Sessenta anos após a primeira missão a Marte, a agência espacial norte-americana avança em pesquisas que podem redefinir a compreensão sobre a existência de vida no universo. O rover Perseverance, ativo na cratera Jezero, identificou minerais e material orgânico em rochas marcianas que sugerem bioassinaturas – possíveis vestígios de metabolismo microbiano antigo.
A descoberta na rocha Chevaya Falls, analisada por instrumentos do robô, aponta para ambientes aquáticos extintos há bilhões de anos. A comunidade científica aguarda a coleta física das amostras, prevista para 2033, para confirmar se os compostos são biogênicos ou resultado de processos químicos abióticos. Rosaly Lopes, astrônoma brasileira da Nasa, ressalta que laboratórios terrestres oferecem precisão impossível de replicar em Marte.

Titã e Psyche: novos horizontes da astrobiologia
A missão Dragonfly, com lançamento estimado para 2028-2029, vai explorar Titã, lua de Saturno com lagos de metano e geologia similar à terrestre. Equipada com um drone-laboratório, a expedição buscará moléculas orgânicas complexas. Paralelamente, a sonda Psyche investiga um asteroide metálico, enquanto cientistas monitoram objetos interestelares como o cometa 3I/Atlas, que oferecem pistas sobre a formação de outros sistemas solares.
Artemis e representatividade feminina no espaço
A missão Artemis II, programada para 2026, incluirá a astronauta Christina Koch no primeiro sobrevoo lunar tripulado desde 1972. A presença feminina, segundo Lopes, inspira novas gerações a ingressar em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), ampliando a base de talentos para exploração espacial. A iniciativa reforça o objetivo de estabelecer bases lunares sustentáveis até 2030.
James Webb: revolucionando a astronomia observacional
O telescópio espacial, com custo de US$10 bilhões, superou expectativas ao revelar galáxias primordiais e atmosferas de exoplanetas. Suas imagens não apenas confirmam teorias cosmológicas, mas também orientam a busca por bioassinaturas em mundos distantes. A precisão dos dados coletados justifica, segundo especialistas, o alto investimento em tecnologias de ponta.





