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Clubes paulistas cobram respostas da Esportes da Sorte

A empresa está entre os alvos da Operação Integration, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco, que investiga uma organização criminosa que teria movimentado cerca de R$ 3 bilhões provenientes de jogos ilegais e lavagem de dinheiro.

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Palmeiras e Corinthians afirmaram nesta quinta-feira (3) que acompanham com apreensão a situação da Esportes da Sorte, que não entrou na lista de casas de apostas com autorização do Ministério da Fazenda para operar no Brasil. Somente bets regularizadas junto ao governo federal podem patrocinar clubes.

A empresa está entre os alvos da Operação Integration, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco, que investiga uma organização criminosa que teria movimentado cerca de R$ 3 bilhões provenientes de jogos ilegais e lavagem de dinheiro.
O caso faz parte do inquérito que levou à prisão a influenciadora Deolane Bezerra e ao indiciamento do cantor sertanejo Gusttavo Lima.

Em nota, o Palmeiras afirmou que "recebeu com surpresa a informação sobre a ausência" da empresa na lista divulgada pelo governo na terça-feira (1º). A casa de apostas patrocina a equipe feminina do time da Barra Funda, além de fazer ações em jogos do time masculino como mandante, por meio de placas eletrônicas e conteúdos nas redes sociais. O clube recebe R$ 18,5 milhões da casa de apostas.

A empresa também sinalizou interesse de patrocinar o time masculino, mas as conversas travaram devido à investigação em curso.
Ainda de acordo com o comunicado, a agremiação alviverde já acionou o seu departamento jurídico para acompanhar o caso. O contrato entre as partes, celebrado em janeiro deste ano, é válido até o final do ano.

No mês passado, quando a investigação da Polícia Civil se tornou público, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, afirmou que a empresa vinha cumprindo "rigidamente" os compromissos com o clube.
Nesta quinta-feira (3), o Corinthians também se manifestou pela primeira vez sobre o caso. Em nota, disse que "reafirma sua confiança na Esportes da Sorte, que vem cumprindo integralmente o contrato".

Ainda de acordo com o comunicado, o clube afirmou que "está em contato com a parceira e enviou um pedido de esclarecimentos sobre o status e os próximos passos do processos de regularização da operação".

Desde que as suspeitas foram divulgadas, o presidente corintiano, Augusto Melo, tem sido cobrado no Parque São Jorge para exigir explicações da Esporte da Sorte, além de garantias de que a empresa vai cumprir com seus compromissos com o clube.

Como a operação determinou o bloqueio de contas da Esportes da Sorte, há o temor no Parque São Jorge de que o parceiro possa atrasar ou até não conseguir pagar as parcelas do contrato de patrocínio. O clube da zona leste fechou contrato em julho, em um acordo de R$ 309 milhões com prazo de três anos.

Também há preocupação em relação à promessa da empresa, firmada em contrato, de ajudar o clube a bancar a contratação de um jogador de renome. O escolhido pela equipe foi o holandês Memphis Depay, com passagens por Manchester United, Barcelona e Atlético de Madrid.

Apesar da investigação em andamento, a agremiação alvinegra confia que a patrocinadora vai bancar os R$ 57 milhões do pacote de R$ 70 milhões pela contratação de Depay.
Questionada pela reportagem, a Esportes da Sorte afirmou em nota que sempre teve compromisso com a "transparência e em favor da regulamentação".

"Tanto é que o Grupo Esportes da Sorte cumpriu com todas as exigências das portarias SPA/MF Nº 827/2024 e SPA/MF Nº 1.475/2024 e entregou toda a documentação correspondente dentro dos prazos estabelecidos nas respectivas portarias", disse a empresa, que acredita em um erro do sistema e que sua regularização será feita em breve.

"Já estamos em contato com a Secretaria de Prêmios e Apostas para solicitar maiores esclarecimentos, uma vez que não existe qualquer impedimento legal para a continuidade da nossa atividade, que sempre ocorreu em conformidade às normas do Governo Federal", afirma a casa de apostas.

Na noite de quarta-feira (2), a Secretaria de Prêmios e Apostas divulgou uma nota lista de empresas com autorização para operar no Brasil, mas a Esportes da Sorte não consta entre as 12 novas bets listadas.
O governo atribuiu a reclassificação a erros no sistema de recepção das notificações. "Uma empresa e suas bets foram incluídas na relação após a confirmação de que o pedido tinha sido devidamente assinado por um representante legal autorizado pela empresa", informou a pastas.

Ainda sem autorização para operar no país, a Esportes da Sorte teve sua primeira baixa entre os clubes com os quais tem vínculo. Nesta quinta, o Athletico Paranaense informou que suspendeu o patrocínio da casa de apostas.
Anunciado no ano passado, o acordo era o maior patrocínio máster da história do clube, válido por três anos, no valor de R$ 50 milhões.

