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CORREGEDORIA Em MS, mais de 60 policias foram excluídos da corporação em dois anos Servidor é afastado de suas atividades ou até mesmo excluído da corporação, por desvio de conduta, caso tenha envolvimento com tráfico de drogas, contrabando, descaminho, receptação, entre outros crimes 24 JUN 2024 • POR Naiara Camargo • 11h59
Comando Geral da PMMS   MARCELO VICTOR

De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS), coronel QOPM Renato dos Anjos Garnes, mais de 60 policiais militares foram excluídos da corporação, por desvio de conduta, nos últimos dois anos.

Desvio de conduta é o ato de violar/desonrar os princípios da profissão, de modo a cometer crimes que contradizem a conduta ética da corporação.

O servidor pode ser afastado de suas atividades ou até mesmo excluído da corporação, por desvio de conduta, caso tenha envolvimento com tráfico de drogas, contrabando, descaminho, receptação, estupro, violência doméstica, feminicídio, tentativa de homicídio, entre outros.

O último caso de desvio de conduta dentro da corporação ocorreu na última sexta-feira (21), quando um militar foi preso e outro morreu em confronto com colegas de farda do Batalhão de Choque. O militar preso é sargento e o que morreu era cabo da PM. Ambos estavam envolvidos com tráfico de drogas e foram pegos em flagrante com 110 kg de maconha.

Em 8 de agosto de 2023, o soldado PM Israel Giron Arguelho foi preso suspeito de sequestrar e estuprar uma frentista, de 24 anos, no Jardim Noroeste, em Campo Grande. Ele foi afastado das atividades e permaneceu preso por dois meses no Presídio Militar. Em 17 de outubro, se suicidou e foi encontrado morto em casa.

Em 4 de julho de 2023, o sargento PM e integrante do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), Ygor Nunes Nascimento, foi flagrado pela Polícia Federal apoiando o tráfico de drogas e acobertando a quadrilha chefiada por pelo sul-mato-grossense Antônio Joaquim da Mota, conhecido como Motinha ou Don. Ygor foi preso e afastados das atividades.

Em 13 de fevereiro de 2023, o policial militar aposentado, José Roberto de Souza, assassinou a tiros o empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, durante uma audiência de conciliação da Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS), em Campo Grande. Ele foi preso e morreu, em 19 de abril de 2024, vítima de complicações cardíacas.

De acordo com o coronel, o órgão responsável por investigar e punir crimes cometidos pelo militar é a Corregedoria da PMMS.

“Quando há militares envolvidos, todos os procedimentos são feitos pela corregedoria da Polícia Militar. O fato é devidamente apurado por inquérito policial militar e, tendo culpa, [o servidor] é condenado e sua exclusão é realizada. Então tenha certeza de que não só esse fato, bem como outros fatos que envolvem policiais militares com desvio de conduta, a ação da polícia militar é energética e a justiça militar também, através dos nossos auditores militares, através dos juízes militares, nossos oficiais são enérgicos e são excluídos, são extirpados da nossa corporação”, detalhou o comandante-geral.

Conforme a PMMS, a corporação não coaduna com qualquer desvio de conduta por parte de seus integrantes.