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GUERRA SEM FIM

Quem é Hasan Nasrallah, o líder do Hezbollah que Israel diz ter matado

Neste sábado, 28, Israel disse que matou Nasrallah, no que seria o golpe mais significativo contra a milícia xiita após meses de conflito

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Hasan Nasrallah é o líder do Hezbollah, a milícia xiita apoiada pelo Irã com ampla influência política no Líbano. Neste sábado, 28, Israel disse que matou Nasrallah, no que seria o golpe mais significativo contra a milícia xiita após meses de conflito. Não houve confirmação imediata do Hezbollah.

Nasrallah se torna o mais recente, e de longe o mais poderoso, alvo a ser morto por Israel em semanas de lutas intensificadas contra o Hezbollah. O exército disse que vários comandantes da milícia xiita libanesa foram mortos junto com Nasrallah no ataque aéreo na sexta-feira, 27. Ali Karki, o comandante da Frente Sul do Hezbollah, também estaria entre os mortos de acordo com os militares israelenses.

Nasrallah nasceu em Beirute em 1960. Estudou para se tornar um clérigo em seminários xiitas no Irã e no Iraque. Ele teria se juntado ao Hezbollah no início da década de 1980, após a invasão israelense do Líbano em 1982. Tornou-se líder do grupo em 1992, após o assassinato de seu antecessor, Sayyad Abbas Musawi, pelas forças israelenses.

Nasrallah, de 63 anos, liderou o Hezbollah durante a segunda metade da ocupação israelense do Líbano, que durou formalmente 15 anos no final do século XX.

Outro líder, Saleh Arouri, era hóspede de Nasrallah quando foi morto em uma explosão em um subúrbio de Beirute na terça-feira. O Hezbollah culpou Israel, embora Israel não tenha reivindicado a responsabilidade pelo ataque.

Nasrallah havia alertado anteriormente que "qualquer assassinato em solo libanês que tenha como alvo um libanês, palestino, sírio, iraniano ou outros certamente terá uma forte reação".

A retaliação do Hezbollah poderia levar a um conflito regional mais amplo que, até agora, Israel, Irã e outros países têm evitado.

ENTENDA

Embora não seja tecnicamente um funcionário público no Líbano, Nasrallah era uma das figuras políticas mais importantes do país. O Hezbollah e seus aliados perderam a maioria nas eleições parlamentares do ano passado, mas ainda detêm a maior parte das cadeiras, em uma época de crise econômica e descontentamento generalizado.

Nasrallah é conhecido por seus discursos longos e bombásticos e por seu ceceio pronunciado. Seus seguidores o chamam de "The Sayyed" ou "Abu Hadi" - em árabe, pai de Hadi, seu filho que foi morto em confrontos com tropas israelenses em 1997.

Um de seus momentos de maior triunfo foi durante a guerra de um mês que os militantes do Hezbollah e Israel travaram em 2006: Três dias após o início do conflito, ele estava falando no ar com o canal Al-Manar do Hezbollah e disse que as surpresas que havia prometido estavam prestes a começar. Um navio de guerra israelense foi alvejado na ocasião. "Vejam-no queimar", disse ele.

Walid Phares, um comentarista político nascido no Líbano, disse ao Conselho de Relações Exteriores em 2010 que Nasrallah é visto por alguns no Líbano como uma "figura messiânica".

Em uma reportagem de 2006 do Líbano, Robin Wright, então repórter do Washington Post que visitou Nasrallah em Beirute, escreveu que o rosto de Nasrallah era exibido em protetores de tela de computador, pôsteres e chaveiros. "Os táxis tocam seus discursos em vez de música", relatou Wright.

Quais são seus pontos de vista?

Um dos principais objetivos do Hezbollah, de acordo com seu manifesto de 1985, é a destruição de Israel. Sob o comando de Nasrallah, o Hezbollah continuou a se envolver em conflitos com Israel.

Embora o Hamas seja sunita e o Hezbollah seja xiita, e os dois grupos militantes tenham discordado em outros conflitos na região, eles encontraram recentemente uma causa comum na oposição a Israel; destruir Israel também é um objetivo declarado do Hamas. Ambos os grupos foram classificados como organizações terroristas pelos Estados Unidos. Ambos recebem apoio do Irã, segundo especialistas e autoridades.

