Gugu Liberato planejou criar uma rede televisiva focada em jornalismo para competir com Globo e SBT, mas esbarrou em limitações estruturais e legais. Entre 2001 e 2016, o apresentador investiu em aquisições de canais e infraestrutura, porém não consolidou uma operação nacional.
A ausência de uma geradora própria, necessária para transmitir programação original, impediu o uso de suas retransmissoras, concedidas pelo Governo Federal sem licitação.
Tentativas frustradas de aquisição de emissoras
Em 2001, Gugu perdeu o controle de um canal em Cuiabá após compra irregular, e na década de 1990, falhou na disputa por uma concessão em Santos. Em entrevista à Folha de São Paulo (2005), afirmou analisar a compra de uma geradora, essencial para viabilizar a rede.
À época, o Brasil tinha cerca de 300 geradoras, acessíveis apenas via aquisição de emissoras existentes ou licitações públicas, mecanismo que exigia capital e articulação política.

Estrutura parcial e operação limitada
O projeto incluía dois estúdios em Alphaville (Grande SP), alugados para produções de outras redes, como SBT Rural e Domingo da Gente. A falta de uma geradora restringiu a estratégia a retransmissoras, que não permitiam veiculação de conteúdo próprio.
Essas unidades, distribuídas em regiões como São Paulo, operavam apenas como repetidoras de sinal, dependendo de parcerias com emissoras estabelecidas.
Breve controle da TV Pantanal e desafios financeiros
Em 2007, Gugu e sua irmã, Aparecida Liberato Caetano, adquiriram 49,99% da TV Pantanal (MT), registrada com capital social de R$ 50 mil. O contrato na Junta Comercial de Mato Grosso indicava Vera Lúcia Klauk como majoritária (50,1%).
O canal, com torre de transmissão construída e licença para retransmissão em capitais, demandou investimentos como R$ 1 milhão em concessão. A saída de Gugu em 2016, após nove anos, foi interpretada como manobra para recuperar a concessão perdida.