 

*Informações da Folhapress 
 

Copa do Brasil-20

União ABC sofre a maior goleada da história da competição: 12 a 0

Representante de Mato Grosso do Sul na competição, se despede da Copa do Brasil; já o adversário o Palmeiras, avança e enfrenta o Coritiba (PR).

03/10/2024 17h02

Luighi comemora um dos gols do Palmeiras sub-20 contra o União ABC

Luighi comemora um dos gols do Palmeiras sub-20 contra o União ABC Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

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O União ABC, único representante de Mato Grosso do Sul na Copa do Brasil Sub-20, sofreu, na tarde desta quinta-feira (3), a maior goleada da história em competições nacionais, perdendo por 12 a 0 no Estádio Bruno José Daniel, em Santo André (SP). Com o resultado, a equipe de MS se despede da competição.

A partida foi de domínio total do Palmeiras, o atual campeão brasileiro, que abriu o placar logo no início, aos 4 minutos, com Luighi. O segundo gol da partida ocorreu aos 12 minutos, com Robson.

O Palmeiras continuou mostrando sua força no primeiro tempo. Aos 32 minutos, Thales ampliou para 3 a 0. Com o placar em mãos, o Palmeiras não desacelerou e, ainda na primeira etapa, fez mais quatro gols: Benedetti (39 min), Coutinho (43 min), Alan (44 min) e Luighi (46 min).

Já no segundo tempo, o Palmeiras continuou acelerando o jogo. Aos 3 minutos da etapa final, Agner ampliou para 8 a 0. Ainda na segunda etapa, Sorriso fez o nono gol da partida, aos 10 minutos. Daniel marcou o 10º gol aos 21 minutos, e Sorriso fechou a maior goleada da história da competição, com 12 a 0, aos 31 minutos..

O União ABC se despede da competição e o Palmeiras avança e deve enfrentar o Coritiba na próxima fase. 

O último jogo das duas equipes também foi pela Copa do Brasil de 2023, quando o Palmeiras goleou por 6 a 0. Em 2022, o União ABC se despediu da competição ao perder para o Athletico Paranaense por 7 a 0.

 

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Pressão aumenta

Nova assembleia pode destituir Francisco Cezário da FFMS

Incomodados com o comportamento de Cezário, clubes marcam nova reunião para o dia 14 de outubro, que pode decidir a permanência do presidente afastado da entidade por corrupção.

03/10/2024 15h02

Francisco Cezário, de 77 anos, segue afastado da FFMS.

Francisco Cezário, de 77 anos, segue afastado da FFMS. Foto: Divulgação/ FFMS

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Incomodados com a atuação de Francisco Cezário, que estaria interferindo na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) "por debaixo dos panos", clubes e dirigentes que fazem parte do quadro associativo convocaram uma nova assembleia geral extraordinária para o julgamento administrativo de supostos atos irregulares praticados pelo gestor, afastado da entidade por corrupção.

A convocação foi realizada pelo gestor interino, Estevão Petrallas. A reunião está marcada para as 14h, na CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), localizada na Rua Antônio Corrêa, 417, Jardim Monte Líbano, em Campo Grande.

De acordo com a apuração da reportagem, os clubes estão revoltados com o comportamento de Francisco Cezário, que, mesmo usando tornozeleira eletrônica, estava interferindo na troca do gestor interino Estevão Petrallas por João Garcia Ferreira, ex-presidente do Aquidauanense e um dos vice-presidentes executivos da entidade, sem consultar os clubes. 

De acordo com a visão de alguns dirigentes ao Correio do Estado, Cezário foi ousado ao querer interferir na FFMS, mesmo sabendo que o Ministério Público "estaria na sua cola", realizando reuniões em sua residência com presidentes de clubes e dirigentes esportivos, além de acompanhar "de perto" as reuniões que eram realizadas na entidade. 

Seguindo o edital da FFMS, Cezário tem agora 30 dias para apresentar sua defesa. Caso os associados deem seguimento à destituição, será votada uma nova convocação e agendadas novas eleições na entidade.


Cartão Vermelho 

Cezário foi preso na manhã do dia 21 de maio deste ano, como um dos alvos da Operação Cartão Vermelho, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga o desvio de mais de R$ 6 milhões da Federação de Futebol de MS, entre os anos de 2018 e 2023. Somente na casa de Cezário, foram apreendidos mais de R$ 800 mil.

Menos de uma semana após a Operação, ele pediu afastamento do cargo. No dia 6 de julho, teve liberdade concedida, com o uso de tornozeleira eletrônica por 90 dias, e proibição de contato com demais acusados e testemunhas.

