A Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) da Organização das Nações Unidas (ONU) está analisando a possibilidade de integração de uma nova região ao Brasil. Trata-se da Elevação do Rio Grande, área submersa que está localizada a aproximadamente 1.200 km da costa do Rio Grande do Sul. A reivindicação ganhou forças devido ao fato de ter grande parte de suas atribuições firmadas no país.
Embora não muito conhecida, a elevação apresenta grande importância para o mercado industrial, tecnológico e energético. Isso porque é rica em minerais como terras raras, cobalto e níquel, podendo beneficiar a economia do Brasil em caso de reconhecimento. Caso a ilha seja incorporada, o país terá a capacidade de extrair o material para a comercialização.

“São minerais que ocorrem na natureza. Ou o país tem reserva ou não tem, não tem como criar uma indústria de minerais. E o Brasil tem muito dessa riqueza. O que encontramos é uma concentração anômala de minerais na Elevação Rio Grande. Nosso trabalho não é advogar a favor da mineração submarina, mas estudar a região e entender o que temos lá embaixo do ponto de vista mineral, animal e vegetal”, explica a pesquisadora Carina Ulsen, da USP.
Apesar do atrativo não deixar a desejar em termos financeiros, problemas evidentes ligam o sinal de alerta de geólogos. A exploração excessiva da região tem potencializado a degradação ambiental, tendo em vista a contaminação aquática e impactos diretos na fauna local. Para se ter uma noção, as explorações chegam até 5 mil metros, exigindo recurso tecnológico de ponta para o acesso.
As discussões ainda estão em vigor e podem levar anos para um desfecho favorável. Em caso de aprovação por parte da Comissão de Limites da Plataforma Continental, o Brasil ganhará direito exclusivo de exploração econômica sobre uma área de mais de 1,5 milhão de km². Em março deste ano, a ONU reconheceu a justificativa do país para a reintegração, mas não bateu o martelo.
Reivindicações do Brasil
De acordo com a Marinha do Brasil, a Elevação do Rio Grande fica em uma área conhecida como Margem Oriental-Meridional. Para uma melhor compreensão, a região é uma das três que são reivindicadas pelo governo brasileiro em águas internacionais. O trio fica além da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil, abrigando cerca de 200 milhas náuticas (aproximadamente 370 quilômetros) a partir do litoral.
O potencial energético do arquipélago chama a atenção, tendo em vista os 17 elementos químicos encontrados. São considerados raros devido à dificuldade de serem separados de sua forma pura. No mais, é possível encontrar lantânio, cério, praseodímio, neodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, escândio, túlio, itérbio, lutécio e ítrio.





