Tradicionalmente conhecida por seus cânions e pelo turismo rural, Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul, tornou-se destino de um novo tipo de visitante: os que buscam “caçar” estrelas. A atividade, criada pelo guia e astrofotógrafo Egon Filter, atrai turistas dispostos a enfrentar noites frias e ventos intensos para observar e fotografar o céu noturno. A cidade se destaca por reunir condições ideais para a observação astronômica e figura entre os principais pontos do mundo para captar imagens da Via Láctea.
Segundo Egon Filter, o interior da cidade apresenta uma das menores taxas de poluição luminosa da América Latina, alcançando 1,5 na Escala Bortle, que é o índice próximo da escuridão total. Em grandes cidades, apenas seis estrelas são visíveis a olho nu, enquanto em Cambará é possível enxergar até 200.
O guia destaca que o local está entre os seis melhores pontos do planeta para esse tipo de fotografia, junto de regiões na Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Namíbia e Chile.

O turismo astronômico e a vivência científica
A experiência vai além da contemplação visual. Durante a imersão, os visitantes aprendem sobre astronomia, identificam constelações e conhecem curiosidades sobre planetas e galáxias.
A proposta levou Cambará do Sul a ser citada pela revista Forbes como um dos cinco melhores refúgios naturais do Brasil, devido à exclusividade das experiências, hospedagem e gastronomia.
Estrutura e logística das observações
As atividades acontecem no alto de uma colina dentro do Glamping Parador Cambará do Sul, com vista panorâmica de 360°. O pacote custa R$ 750 e inclui alimentação, bebidas e fotos em alta resolução. As sessões ocorrem em até quatro noites dentro de uma janela de dez dias após a lua cheia, quando o céu está mais escuro. Cada grupo tem no máximo 16 participantes.
Para enfrentar temperaturas que podem chegar a -5°C, o guia recomenda roupas térmicas, mantas e luvas. Até o uso de celulares é limitado, pois a luz das telas reduz a visibilidade das estrelas.





