Ao longo da história do Brasil, diversos filmes foram proibidos de circular no país, principalmente durante períodos de regimes autoritários. O controle sobre o conteúdo exibido nos cinemas tinha como justificativa a preservação da moral, dos bons costumes e da estabilidade política.
Obras nacionais e estrangeiras acabaram censuradas por abordarem temas considerados subversivos ou imorais. A censura variava de acordo com o contexto político, refletindo o medo de que o cinema se tornasse um meio de contestação.
O filme “O Grande Ditador” (1940), de Charles Chaplin, vetado durante o governo Vargas por ser considerado ofensivo às Forças Armadas e comunista. Outro exemplo é “Rio, 40 Graus” (1955), de Nelson Pereira dos Santos, barrado por mostrar a desigualdade social no Rio de Janeiro e supostamente conter “propaganda vermelha”. “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha, foi censurado por críticas políticas e religiosas e só foi liberado após cortes.

Da ditadura à era digital: diferentes formas de proibição
Durante a ditadura militar, a censura se intensificou. Filmes como “O Último Tango em Paris” (1972) e “Emmanuelle” (1974) foram barrados por seu conteúdo sexual explícito, sob a justificativa de atentarem contra a moral pública.
O caso de “Cabra Marcado para Morrer” (1984) mostra outra face da censura: o medo do discurso político. O documentário, que retrata a luta de um líder camponês, foi considerado uma ameaça por suas referências ao comunismo e só foi exibido integralmente anos depois.
O documentário “Muito Além do Cidadão Kane” (1993) foi proibido no país por decisão judicial, após questionar o poder da mídia brasileira. Décadas depois, “A Serbian Film” (2011) e “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola” (2022) também enfrentaram restrições por suposto conteúdo ofensivo ou apologia a crimes.





