Em janeiro deste ano, uma das fábricas mais renomadas do setor cerâmico no Brasil encerrou suas atividades. Trata-se da Itagres Revestimentos Cerâmicos, que, por mais de um década, tentou contornar as dívidas acumuladas, mas não obteve êxito. Dessa forma, por decisão do juiz Luiz Henrique Bonatelli, da Vara Regional de Falências e Recuperações Judiciais de Florianópolis (SC), foi decretada a falência.
Com sede em Tubarão, no sul de Santa Catarina, a companhia esteve presente no dia a dia de muitos brasileiros. Após a verificação das documentações apresentadas pelos advogados da Itagres, foi decretada a falência devido ao descumprimento do plano de recuperação judicial que tentava reestruturar mais de R$ 350 milhões em dívidas.

Embora os representantes da empresa de cerâmicas não tenham confirmado, há indícios de que as dificuldades financeiras foram iniciadas em 2013. Contudo, o colapso ganhou forças quatro anos depois, quando entrou oficialmente em recuperação judicial. As dores de cabeça foram potencializadas com a queda no número de vendas e a perda de competitividade diante da ampliação da concorrência.
Nesse intervalo, em novembro de 2023, as operações foram encerradas, culminando em demissões em massa nas unidades de Santa Catarina e Rio Grande do Norte. Para a surpresa de muitos clientes, a falência foi decretada, fator que motivou o fechamento das demais unidades, enquanto os bens foram leiloados para quitar dívidas com credores.
Por sua vez, o Grupo TB, o qual detém as marcas Itagres e Porcellanati, se manifestou por meio de uma nota oficial, expressando surpresa com a decisão judicial. Embora tenha afirmado a análise da possibilidade de recorrer da decisão, o hub logístico fez questão de frisar que sempre visou o pleno cumprimento das suas obrigações.
Baly Brasil tenta adquirir unidade antiga da Itagres
Diante da situação dramática, a empresa Baly Brasil, gigante do setor de energéticos, desembolsou R$ 29,6 milhões para adquirir a área da antiga Itagres, em Tubarão (SC). De acordo com apurações da revista Única, até mesmo os maquinários foram inclusos na empreitada, correspondendo ao valor de mercado de R$ 1,35 milhão.
O espaço está localizado às margens da BR-101, fator estratégico para o plano de expansão nacional e internacional da Baly, que em 2025 superou a Red Bull no mercado brasileiro. Segundo o diretor de operações da empresa, Mário Júnior Cardoso, o investimento garante mais solidez à logística da marca, além de responder a uma demanda local por reativação econômica.
“A aquisição deste espaço é um marco para a Baly. Além de garantir infraestrutura para nosso crescimento, contribuímos com a economia de Tubarão e criamos novas oportunidades de trabalho”, afirma o executivo, destacando que a estrutura também irá apoiar as operações internacionais da empresa, que já exporta para países como Uruguai, Paraguai, Chile, México e Estados Unidos.