A ocupação israelense do Líbano parece ter sido um fator de formação das motivações de Nasrallah. Ele disse a Wright em 2006 que ele e seus colegas testemunharam "o que aconteceu na Palestina, na Cisjordânia, na Faixa de Gaza, em Golã, no Sinai"

Isso lhe ensinou que, no Líbano, "não podemos contar com os estados da Liga Árabe nem com as Nações Unidas", disse ele. "A única maneira que temos é pegar em armas e lutar contra as forças de ocupação."

 

alívio

La Niña deve ter intensidade fraca este ano, diz climatologista

Se a previsão se confirmar, cai o risco de estiagem na região sul de Mato Grosso do Sul, como ocorre normalmente quando o La Niña chega forte

30/09/2024 07h13

Ritmo de resfriamento das águas do pacífico está menor que o previsto e chuvas devem ser dentro da média nos próximos meses

Ritmo de resfriamento das águas do pacífico está menor que o previsto e chuvas devem ser dentro da média nos próximos meses

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O fenômeno La Niña, se as tendências dos modelos de previsão estiverem corretas, provavelmente será fraco e talvez não se sinta os efeitos costumeiros, segundo a climatologista Francis Lacerda, do Instituto Agronômico de Pernambuco, em entrevista ao programa Natureza Viva, da Rádio Nacional da Amazônia.

O La Niña é marcado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico.

De acordo com Francis, o La Niña provoca chuva no Nordeste do Brasil, e gera seca na Região Sul, em boa parte do Centro-Oeste e no Sudeste.  

A climatologista explica que o fenômeno iniciou há dois meses o processo de resfriamento, porém em velocidade mais lenta que o habitual. 

“O que a gente tem observado e os modelos de previsão do mundo inteiro indicam é que o La Niña este ano está atrasado, já era para estar um pouco mais avançado no tempo e a previsão é que seja uma La Niña fraca”, disse. 

De acordo com Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a probabilidade do La Niña nos meses de outubro-novembro-dezembro aumenta para 60%.

Para o mês de outubro, a previsão do Inmet é quantidade de chuvas acima da média em grande parte da Região Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e deve haver volta gradual das chuvas para a parte central do país na segunda quinzena.

Mudanças climáticas

A climatologista destacou a questão das mudanças climáticas, que foi abordada na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) na última semana, principalmente no discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu o multilateralismo como caminho para superação da urgência climática.

Para Francis Lacerda, as ações para minimizar os impactos do descontrole climático, como a redução das emissões, ainda enfrentam resistência de setores econômicos para serem colocadas em prática, como o agronegócio, ainda "pautado em cima da produção em larga escala e da produção de bovinos e carne que é exportada".

"A energia e a água são convertidas nessas commodities e a gente aqui padecendo de ações para que esse setor de commodities e do agronegócio cresça em detrimento do nosso bioma e do descontrole total do clima”, ressalta.

Outro ponto citado pela climatologista é a possibilidade de a Amazônia chegar ao ponto de não retorno (estágio em que determinado processo se torna irreversível, por exemplo, o desmatamento) o que trará, conforme Francis Lacerda, graves consequências ao país. Ela defende que é preciso parar de considerar o bioma "um pasto gigante" para criação de gado e plantação de soja.

Quanto aos incêndios florestais, ocorridos em diversas regiões do país, a climatologista disse que a maioria deve ter intenção criminosa com intuito de queimar áreas de proteção ambiental. 

Um monitoramento, a partir de imagens de satélite e alertas de fogo, mostra que 99% das queimadas no Brasil têm ação humana, principalmente na Amazônia, Cerrado e Pantanal. 

