Quem compartilha a vida com um gato sabe que, apesar da fama de independentes, esses animais criam vínculos consistentes com seus tutores. No entanto, ao envelhecerem ou diante de doenças graves, é comum que adotem um comportamento que surpreende e entristece: o afastamento. Esse hábito não significa falta de afeto, mas sim a manifestação de um instinto natural.
Veterinários explicam que, na natureza, os felinos fragilizados buscavam locais seguros e escondidos para não se tornarem alvos de predadores. Esse padrão de comportamento permanece, mesmo em ambientes domésticos.
Por isso, um gato idoso pode preferir se recolher debaixo da cama, em armários ou em espaços silenciosos, buscando tranquilidade. O tutor, ao interpretar essa atitude como rejeição ou despedida, pode sofrer ainda mais sem entender a verdadeira motivação.
O fato é que gatos raramente demonstram dor de forma clara. Diferentemente de cães, não costumam vocalizar nem pedir ajuda de maneira evidente. Por isso, o afastamento pode ser um dos poucos sinais de que o animal está lidando com desconforto físico ou com a fragilidade natural do envelhecimento.

Como cuidar diante desse comportamento
Embora seja doloroso ver um gato se isolar, é essencial compreender que esse afastamento não significa indiferença. Pelo contrário, trata-se de uma resposta natural do organismo e do instinto de autopreservação.
Cabe ao tutor, portanto, observar atentamente as mudanças de comportamento e buscar ajuda veterinária sempre que notar sinais de apatia, redução do apetite, dificuldade de locomoção ou preferência por esconder-se.
O acompanhamento médico regular, principalmente em animais acima de dez anos, ajuda a identificar doenças em estágio inicial e a oferecer qualidade de vida. Além disso, criar um ambiente acolhedor faz diferença. Isso pode incluir locais macios para descanso, silêncio e acesso facilitado à água e comida.





