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Transparência

Inquérito civil pode resultar em jogos sem torcedores no Estádio Jacques da Luz

Conforme o documento apresentado ao Ministério Público, o inquérito avalia as condições de segurança do estádio para receber torcedores. Existe a possibilidade de que o campeonato estadual da Série B aconteça sem a presença de público.

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Com a reforma interminável do Estádio Universitário Pedro Pedrossian, o Estádio Jacques da Luz, localizado na região sul de Campo Grande, é atualmente a única arena pronta para receber jogos dos clubes da capital. No entanto, o estádio está sendo alvo de um inquérito civil devido às condições de segurança para os torcedores.

O inquérito publicado no Diário Oficial do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (DOMPMS) pode comprometer os próximos jogos do Campeonato Sul-Mato-Grossense da Série B, uma vez que existe a possibilidade de as partidas serem realizadas sem a presença de torcedores.

A 25ª Promotoria de Justiça da Comarca de Campo Grande informou que o certificado dos Bombeiros venceu em 13 de agosto e ainda não foi renovado. O estadual da segunda divisão começa em menos de 30 dias.

"Nós, da federação, estamos cuidando exclusivamente do caso do Jacques da Luz e, nesta sexta-feira, vou me reunir com a Funesp para entender o que precisamos entregar para que ele seja aprovado o mais rápido possível", relatou o presidente da FFMS, Estevão Petrallás, ao Correio do Estado.

Com o vencimento dos laudos, o Ministério Público notificou a federação sobre a situação. Caso os documentos não sejam entregues, os jogos do estadual da Série B terão que ser realizados sem público.

Segundo a promotoria, os laudos visam o Plano de Segurança, o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) e o Laudo de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico, que deve ser acompanhado do AVCB.


Reforma no estádio

Após o Estádio Universitário Pedro Pedrossian, conhecido como Morenão, entrar em reformas intermináveis, o modesto Estádio Jacques da Luz se tornou o principal campo de futebol de Campo Grande. Com o piso irregular e fofo, o gramado rapidamente caiu na crítica de torcedores e jogadores devido à sua superfície irregular e ao gramado alto e inadequado.

Após a classificação do Operário para a Copa do Brasil, jogadores e comissão técnica do Operário Ferroviário enviaram imagens do gramado irregular à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), solicitando que a partida fosse transferida para outro local devido ao risco à saúde dos atletas.

Devido ao alerta e às reclamações dos jogadores, o Estádio Jacques da Luz foi fechado para a reforma do gramado. Ele foi liberado no dia 28 de fevereiro para o jogo da Copa do Brasil.

Por isso, o gramado não estava pronto para o Campeonato Estadual deste ano, e prometeram reformar o campo para o estadual de 2025.

Infelizmente, as eleições municipais atrasaram o projeto, e atualmente há apenas uma preparação do gramado. A reforma do piso só será possível após o Campeonato Sul-Mato-Grossense de 2025.

 

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Internado

Cezário precisa ser socorrido e deixa presídio 16 dias após nova prisão

"Imperador" do futebol de MS estava com diarreia, desidratação e complicações causadas por um problema de mobilidade em uma das pernas

13/09/2024 09h10

Francisto Cezério voltou a ser preso no dia 28 de agosto por descumprimento a ordens judiciais.

Francisto Cezério voltou a ser preso no dia 28 de agosto por descumprimento a ordens judiciais. Marcelo Victor/Correio do Estado

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Exatos 16 dias após ter sido preso novamente, Francisco Cezário, presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), precisou ser socorrido e encaminhado ao Hospital Cassems de Campo Grande.

Cezário deixou a prisão no fim da manhã da última quinta-feira (12), com diarreia, desidratação e complicações causadas por um problema de mobilidade em uma das pernas, que vinha causando quedas constantes, como explicou o advogado, Júlio César Marques.

"Já que ele foi internado para fazer o tratamento de hidratação, tomar soro, o médico aproveitou e já agendou no para ele fazer os exames da perna, para iniciar um tratamento também", disse à reportagem.

Segundo o advogado, assim que receber alta, Cezário voltará para a prisão, já que ainda aguarda decisão do juiz quanto ao pedido de liberdade.

Relembre

Cezário foi preso na manhã do dia 21 de maio deste ano, como um dos alvos da Operação Cartão Vermelho, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga o desvio de mais de R$ 6 milhões da Federação de Futebol de MS, entre os anos de 2018 e 2023. Somente na casa de Cezário, foram apreendidos mais de R$ 800 mil.

Menos de uma semana após a Operação, ele pediu afastamento do cargo. No dia 6 de julho, teve liberdade concedida, com o uso de tornozeleira eletrônica por 90 dias, e proibição de contato com demais acusados e testemunhas.

A liberdade só foi concedida porque no dia 5 de junho, Cezário deixou o Presídio Militar com um princípio de infarto, e precisou fazer um cateterismo, procedimento que trata doenças cardíacas por meio da introdução de um tubo flexível, o cateter. O problema aconteceu logo após ele tomar conhecimento falecimento da irmã, Maria Rosa Cezário, de 81 anos, que morreu naquele mesmo dia, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Na manhã do dia 28 de agosto, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) foi à residência de Francisco Cezário para cumprir um novo mandato de prisão, desta vez por descumprimento das medidas cautelares impostas na concessão de liberdade.

Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o ex-dirigente continuava a participar, nos bastidores, dos rumos da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. 

Investigações apontaram que Cezário articulava com aliados e fazia reuniões em sua própria residência com presidentes de clubes e dirigentes esportivos, além de acompanhar "de perto" as reuniões que eram realizadas na FFMS.

No despacho que concedeu liberdade a Cezário, a desembargadora Elizabete Anache, da 1ª Câmara Criminal do TJMS, havia determinado que o ex-presidente estaria proibido de:

  • manter contato com os demais acusados e testemunhas;
  • participar de atividades na FFMS;
  • comparecer à sede da FFMS;
  • se ausentar da comarca por mais de oito dias sem o prévio conhecimento e anuência do juízo natural;
  • e mudar de endereço sem autorização.

Tais medidas foram descumpridas pelo investigado.

Inclusive, a reportagem apurou que, pouco antes de ser preso novamente, Cezário estaria articulando, por meio de abaixo-assinado, a troca do atual presidente da FFMS, Estevão Petrallás, por João Garcia Ferreira, que é ex-presidente do Aquidauanense e um dos vice-presidentes executivos da entidade.

O documento seria enviado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No entanto, a tentativa foi malsucedida, já que a entidade decidiu por prorrogar em mais 90 dias o mandato interino de Petrallás. 

Histórico

Oficialmente, Cezário comandou a entidade futebolística pela primeira vez em 1987, 37 anos atrás. 

Neste período, ele ficou, em tese, fora do do comando da associação por quatro anos, entre 2001 a 2004, quando assumiu a prefeitura de Rio Negro, cidade distante 150 quilômetros de Campo Grande. Mesmo assim, controlava a Federação.

Cezário tentou reeleger-se prefeito, mas não conseguiu. Ele voltou para a FFMS e não saiu mais. Normalmente, ele concorre sozinho, sem adversários.

Votam nas eleições da FFMS dirigentes de associações (clubes profissionais), associações (clubes praticantes do futebol amador da capital e do interior) e ligas municipais amadoras. Em torno de 35 pessoas participam do pleito.

Segunda vez

A operação Cartão Vermelho não chega a ser uma novidade no histórico de Francisco Cesário. Ele já havia sido condenado, em 2009 em primeira instância e em 2010 a 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) ratificou a decisão para que cumprisse pena de quatro anos e cinco meses, em regime semiaberto, por desviar algo em torno de R$ 56 mil Federação de Futebol.

De acordo com a assessoria de imprensa do TJ, à época Cezário foi denunciado pelo Ministério Público por ter supostamente transferido recursos da FFMS para a conta particular.

Dizia ainda a denúncia que parte do dinheiro o presidente investiu em campanha política, quando era candidato a prefeito da cidade de Rio Negro, no fim da década de 90.

Na época, a denúncia foi baseada em provas levantadas pela PF em meio a uma CPI que investigou as relações entre a CBF e a Nike.

Operação Cartão Vermelho

Na manhã de 21 de maio, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, passou sete horas na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul em ação para deflagrar a Operação Cartão Vermelho, que tinha como alvo não apenas o presidente da FFMS, Francisco Cezário, mas também demais integrantes de uma suposta organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro.

Segundo o balanço, divulgado pelo Gaeco, as investigações já aconteciam há 20 meses, e constataram que foi instalada na Federação uma organização criminosa que desviava valores recebidos do Governo do Estado (via convênio, subvenção ou termo de fomento) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A quantia desviada era utilizada para benefício dos envolvidos no grupo, e não chegava a ser investida no futebol estadual.

"Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul – FFMS, em valores não superiores a R$ 5.000,00, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema", diz nota do Gaeco.

Usando desse mecanismo, os integrantes da organização realizaram mais de 1.200 saques, que somados ultrapassaram o valor de R$ 3 milhões.

A investigação também aponta que os suspeitos também possuíam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

"Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul", explicou o Gaeco.

De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram desviados da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul mais de R$ 6 milhões.

A operação batizada como “Cartão Vermelho” cumpriu 7 mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Somente nesta manhã, foram apreendidos mais de 800 mil reais.

Saiba: O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

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ELIMINATÓRIAS

De MS, goleiro naturalizado deve ficar no banco contra o Brasil

Convocado para as rodadas de setembro das eliminatórias, o murtinhense Carlos Coronel iniciou no banco no último jogo do Paraguai, do qual foi um empate sem gols contra o Uruguai

10/09/2024 10h30

Nascido em Porto Murtinho, Carlos Coronel é o atual goleiro do NY Red Bull (EUA)

Nascido em Porto Murtinho, Carlos Coronel é o atual goleiro do NY Red Bull (EUA) Foto: Transfermarkt / Imago

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Nascido em Porto Murtinho, o goleiro Carlos Coronel deverá ser opção no banco de reservas da seleção paraguaia contra o Brasil, nesta terça-feira (10), às 20h30 (horário de MS), pela 8ª rodada das eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo de 2026.

