Esportes

Pressão aumenta

Nova assembleia pode destituir Francisco Cezário da FFMS

Incomodados com o comportamento de Cezário, clubes marcam nova reunião para o dia 14 de outubro, que pode decidir a permanência do presidente afastado da entidade por corrupção.

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Incomodados com a atuação de Francisco Cezário, que estaria interferindo na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) "por debaixo dos panos", clubes e dirigentes que fazem parte do quadro associativo convocaram uma nova assembleia geral extraordinária para o julgamento administrativo de supostos atos irregulares praticados pelo gestor, afastado da entidade por corrupção.

A convocação foi realizada pelo gestor interino, Estevão Petrallas. A reunião está marcada para as 14h, na CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), localizada na Rua Antônio Corrêa, 417, Jardim Monte Líbano, em Campo Grande.

De acordo com a apuração da reportagem, os clubes estão revoltados com o comportamento de Francisco Cezário, que, mesmo usando tornozeleira eletrônica, estava interferindo na troca do gestor interino Estevão Petrallas por João Garcia Ferreira, ex-presidente do Aquidauanense e um dos vice-presidentes executivos da entidade, sem consultar os clubes. 

De acordo com a visão de alguns dirigentes ao Correio do Estado, Cezário foi ousado ao querer interferir na FFMS, mesmo sabendo que o Ministério Público "estaria na sua cola", realizando reuniões em sua residência com presidentes de clubes e dirigentes esportivos, além de acompanhar "de perto" as reuniões que eram realizadas na entidade. 

Seguindo o edital da FFMS, Cezário tem agora 30 dias para apresentar sua defesa. Caso os associados deem seguimento à destituição, será votada uma nova convocação e agendadas novas eleições na entidade.


Cartão Vermelho 

Cezário foi preso na manhã do dia 21 de maio deste ano, como um dos alvos da Operação Cartão Vermelho, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga o desvio de mais de R$ 6 milhões da Federação de Futebol de MS, entre os anos de 2018 e 2023. Somente na casa de Cezário, foram apreendidos mais de R$ 800 mil.

Menos de uma semana após a Operação, ele pediu afastamento do cargo. No dia 6 de julho, teve liberdade concedida, com o uso de tornozeleira eletrônica por 90 dias, e proibição de contato com demais acusados e testemunhas.

A liberdade só foi concedida porque no dia 5 de junho, Cezário deixou o Presídio Militar com um princípio de infarto, e precisou fazer um cateterismo, procedimento que trata doenças cardíacas por meio da introdução de um tubo flexível, o cateter. O problema aconteceu logo após ele tomar conhecimento falecimento da irmã, Maria Rosa Cezário, de 81 anos, que morreu naquele mesmo dia, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Na manhã do dia 28 de agosto, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) foi à residência de Francisco Cezário para cumprir um novo mandato de prisão, desta vez por descumprimento das medidas cautelares impostas na concessão de liberdade.

Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o ex-dirigente continuava a participar, nos bastidores, dos rumos da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. 

Investigações apontaram que Cezário articulava com aliados e fazia reuniões em sua própria residência com presidentes de clubes e dirigentes esportivos, além de acompanhar "de perto" as reuniões que eram realizadas na FFMS.

No despacho que concedeu liberdade a Cezário, a desembargadora Elizabete Anache, da 1ª Câmara Criminal do TJMS, havia determinado que o ex-presidente estaria proibido de:

  • manter contato com os demais acusados e testemunhas;
  • participar de atividades na FFMS;
  • comparecer à sede da FFMS;
  • se ausentar da comarca por mais de oito dias sem o prévio conhecimento e anuência do juízo natural;
  • e mudar de endereço sem autorização.
  • Tais medidas foram descumpridas pelo investigado.
  • Inclusive, a reportagem apurou que, pouco antes de ser preso novamente, Cezário estaria articulando, por meio de abaixo-assinado, a troca do atual presidente da FFMS, Estevão Petrallás, por João Garcia Ferreira, que é ex-presidente do Aquidauanense e um dos vice-presidentes executivos da entidade.

O documento seria enviado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No entanto, a tentativa foi malsucedida, já que a entidade decidiu por prorrogar em mais 90 dias o mandato interino de Petrallás. 

Histórico
Oficialmente, Cezário comandou a entidade futebolística pela primeira vez em 1987, 37 anos atrás. 

Neste período, ele ficou, em tese, fora do do comando da associação por quatro anos, entre 2001 a 2004, quando assumiu a prefeitura de Rio Negro, cidade distante 150 quilômetros de Campo Grande. Mesmo assim, controlava a Federação.

Cezário tentou reeleger-se prefeito, mas não conseguiu. Ele voltou para a FFMS e não saiu mais. Normalmente, ele concorre sozinho, sem adversários.

