A cidade de São Paulo não é a com maior média salarial do Brasil. Esse título fica com Gavião Peixoto, pequena cidade no estado de São Paulo. Com 4.702 habitantes, o município paulista registra a maior média salarial do país: 5,2 salários mínimos, superior a São Paulo (4,4) e Campinas (3,8). Os dados do Censo 2022 do IBGE revelam um contraste entre o porte diminuto e a robustez econômica, posicionando a cidade como um caso singular no cenário nacional.
Enquanto a média brasileira permanece abaixo de 3 salários mínimos, Gavião Peixoto destaca-se no recorte estadual, onde a remuneração média é de 3,4 salários.
Motor econômico: aeronáutica e agronegócio
A presença da Embraer explica parte do desempenho. A unidade local emprega mais de 2.800 pessoas e opera uma pista de 4.967 metros, usada para testes de aeronaves.
Paralelamente, o agronegócio responde por 91% das atividades econômicas rurais, com a laranja (53%) e a cana-de-açúcar (38%) lideradas por empresas como Cutrale e Fischer. A combinação entre alta tecnologia e commodities agrícolas reduz a sazonalidade e sustenta empregos formais.

Indicadores sociais e infraestrutura logística
Em 2024, o município liderou o Índice de Progresso Social (IPS) entre 5.570 cidades. A localização estratégica próxima à SP-310 facilita o escoamento de produtos e atrai profissionais qualificados.
A cadeia da Embraer gera demanda por serviços locais, de manutenção a alimentação, ampliando oportunidades de renda. A infraestrutura viária e a pista aeronáutica criam externalidades positivas para a economia.
Comparativo com centros urbanos de São Paulo
A média salarial de Gavião Peixoto supera Paulínia (4,6), São Paulo (4,4) e Cubatão (4,2). Campinas, chamada de “capital do interior”, tem 3,8 salários mínimos de média.
O dado reflete a concentração de empregos bem remunerados na aeronáutica, embora especialistas alertam que a métrica considera apenas vínculos formais e pode ser influenciada por poucas ocupações de alto rendimento.




