O Bradesco, um dos principais bancos do Brasil, anunciou em outubro de 2025 que deixará de oferecer cheques para pessoas físicas e microempreendedores individuais (MEIs). Essa decisão representa um passo significativo rumo à digitalização total dos pagamentos.
A mudança, implementada de forma gradual ao longo dos próximos meses, visa atender à crescente demanda por soluções financeiras digitais e mais eficientes. O anúncio foi feito durante uma coletiva na sede do banco, em São Paulo, onde executivos detalharam a transição, justificando-a como uma resposta ao comportamento dos clientes, que têm optado por meios eletrônicos como o Pix.

O declínio dos cheques no Brasil
A decisão do Bradesco segue uma tendência nacional. De acordo com a Febraban, o uso de cheques caiu 95,87% desde 1995, de 3,3 bilhões compensados naquele ano para apenas 137,6 milhões em 2024. A Compe (Serviço de Compensação de Cheques) atribui a queda à popularização de alternativas digitais, como o Pix, que registrou 19,4 bilhões de transações apenas no segundo trimestre de 2025.
Mesmo com o declínio, ainda há nichos que utilizam cheques em transações de maior valor. Em 2024, o valor médio por cheque foi de R$ 3.800,87, e o volume total compensado chegou a R$ 523,19 bilhões — 14,2% a menos que em 2023. Esses números mostram que o uso do cheque se limita a casos pontuais e tende a desaparecer nos próximos anos.
A extinção dos cheques integra a estratégia de modernização do Bradesco e de outras instituições financeiras, que buscam reduzir custos operacionais e ampliar a eficiência digital. O banco aposta em infraestrutura tecnológica para atender até regiões com menor acesso à internet, fortalecendo a inclusão digital e a segurança das transações.