A liberdade só foi concedida porque no dia 5 de junho, Cezário deixou o Presídio Militar com um princípio de infarto, e precisou fazer um cateterismo, procedimento que trata doenças cardíacas por meio da introdução de um tubo flexível, o cateter. O problema aconteceu logo após ele tomar conhecimento falecimento da irmã, Maria Rosa Cezário, de 81 anos, que morreu naquele mesmo dia, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Na manhã do dia 28 de agosto, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) foi à residência de Francisco Cezário para cumprir um novo mandato de prisão, desta vez por descumprimento das medidas cautelares impostas na concessão de liberdade.

Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o ex-dirigente continuava a participar, nos bastidores, dos rumos da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. 

Investigações apontaram que Cezário articulava com aliados e fazia reuniões em sua própria residência com presidentes de clubes e dirigentes esportivos, além de acompanhar "de perto" as reuniões que eram realizadas na FFMS.

No despacho que concedeu liberdade a Cezário, a desembargadora Elizabete Anache, da 1ª Câmara Criminal do TJMS, havia determinado que o ex-presidente estaria proibido de:

  • manter contato com os demais acusados e testemunhas;
  • participar de atividades na FFMS;
  • comparecer à sede da FFMS;
  • se ausentar da comarca por mais de oito dias sem o prévio conhecimento e anuência do juízo natural;
  • e mudar de endereço sem autorização.
  • Tais medidas foram descumpridas pelo investigado.
  • Inclusive, a reportagem apurou que, pouco antes de ser preso novamente, Cezário estaria articulando, por meio de abaixo-assinado, a troca do atual presidente da FFMS, Estevão Petrallás, por João Garcia Ferreira, que é ex-presidente do Aquidauanense e um dos vice-presidentes executivos da entidade.

O documento seria enviado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No entanto, a tentativa foi malsucedida, já que a entidade decidiu por prorrogar em mais 90 dias o mandato interino de Petrallás. 

Histórico
Oficialmente, Cezário comandou a entidade futebolística pela primeira vez em 1987, 37 anos atrás. 

Neste período, ele ficou, em tese, fora do do comando da associação por quatro anos, entre 2001 a 2004, quando assumiu a prefeitura de Rio Negro, cidade distante 150 quilômetros de Campo Grande. Mesmo assim, controlava a Federação.

Cezário tentou reeleger-se prefeito, mas não conseguiu. Ele voltou para a FFMS e não saiu mais. Normalmente, ele concorre sozinho, sem adversários.

Votam nas eleições da FFMS dirigentes de associações (clubes profissionais), associações (clubes praticantes do futebol amador da capital e do interior) e ligas municipais amadoras. Em torno de 35 pessoas participam do pleito.

Segunda vez
A operação Cartão Vermelho não chega a ser uma novidade no histórico de Francisco Cesário. Ele já havia sido condenado, em 2009 em primeira instância e em 2010 a 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) ratificou a decisão para que cumprisse pena de quatro anos e cinco meses, em regime semiaberto, por desviar algo em torno de R$ 56 mil Federação de Futebol.

De acordo com a assessoria de imprensa do TJ, à época Cezário foi denunciado pelo Ministério Público por ter supostamente transferido recursos da FFMS para a conta particular.

Dizia ainda a denúncia que parte do dinheiro o presidente investiu em campanha política, quando era candidato a prefeito da cidade de Rio Negro, no fim da década de 90.

Na época, a denúncia foi baseada em provas levantadas pela PF em meio a uma CPI que investigou as relações entre a CBF e a Nike.

Operação Cartão Vermelho
Na manhã de 21 de maio, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, passou sete horas na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul em ação para deflagrar a Operação Cartão Vermelho, que tinha como alvo não apenas o presidente da FFMS, Francisco Cezário, mas também demais integrantes de uma suposta organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro.

Segundo o balanço, divulgado pelo Gaeco, as investigações já aconteciam há 20 meses, e constataram que foi instalada na Federação uma organização criminosa que desviava valores recebidos do Governo do Estado (via convênio, subvenção ou termo de fomento) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A quantia desviada era utilizada para benefício dos envolvidos no grupo, e não chegava a ser investida no futebol estadual.

"Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul – FFMS, em valores não superiores a R$ 5.000,00, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema", diz nota do Gaeco.

Usando desse mecanismo, os integrantes da organização realizaram mais de 1.200 saques, que somados ultrapassaram o valor de R$ 3 milhões.

A investigação também aponta que os suspeitos também possuíam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

"Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul", explicou o Gaeco.

De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram desviados da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul mais de R$ 6 milhões.

A operação batizada como “Cartão Vermelho” cumpriu 7 mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Somente nesta manhã, foram apreendidos mais de 800 mil reais.

Saiba: O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

 

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