Votam nas eleições da FFMS dirigentes de associações (clubes profissionais), associações (clubes praticantes do futebol amador da capital e do interior) e ligas municipais amadoras. Em torno de 35 pessoas participam do pleito.

Segunda vez
A operação Cartão Vermelho não chega a ser uma novidade no histórico de Francisco Cesário. Ele já havia sido condenado, em 2009 em primeira instância e em 2010 a 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) ratificou a decisão para que cumprisse pena de quatro anos e cinco meses, em regime semiaberto, por desviar algo em torno de R$ 56 mil Federação de Futebol.

De acordo com a assessoria de imprensa do TJ, à época Cezário foi denunciado pelo Ministério Público por ter supostamente transferido recursos da FFMS para a conta particular.

Dizia ainda a denúncia que parte do dinheiro o presidente investiu em campanha política, quando era candidato a prefeito da cidade de Rio Negro, no fim da década de 90.

Na época, a denúncia foi baseada em provas levantadas pela PF em meio a uma CPI que investigou as relações entre a CBF e a Nike.

Operação Cartão Vermelho
Na manhã de 21 de maio, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, passou sete horas na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul em ação para deflagrar a Operação Cartão Vermelho, que tinha como alvo não apenas o presidente da FFMS, Francisco Cezário, mas também demais integrantes de uma suposta organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro.

Segundo o balanço, divulgado pelo Gaeco, as investigações já aconteciam há 20 meses, e constataram que foi instalada na Federação uma organização criminosa que desviava valores recebidos do Governo do Estado (via convênio, subvenção ou termo de fomento) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A quantia desviada era utilizada para benefício dos envolvidos no grupo, e não chegava a ser investida no futebol estadual.

"Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul – FFMS, em valores não superiores a R$ 5.000,00, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema", diz nota do Gaeco.

Usando desse mecanismo, os integrantes da organização realizaram mais de 1.200 saques, que somados ultrapassaram o valor de R$ 3 milhões.

A investigação também aponta que os suspeitos também possuíam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

"Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul", explicou o Gaeco.

De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram desviados da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul mais de R$ 6 milhões.

A operação batizada como “Cartão Vermelho” cumpriu 7 mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Somente nesta manhã, foram apreendidos mais de 800 mil reais.

Saiba: O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

 

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FIM DE SEMANA

Atletas de MS são destaques em competições nacionais de vôlei de praia

Neste último fim de semana, foram realizadas o Aberto e Top 16, tanto feminino quanto masculino, e Mato Grosso do Sul conquistou medalhas de prata e ouro

07/04/2025 12h30

Todos os campeões, vices e terceiro colocados nesta 2ª etapa do CBVP

Todos os campeões, vices e terceiro colocados nesta 2ª etapa do CBVP Foto: Divulgação/CBV

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No último sábado (05) e domingo (06), duas competições nacionais movimentaram o vôlei de praia brasileiro, com atletas sul-mato-grossenses em três das quatro finais, todas organizadas pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), em Saquarema (RJ).

No aberto feminino, Dany Neves, de MS, e Jéssica, do Paraná, foram campeãs ao superarem Solange/Luiza por 2 sets a 0. A atleta pantaneira tem uma história de superação incrível, após lutar por oito meses contra a leucemia em 2018 e ficar afastada do esporte durante esse período.

Na disputa de 3º lugar, Dayane representou o Mato Grosso do Sul ao lado da capixaba Júlia, mas foram derrotadas pela dupla carioca Beatriz/Geovania, em um confronto emocionante que foi para o tie-break, vencido por 15 a 13.

Na final do Top 16 feminino, Vic foi a representante sul-mato-grossense e dominou a dupla adversária (Duda/Ana Patrícia) ao lado de Thamela, do Espírito Santo. Bastaram dois sets, ambos vencidos por 21 a 15, para Vic e Thamela saírem com o título, após amargarem o vice na etapa anterior, que aconteceu em fevereiro, em Navegantes (SC), para a dupla Carol Solberg/Rebecca.

Já no naipe masculino, Mato Grosso do Sul estava mais do que bem representado, reeditando a mesma final da etapa anterior. De um lado, o três lagoense Arthur jogou ao lado do paranaense Adrielson. Do outro, o sul-mato-grossense Saymon, de Campo Grande, foi dupla com o atleta olímpico George, da Paraíba. Decidido no tie-break, por 15 a 11, Arthur e Adrielson foram campeões, “vingando” a 1ª etapa.

Saymon e nova parceria

Em janeiro, Saymon oficializou parceria com George Wanderley, que disputou Paris-2024 ao lado de André Stein e desfez parceria com o atleta após a competição.

