. De acordo com a Febraban, isso continuará acontecendo enquanto o nível de adoção pelas empresas cobradoras permanecer baixo.
 

Alta

Estiagem já resulta em aumento dos preços de arroz, feijão e carne em MS

Dados do Dieese apontam alta de até 21% para os itens no intervalo de 12 meses; a cesta básica é cotada a R$ 714,63 na Capital

05/10/2024 07h30

O preço da carne bovina deve subir ainda mais até o fim do ano

O preço da carne bovina deve subir ainda mais até o fim do ano Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Com impacto direto no bolso do consumidor, a falta de chuvas já afeta os preços de alimentos essenciais na mesa dos brasileiros. Em Mato Grosso do Sul, dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelam uma alta de 21,85% no preço do pacote de arroz com 5 quilos no acumulado dos últimos 12 meses, por exemplo. Outros produtos que também tiveram majoração nos preços foram o feijão e a carne bovina.

Conforme os preços monitorados pelo Dieese, o pacote com 5 kg de arroz branco, o principal componente da alimentação básica do brasileiro, custava R$ 25,90 em setembro do ano passado, enquanto neste ano passou para R$ 31,55 (21,85%), acréscimo de R$ 5,65 em um ano. Considerando apenas o intervalo entre dezembro de 2023 e setembro deste ano, a alta foi de 9,5%.

O feijão também teve aumento de preços ao longo de 12 meses, passando de R$ 6,91 por quilo para uma média de R$ 7,43 por quilo no mês passado – alta de 7,68%.

Segundo dados do Dieese, em Mato Grosso do Sul, a carne bovina segue tendência de alta, registrando elevação porcentual de 4,20% em um ano. O quilo da carne vermelha, que custava R$ 34,28 em setembro do ano passado, chegou a R$ 35,72 em setembro deste ano.

O economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), Staney Barbosa Melo, ressalta que os últimos anos têm sido muito ruins para a produtividade de grãos no Brasil.

“De 2023 para cá, a produção das lavouras sofreu com intempéries climáticas. Muitos se lembram dos problemas que tivemos no Rio Grande do Sul, inundou praticamente todo o estado, assim como a forte onda de calor que afetou o Centro-Oeste do País, em especial Mato Grosso do Sul”. 

Melo comenta que a situação interfere no processo inflacionário de forma significativa, principalmente em produtos essenciais da cesta básica, como o arroz. “Isso porque nos mercados agrícolas imperam as leis de mercado, o equilíbrio entre oferta e demanda”, explica.

O economista Eduardo Matos pontua que nesses momentos de crise climática fica mais evidente a relação entre a produção, a economia, o meio ambiente e os recursos naturais de um modo geral. 

“A produção agrícola cai por falta de chuva, então, nesses itens, em razão de uma produção menor e da demanda estável, o aumento ocorre no processo”.

Melo detalha que quando a demanda de um produto é maior do que a oferta, naturalmente, os preços sobem. “Esse desequilíbrio ocorre pela conjunção de fatores como a melhora do poder de compra do brasileiro, a falta de oferta de alimentos e, claro, as questões climáticas”.

Ele ainda complementa explicando que, quando o clima colabora, a produção de alimentos tem um salto de produtividade que reduz, em termos relativos, os custos de produção, fazendo com que o produtor consiga levar o produto mais barato ao mercado e não precise repassar os seus custos. 

“No caso da carne bovina, por se tratar de uma produção de ciclo alongado, os estoques de animais oriundos da retenção de fêmeas entre os anos de 2020 e 2022 foram suficientes para impedir uma elevação agressiva nos preços da carne bovina em 2023 e 2024. Ainda que os problemas de clima tenham também afetado o elo pecuário, o impacto ainda é razoável, como pode ser observado ao longo dos 12 meses considerados”, ressalta o economista do SRCG.

Matos comenta que a disponibilidade de alimentos para os animais diminui e os produtores acabam tendo de investir mais em suplementação e em ração, fazendo com que o custo para a produção de carne fique mais elevado. Além disso, há o fato de que a maior parte das rações é composta por milho e soja, itens que também são prejudicados pela falta de chuvas.

Outra consequência da estiagem que também afeta preços de produtos é produção de energia, tendo em vista que a maior parte da energia gerada no Brasil provém de hidrelétricas. A partir do momento que há uma estiagem, os reservatórios ficam mais baixos e é necessário ativar outras fontes de geração.

“A primeira que é ativada é a das termelétricas, que é fácil de ser ativada e desativada e, por isso, acaba sendo a primeira opção. E dentro desse hall de termelétricas existem aquelas a biomassa, a carvão, a diesel, que são combustíveis que não são tão baratos, com exceção da biomassa. O diesel e o carvão são combustíveis custosos”, destaca Matos.

CESTA BÁSICA

Em Campo Grande, conforme levantamento do Dieese, o aumento no custo da cesta básica é reflexo de uma tendência de alta nos preços de outros alimentos. Ao comparar os valores de setembro de 2023 e setembro deste ano, a capital sul-mato-grossense registrou um incremento de 5,76% na cesta, destacando-se entre as cidades que mais sofreram elevações nos preços. O preço da cesta básica registrado em setembro foi de R$ 714,63.

Além disso, nos primeiros nove meses deste ano, Campo Grande apresentou uma alta de 2,43% nos preços médios, posicionando-se entre as capitais que enfrentaram as maiores variações, ao lado de São Paulo (4,13%) e Rio de Janeiro (2,53%). Essa situação reforça a preocupação com o impacto da inflação no cotidiano dos cidadãos, evidenciando a necessidade de estratégias que mitiguem os efeitos desse aumento no bolso da população.