(Informações da Agência Brasil)

Guerra

Israel intensifica ataques ao Hezbollah e rebeldes do iémen em conflito no Oriente Médio

Guerra que deu origem à crise atual, no dia 7 de outubro de 2023, segue seu curso em marcha reduzida, mas constante

29/09/2024 21h00

Guerra começou em 7 de outubro

Guerra começou em 7 de outubro Reprodução

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Israel ampliou a pressão sobre o Hezbollah neste domingo (29), atacando alvos em todo o Líbano e bombardeando um porto utilizado pelos rebeldes pró-Irã no Iémen, que têm disparado mísseis contra Tel Aviv. O governo libanês informou que cerca de 1 milhão de pessoas, aproximadamente 20% da população, foram deslocadas devido à guerra.

O recente assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, acentuou a crise, enquanto os ataques israelenses continuaram a ser direcionados a alvos estratégicos. Neste domingo, as Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram a morte de Nabil Quaq, chefe da segurança do Hezbollah, em Beirute, onde os bombardeios deixaram 53 mortos.

Na frente sul, Israel atacou o porto de Hodeidah, resultando na morte de quatro pessoas. As tensões permanecem altas, com os EUA reforçando sua presença militar na região como uma mensagem de dissuasão contra o Irã e seus aliados.

Por fim, também foi morto em um ataque de Israel, mais ano norte no vale do Bekaa, um comandante de outro grupo rival de Tel Aviv, a Jama'a Islamiya.

A campanha para dizimar o Hezbollah começou há meros 11 dias, quando pagers começaram a explodir no bolso de integrantes do grupo. A morte de Nasrallah, 32 anos após ascender ao poder na agremiação, encimou o processo.

Israel também divulgou que matou, no ataque da sexta, 20 pessoas da cúpula do Hezbollah, além de um general da Guarda Revolucionária do Irã —Teerã, que fez sua única ação direta na história contra o Estado judeu justamente por um assassinato semelhante em abril, não se manifestou.

O presidente Masoud Pezeshkian, teoricamente um moderado, disse que "os guerreiros libaneses não podem ficar sozinhos nessa batalha para que o regime sionista [Israel] não ataque um país após o outro no Eixo da Resistência", disse, usando o nome fantasia dos aliados de Teerã.

Já o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, foi transferido para um local seguro após a morte de Nasrallah, segundo a agência Reuters.

Após relatos da rede americana ABC e do The New York Times acerca de incursões terrestres israelenses já em curso no sul do Líbano, em antecipação a uma invasão, a Folha foi ouvir pessoas familiarizadas com as operações.

O relato colhido é um pouco diferente do da rede de TV, que falou em curtas ações, e do jornal, que citou infiltrações mais profundas. Segundo o que foi dito, unidades especiais estão mapeando áreas intermediárias, talvez até 15 km ao norte da fronteira, para localizar pontos de lançamento não rastreados e refinar o mapeamento do terreno.

Numa era em que tudo se resolve com drones e satélites, há coisas que só são feitas direita por seres humanos com visão no campo, como perceber esconderijos e pontos de emboscada disfarçados.

Na via inversa, o Hezbollah tem tratado de manter uma imagem de combatividade. Ainda que Israel diga que destruiu 50% de seu arsenal, algo obviamente impossível de aferir de forma independente, conta com muitos foguetes e mísseis para seguir impondo disrupção na rotina do rival.


Neste domingo, foram ao menos 75 projeteis lançados, a maioria rumo ao norte de Israel. Não houve registro de danos ou feridos graves. No porto meridional de Eilat, um míssil foi disparado por algum grupo pró-Irã do Iraque.

Também neste domingo, o secretário americano de Defesa, Lloyd Austin, determinou o reforço adicional de suas capacidades no Oriente Médio.

Segundo o Pentágono, a ideia é mandar uma mensagem de dissuasão contra Teerã e seus aliados. Na sexta, os rebeldes houthis haviam lançado 23 drones e mísseis contra três navios de guerra americanos no mar Vermelho, sem deixar danos aparentes.

Só no teatro de operações sírio, ativo em guerra civil desde 2012, disse o governo americano, os EUA mataram 37 acusados de terrorismo em setembro.

Enquanto isso, a guerra que deu origem à crise atual, no dia 7 de outubro de 2023, segue seu curso em marcha reduzida, mas constante. Uma ação na Faixa de Gaza matou chefes locais do Hamas, e o número de vítimas contado pelos palestinos chegou a 41.595.

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