A nova dupla iniciou os treinamentos no mesmo mês, no CT Cangaço, em João Pessoa (PB), e a estreia aconteceu em fevereiro, na primeira etapa do Circuito Brasileiro, em Navegantes, Santa Catarina.

Saymon e George são treinados pelo brasiliense Ernesto Vogado. O campo-grandense fez dupla durante anos com Álvaro Filho e, em 2017, conquistaram juntos a medalha de ouro na segunda edição do Campeonato Mundial de Vôlei de Praia, realizado no Rio de Janeiro.

PERFIL

Nome: Saymon Barbosa Santos
Local e data de nascimento: Campo Grande, dia  8 de setembro de 1993 (31 anos)
Posição: Bloqueador
Altura: 2,02m
Peso: 98 kg
Principais conquistas: Ouro no Campeonato Mundial Militar de Voleibol de Praia, ouro e bronze no Circuito Sul-Americano de Voleibol de Praia CSV Finals.

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campeonato Sul-Mato-Grossense

Operário volta a derrotar o Ivinhema e é bicampeão

O jogador João Vilela fez o gol da vitória do Galo e também do título do Estadual

07/04/2025 10h30

O Operário venceu novamente por 1 a 0 e conquistou o bicampeonato da competição neste ano

O Operário venceu novamente por 1 a 0 e conquistou o bicampeonato da competição neste ano Reprodução

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A exemplo da primeira partida da final, o Operário venceu novamente o Ivinhema, por 1 a 0, no início da noite de ontem, no estádio Saraivão, e conquistou o bicampeonato do Estadual. Com a vitória, o Galo de Campo Grande é o maior campeão do Sul-Mato-Grossense de Futebol, com 14 títulos.

O gol do título foi de João Vilela, que marcou aos 11 minutos do primeiro tempo, enquanto o Ivinhema teve a chance de empatar no segundo tempo, com a cobrança de pênalti de Wendel, mas o goleiro Elisson defendeu.

Aos 49 minutos, uma confusão generalizada entre atletas das duas equipes paralisou a partida e resultou em quatro expulsões: Mauri e Fell, pelo Galo; e Ronaldo e Douglas, pelo Ivinhema.

O clube campeão recebeu R$ 50 mil, além do troféu e de medalhas para o time, enquanto o vice-campeão ficou com prêmio de R$ 30 mil.

Com o resultado, o Operário ampliou a vantagem no histórico de confrontos contra o Ivinhema, somando agora cinco vitórias em oito partidas entre os dois clubes.

Os dois times vão representar Mato Grosso do Sul na Copa do Brasil 2026, com mais de R$ 800 mil de cota pela primeira fase. O Operário vai disputar ainda a Copa Verde e a Série D do Campeonato Brasileiro no ano que vem.

A partida que encerrou o Estadual teve a arbitragem de Paulo Henrique Vollkopf, auxiliado pelos assistentes Eduardo Gonçalves da Cruz e Diego dos Santos Ruberdo trabalhando nas laterais.

“Essa festa não pertence apenas aos finalistas, e sim a todos os 10 clubes que participaram desta edição do campeonato. Cada equipe contribuiu para tornar essa competição memorável, com jogos disputados como verdadeiras finais desde a primeira rodada. Este campeonato demonstra o crescimento do futebol sul-mato-grossense e o comprometimento de todos os envolvidos”, destacou Estevão Petrallás, presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS).

TROFÉUS

Petrallás disse ainda que os troféus entregues ao campeão e ao vice chamam atenção pelo design moderno, sofisticado e imponente. Com 80 cm de altura e pesando aproximadamente 8 kg, as taças foram produzidas pela mesma empresa responsável pelos troféus do Campeonato Paulista, reforçando a grandiosidade da competição.

“O Estadual 2025 tem sido um sucesso dentro e fora de campo. A qualidade das partidas e a dedicação dos clubes mostram a evolução do nosso futebol. Esses troféus e a premiação representam um reconhecimento ao esforço e à paixão de cada equipe que chegou até aqui”, frisou.

O presidente afirmou ainda que a FFMS reforçou o compromisso com a organização, a segurança e a infraestrutura do evento, implementando um esquema especial de segurança com reforço policial e equipe de vigilância privada, além da instalação de câmeras de monitoramento no estádio.

“A estrutura contou ainda com postos médicos para atendimento emergencial e áreas de acesso exclusivo para garantir fluidez na entrada e na saída do público presente. Tudo isso para garantir que essa final entrasse para a história do futebol estadual de forma segura e bem organizada”, garantiu o dirigente sul-mato-grossense.

Saiba

O duelo Operário vs. Ivinhema terminou com cinco cartões vermelhos, sendo quatro na confusão no fim da partida e um aos 35 minutos do segundo tempo, para Jonas Tiuí. Os outros expulsos foram Ronaldo, Douglas, Fell e Mauri.

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