SECA

A seca se tornou um desafio crescente para a agropecuária em Mato Grosso do Sul, impactando diretamente o custo da produção e, por consequência, a ponta da cadeia produtiva. O agrometeorologista Danilton Flumignan, da Embrapa Agropecuária Oeste, ressalta que a imprevisibilidade climática tem afetado de forma significativa as atividades agrícolas, além de dificultar a manutenção das pastagens na região. “Isso resulta em um aumento dos custos de produção, afetando, por consequência, os preços de comercialização”, frisa.

Após a incidência de um El Niño considerado forte sobre a Região Centro-Oeste, responsável pelo ciclo climático adverso, especialistas apontam ainda os efeitos do fenômeno La Niña. “O fenômeno pode impactar a produção agrícola da segunda metade do ano em função das condições climáticas desfavoráveis”, afirma Flumignan.

O agrometeorologista da Embrapa Agropecuária Oeste Éder Comunello ressalta que a confirmação de um cenário de La Niña a partir do fim do mês passado poderá afetar diretamente a próxima safra de verão.
“Em MS, o La Niña está associada a chuvas menos frequentes e inferiores à média, o que é particularmente preocupante, dado que, nos últimos anos, temos observado uma redução na disponibilidade hídrica e temperaturas mais altas”.

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Economia

Tudo sobre o imposto mínimo global que começará a vigorar no Brasil em 2026

A medida provisória que institui a cobrança do tributo complementar sobre o lucro de empresas que atuam no país.

04/10/2024 23h00

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O Brasil deu início à implantação do imposto mínimo global sobre grandes multinacionais, nesta quinta-feira (3), com a publicação de uma MP (medida provisória) que institui a cobrança do tributo complementar sobre o lucro de empresas que atuam no país.

O QUE É O IMPOSTO MÍNIMO?

O Brasil faz parte de um acordo global, envolvendo mais de 140 países, para cobrar um imposto mínimo de 15% sobre o lucro das maiores multinacionais do planeta, conforme regras definidas pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). São alcançadas empresas com faturamento global a partir de 750 milhões de euros, cerca de R$ 4 bilhões, considerando pelo menos dois dos quatro anos fiscais imediatamente anteriores ao analisado.

QUEM JÁ COBRA ESSE TRIBUTO?

A maior parte das grandes economias mundiais já implementou ou está implementando essa tributação mínima a partir deste ano. Em 2024, 36 jurisdições já adotaram os 15%, e outras 20 vão cobrar a partir de 2025, cobrindo 90% dessas companhias.

QUEM TEM PRIORIDADE PARA FAZERA A COBRANÇA?

A prioridade de cobrar o imposto é do país no qual ocorre a tributação abaixo desse percentual. Se a empresa não recolher o tributo mínimo sobre seu lucro no Brasil, por exemplo, o país sede da companhia poderá fazê-lo.

QUIAS AS EMPRESAS QUE PODEM SER TRIBUTADAS? 

A Receita Federal afirma que o Brasil tinha 7,9 milhões de companhias ativas em 2022, entre companhias brasileiras e internacionais. Há 8.704 na faixa de faturamento da nova regra, mas apenas 957 pagam menos de 15% de tributos sobre o lucro (0,01% do total). A maioria são multinacionais estrangeiras. Cerca de 20 empresas têm majoritariamente 
capital nacional.

COMO É FEITO ESSE CÁLCULO?

A empresa vai apurar seu lucro anual no Brasil e verificar qual foi a tributação efetiva. Se o percentual estiver abaixo de 15%, a diferença será tributada com um adicional de CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). Se a alíquota efetiva for de 10%, por exemplo, serão cobrados mais 5% sobre o mesmo valor.

QUE IMPOSTO É ESSE?

A CSLL é uma contribuição destinada à seguridade social e que incide sobre o lucro líquido. Sua arrecadação fica toda com o governo federal. A maioria das grandes empresas é tributada com 9% de CSLL e 15% de Imposto de Renda sobre o lucro, mas benefícios fiscais, brechas na legislação e outros artifícios fazem com que a alíquota total efetiva média fique abaixo de 20%, segundo a Receita.

QUANDO O BRASIL COMEÇA A COBRAR O TRIBUTO?

O adicional da CSLL foi instituído pela medida provisória 1.262, publicada nesta quinta-feira (3), que dá ao Brasil o direito de exercer a prioridade na cobrança do tributo complementar sobre o lucro das multinacionais que atuam no país. Ele começa a valer em janeiro de 2025. Como a apuração é anual, o primeiro pagamento será feito em 2026.

QUAL A ARRECADAÇÃO ESPERADA? 

A expectativa do governo de arrecadação com a MP é de R$ 3,4 bilhões em 2026, R$ 7,3 bilhões para 2027 e de R$ 7,7 bilhões a partir de 2028.

HÁ ALGUM ALÍVIO NESSE IMPOSTO?

A norma prevê um abatimento com base no valor dos investimentos feitos no país e no tamanho da folha de pagamento. Também há regras para preservar o efeito gerado por alguns benefícios fiscais (não todos), o que ajuda a preservar, por exemplo, os incentivos na região amazônica e no Nordeste (áreas da Sudam e Sudene).

HAVERÁ AUMENTO DE CARGA TRIBUTÁRIA PARA A EMPRESA? 

A Receita diz que não haverá aumento de carga, pois se a empresa não pagar o imposto aqui será tributada em outro país.

 

*Informações da Folhapress 

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