Vindo de família humilde, Ricardo Nunes conseguiu dar a volta por cima e fundar a Ricardo Eletro, empresa que liderou o setor varejista no Brasil por longos anos. Apesar da ascensão que culminou com seu nome aparecendo entre os homens mais ricos do país, o empresário precisou fechar seu negócio. Agora, para recuperar o investimento feito, tem realizado palestras como coach.
Três anos após decretar falência, Nunes depositou seu tempo para estudar e se aventurar no ramo de palestrante, dedicando-se a ensinar lições de carreira e empreendedorismo. Acumulando 2,2 milhões de seguidores em seu perfil do Instagram, Ricardo estampa o slogan “Transforme sua empresa com 30 anos de prática em 3 dias” para atrair interessados no ramo.

Em abril deste ano, o mineiro esteve presente em Salvador, prometendo apresentar em quatro horas um “plano prático” que o permitiu “transformar uma única loja de 20 metros quadrados em uma rede que faturava mais de 1 bilhão de reais por mês”. Para potencializar suas palestras, adotou estratégias de engajamento, utilizando diversas redes sociais para anúncios.
Como forma de convencer empresários iniciantes, Nunes esclarece que a qualquer momento pode recobrar seu império, mas, por escolha própria, decidiu percorrer outros caminhos. “Há pouco tempo, tive a oportunidade de montar uma empresa de supermercados gigante, mas não quero; quero ensinar vocês. Se eu quiser fazer um varejo gigante, eu faço. Mas eu escolhi estar aqui com vocês”, disse durante a live.
O que aconteceu com a Ricardo Eletro?
Depois de transformar uma pequena loja em Minas Gerais em uma grande rede varejista com 1.200 unidades espalhadas pelo Brasil, a Ricardo Eletro decretou falência. Chegando a faturar R$ 10 bilhões de receita anual e contando com 28 mil funcionários, o império começou a ruir em 2015, após o empresário acumular polêmicas, como uma condenação de 3 anos por corrupção ativa.
Acusado de pagar propina a um auditor fiscal da Receita Federal, o dono da Ricardo Eletro se deparou com a recessão econômica brasileira, gerando forte impacto no varejo. Nesse momento, as vendas despencaram, com os custos operacionais subindo, a concorrência online aumentando e a receita da empresa reduzindo em cerca de 40%.
Como forma de contornar os danos, Nunes diminuiu o número de lojas e funcionários, até que o cenário não pudesse ser contornado. Em agosto de 2018, o empresário entrou com pedido de Recuperação Judicial, sendo aceito apenas em janeiro de 2019. Com as dívidas chegando à casa dos R$ 4 bilhões com 17 credores, Ricardo vendeu toda a participação na empresa para o empresário Pedro Bianchi.





