Embora o caju seja originário do Brasil, o país somente figura na quarta posição em termos de produção mundial. Diante de sua importância para a economia e firmamento das raízes, vários cajuzeiros são encontrados espalhados pelo território nacional. Porém, nenhum se equipara ao de Pirangi, árvore localizada no município de Parnamirim, a doze quilômetros ao sul de Natal.
Para se ter uma dimensão do quão imponente o cajuzeiro é, a árvore cobre uma área de aproximadamente 8.500 m², com um perímetro de aproximadamente 500 metros e produz cerca de 70 a 80 mil cajus na safra, o equivalente a 2,5 toneladas. De forma didática, seu tamanho é equivalente a 70 unidades da mesma planta.

Em 1888, um pescador chamado Luís Inácio de Oliveira decidiu plantar a tão famosa árvore, que foi diagnosticada com duas anomalias genéticas. Visivelmente, é possível notar que o crescimento dos galhos ocorre para os lados, por conta do próprio peso. Nesse processo, em contato com o solo, os galhos começam a criar raízes, culminando em novo crescimento desenfreado.
O detalhe é que a repetição desse processo causa a impressão de que existem vários cajueiros, mas, na realidade, trata-se de apenas dois. Sobretudo, o principal divide-se em cinco galhos, que criaram raízes e troncos que deram origem ao gigantismo. A árvore maior abrange aproximadamente 95% da área do parque, enquanto o outro cajueiro não apresenta mutações.
Reconhecimento mundial
A árvore faz parte da vida da comunidade e do roteiro turístico dos visitantes do Rio Grande do Norte. O cajueiro recebe cerca de 300 mil visitantes anualmente e é administrado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema). A título de curiosidade, entrou para o Guinness Book “O Livro dos Recordes”, em 1994, como o Maior Cajueiro do Mundo.
“É algo bastante simbólico para nós. Um local que tem toda a sua importância biológica e que atrai visitantes do mundo inteiro pela sua imponência. Devemos nos orgulhar de ter esse verdadeiro presente em nosso solo e, principalmente, saber preservá-lo para que outras gerações possam ter a chance de conhecê-lo também”, comentou o diretor-geral do Idema, Leon Aguiar.
Situação atual do cajuzeiro
Por sua exuberância e importância em função da flora brasileira, a poda da árvore levanta constantes debates entre os moradores. Uma parcela da população é a favor do corte de alguns galhos, tendo em vista que a sua invasão tem atrapalhado o trânsito da Rota do Sol (um dos acessos ao litoral sul).
Potencializando o apoio de podar o cajueiro, moradores estão sendo ameaçados por alguns galhos que estão se aproximando de residências. Em contrapartida, uma fatia da população é contra qualquer tipo de podagem, uma vez que se trata de um marco histórico para Parnamirim. Além disso, existe a possibilidade de a árvore morrer por manipulação humana.





