Recentemente, autoridades confirmaram a descoberta de um dos maiores depósitos de lítio do planeta, localizado em Altmark, no norte da Alemanha. Estima-se a existência de 43 milhões de toneladas, quantia que pode transformar a matriz energética europeia e realocar os alemães como protagonistas na produção de veículos elétricos e baterias para a transição energética global.
Famosa pela exploração de gás natural, a região norte da Alemanha virou objeto de cobiça por parte de várias empresas e nações. Anunciada pela Neptune Energy, a empreitada chegou a ser comparada ao Triângulo do Lítio, formado por Argentina, Bolívia e Chile. Juntas, as três nações sul-americanas armazenam 50 milhões de toneladas (cerca de 53% dos recursos globais).

Apesar do poder econômico no solo, a empresa Neptune Energy estuda formas precisas de extrair o material da forma mais eficiente possível. A princípio, a companhia adotará a extração direta de lítio (DLE). Isso significa que o metal será removido de salmouras profundas com menor impacto ambiental, evitando os danos severos comuns em métodos tradicionais.
Caso sejam confirmadas as projeções de viabilidade, a Alemanha entrará no rol seleto de países autossuficientes em meio à escala global de lítio. A título de conhecimento, as nações com maior produção do metal são: Austrália (86 mil toneladas), Chile (44 mil toneladas), China (33 mil toneladas), Argentina (9,6 mil toneladas) e Brasil (5,9 mil toneladas).
Quais são os impactos da descoberta na Alemanha?
Com a descoberta documentada, o país europeu deixará de depender de importações, já que sozinho possui uma das maiores reservas de lítio do planeta. Um outro passo a ser engatado diz respeito ao fortalecimento da segurança energética da União Europeia em um momento de tensão geopolítica e pressão por independência de recursos críticos.
Dentre os setores mais beneficiados está o automotivo, que deseja ampliar e acelerar a produção de veículos elétricos. Com o achado em questão, o acesso à matéria-prima reduzirá os diálogos com outras nações, que outrora eram necessários para a fabricação de peças. Por sua vez, o lítio beneficiará ainda os segmentos de armazenamento de energia e eletrônicos de consumo.