Na última sexta-feira (06), o Paraguai empatou sem gols contra o Uruguai, fora de casa, em partida que marcou a despedida do goleador Luis Suárez da seleção celeste. Neste jogo, o goleiro titular da albirroja foi o conhecido da população brasileira Gatito Fernández, que defende as cores do Botafogo desde janeiro de 2017, enquanto Coronel ficou no banco.

Na Copa América deste ano, que aconteceu em junho e julho, Carlos também foi convocado pelo técnico Daniel Garnero para a disputa da competição. Porém, em três jogos da seleção paraguaia no torneio continental (incluindo uma derrota de 4x1 diante do Brasil), o murtinhense acabou sendo reserva em todos.

Ao todo, Coronel tem nove partidas com a camisa vermelha e branca, sendo seis em 2023 durante as eliminatórias e mais três neste ano em junho, em amistosos oficiais. Hoje, é goleiro titular do NY Red Bull (EUA) e, desde o término da Copa América, foi titular em seis das sete partidas que a equipe disputou.

Atualmente, a seleção paraguaia ocupa a sétima colocação das eliminatórias, ou seja, indo para a repescagem, com seis pontos (uma vitória, três empates e três derrotas). Enquanto isso, o Brasil está na quarta posição, com 10 pontos conquistados (três vitórias, um empate e três derrotas). Confira a classificação completa:

Nascido em Porto Murtinho, Carlos Coronel é o atual goleiro do NY Red Bull (EUA) Fonte: Conmebol

Segundo o Transfermarkt, site especializado em valores dos jogadores profissionais, Carlos Coronel é avaliado em 1 milhão de euros (R$ 6,2 milhões, na cotação atual).

Trajetória - Carlos Coronel

Carlos nasceu no dia 29 de dezembro de 1996, em Porto Murtinho, mas com mãe paraguaia. Ele nunca jogou profissionalmente no Brasil, mas já passou por times de base nacionais, como o Red Bull Brasil sub-20, de Campinas. Também já foi aprovado em uma peneira no São Paulo, mas foi dispensado logo depois. 

"Eu tinha uns 15 anos quando fiquei um mês em Cotia no CT e fui aprovado, mas depois fui dispensado. O motivo exato (da dispensa) eu não consigo te dizer. Talvez tenha acontecido algo entre o meu representante na época e algum diretor do São Paulo", disse Carlos ao canal de esportes ESPN.

Depois disso, Carlos passou por Desportivo Brasil e Paraná até chegar ao Red Bull Brasil, em 2011. Antes mesmo de estrear no profissional, ele mudou-se para o Red Bull Salzburg e foi cedido por três temporadas ao Liefering, clube satélite que disputava a segunda divisão austríaca à época.

"Era a sede do projeto e viajava bastante para acompanharem meu desenvolvimento. Foi bem importante porque precisava de um tempo para me adaptar ao estilo de jogo, língua e cultura diferentes. É tudo muito parecido com o time principal, se você estiver pronto, sobe".

Com atuações de destaque, o brasileiro foi incorporado ao elenco principal do Salzburg, mas não teve espaço no time titular nos anos seguintes. Por isso, foi emprestado em 2019 ao Philadelphia Union e ao Bethlehem Steel, ambos dos EUA.

O goleiro voltou ao Salzburg depois que o titular se machucou em um acidente de moto. O brasileiro passou a revezar no banco de reservas até receber uma chance contra o Napoli pela Liga dos Campeões. Ele entrou no segundo tempo na vaga do lesionado Stankovic na derrota por 3 a 2 para os italianos.

"Foi uma coisa que aconteceu muito rápido. É a maior competição de clubes do mundo, todos acompanham. Foi um grande feito na minha carreira e espero jogar mais jogos pela Champions".

O brasileiro fez mais oito jogos na temporada, incluindo outros dois duelos pela Liga dos Campeões: vitória sobre o Genk por 4 a 1 e o empate por 1 a 1 com o Napoli - ao lado de Erling Haaland, atualmente no Manchester City. Após começar a temporada 2020-21 como reserva outra vez, Carlos resolveu mudar de ares e se transferir para o NY Red 

Nas duas temporadas pela equipe norte-americana, ele foi titular absoluto e conseguiu chegar aos playoffs da MLS. O goleiro já enfrentou Messi em partida em outubro do ano passado, mas não foi o único grande atacante que já enfrentou. Já teve o gosto de enfrentar alguns grandes atacantes em amistosos contra Liverpool e Real Madrid.

"Contra o Liverpool senti um pouco mais de pressão porque tinha Mané, Salah e Firmino no auge depois de vencerem a Champions. Foi bem especial. Joguei também contra o Benzema e fiz algumas defesas. São experiências que agregam muito".

Também participou de um amistoso pelo NY Red Bulls contra o Barcelona, que terminou com derrota por 2 a 0.

"O mais complicado foi o Lewandowski porque ele se posiciona muito bem. Você tenta ler a situação e muitas vezes ele se movimentava muito. Toda bola aérea ele ganhava".

*Colaborou Neri Kaspary

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