Cidades

ACORDO

Do alto escalão, indígena de MS foi peça-chave para alcançar acordo histórico

Acordo conciliatório deve colocar um ponto final no conflito de terras em Mato Grosso do Sul

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Natural de Aquidauana (MS) e secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Eloy Terena, do alto escalão do Governo Federal, foi peça-chave para conquistar o acordo histórico feito entre indígenas x fazendeiros, referente ao conflito de terras em Antônio João.

A participação ativa do secretário-executivo, durante a audiência de conciliação, foi fundamental para o sucesso do acordo conciliatório, que deve colocar fim ao conflito de terras em Mato Grosso do Sul.

Antônio João, município localizado a 281 quilômetros de Campo Grande, é palco de conflitos, entre indígenas e produtores rurais, há décadas.

Quatro indígenas já foram mortos no município em virtude da disputa por terras: o primeiro foi Marçal de Souza, em 1983, o segundo foi Dorvalino Rocha, em 2005. Dez anos depois, em 2015, Simião Vilhalva foi assassinado. O último foi Neri Guarani Kaiowá, morto em confronto com a polícia em 18 de sembro deste ano.

O acordo histórico, feito entre indígenas e fazendeiros em audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF), vai destinar R$ 146 milhões de indenização para proprietários rurais de Antônio João, dando continuidade, assim, a finalização da homologação da Terra Indígena Ñande Ru Marangatu, de 9.317 hectares. A verba é do governo federal e governo do Estado.

O acordo feito com a presença do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), lideranças indígenas Guarani Kaiowá, governo do Estado, representado pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Ana Carolina Ali Garcia, e proprietários rurais, que sacramenta o fim dos conflitos pela propriedade das terras em Antônio João.

Do total de R$ 146 milhões que serão pagos como indenização, R$ 102,2 milhões serão destinados pela União aos proprietários rurais pela terra nua, por meio de precatórios, e R$ 16 milhões o governo do Estado vai arcar como contrapartida.

O outro montante restante, de acordo com a ata do termo da audiência de conciliação, será pago pela União de imediato aos fazendeiros, pelas benfeitorias feitas nas terras, no valor de R$ 27,8 milhões.

Após o pagamento das benfeitorias, que deve ocorrer até o final deste ano, os proprietários rurais terão 15 dias para se retirarem dos 9.317 hectares, que serão oficialmente pertencentes ao povo Guarani Kaiowá, o que colocará um ponto final definitivo no conflito de terras.

Já para o pagamento pela terra nua, que será feito através de precatórios, a previsão é que os títulos de precatórios comecem a ser pagos no começo de 2025.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), enalteceu a imagem de Eloy Terena, que é um dos grandes responsáveis pelo acordo histórico.

“Eloy Terena é uma liderança indígena, que é o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, tanto ele quanto a ministra Sônia Guajajara tiveram um papel decisivo e fundamental nesse processo no STF. Foram sete horas de reunião, de discussão, extremamente dura e intensa”, elogiou o chefe do executivo estadual.

Além disso, ressaltou que o secretário-executivo participa ativamente da luta pelas políticas públicas para os indígenas.

“Eloy e a Ministra Sônia, estão bastante envolvidos conosco em estruturar projetos para que a gente possa levar adiante algumas ações estruturantes, como é, por exemplo, o caso da água potável dentro das aldeias do estado de Mato Grosso do Sul”, concluiu o governador.

O deputado federal, Vander Loubet (PT), celebrou o fim do disputa por terras.

“Foi um dia especial para o povo Guarani-Kaiowá. Tratar-se de um momento histórico na busca pela paz no campo em Mato Grosso do Sul. Esse acordo põe fim a um conflito que já se arrasta por 25 anos e abre espaço para que outros acordos sejam feitos em situações semelhantes. Ou seja, é um grande avanço nessa questão", disse o parlamentar.

PROTAGONISTA

Luiz Henrique Eloy Amado, mais conhecido como Eloy Terena, é indígena do povo Terena de Aquidauana (MS).

É formado em Direito e advogado. É doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF, doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-doutor em Ciências Sociais pela École des Hautes Études em Sciences Sociales (França).

Atuou como advogado da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) em representações no Supremo Tribunal Federal, na Corte Interamericana de Direitos Humanos e no Tribunal Penal Internacional.

Atualmente é secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a convite da ministra do MPI, Sônia Guajajara, no governo Lula (2023-2026).

*Colaborou Judson Marinho

Agressão

Garras prende suspeito de esfaquear a namorada no bairro Tiradentes

Wellington Paes Lino, de 24 anos estava foragido desde domingo (6) e foi localizado no bairro Moreninhas, em Campo Grande. 

10/04/2025 16h17

Wellington Paes Lino, de 24 anos estava foragido desde domingo (6) e foi localizado no bairro Moreninhas, em Campo Grande. 

Wellington Paes Lino, de 24 anos estava foragido desde domingo (6) e foi localizado no bairro Moreninhas, em Campo Grande.  Divulgação/Polícia Civil

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Foi preso na tarde desta quarta-feira (9), o suspeito de agredir a namorada e causar graves lesões na barriga e nas suas partes genitais. Wellington Paes Lino, de 24 anos estava foragido desde domingo (6) e foi localizado no bairro Moreninhas, em Campo Grande. 

Segundo relatos, as duas filhas da vítima estavam no imóvel no momento do incidente, juntamente com o genro e dois netos. A mulher estava no quarto com o suspeito, até então, namorado, e saiu gritando por socorro e sangrando muito. Foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Tiradentes, onde foi constatado lesões na região abdominal e genital, sendo transferida para a Santa Casa, onde permanece internada.

O caso foi registrado na 1ª DEAM como lesão corporal no âmbito de violência doméstica, onde a delegada plantonista pediu a prisão preventiva do autor por feminicídio tentado, decisão deferida pelo juiz. 

Nos últimos dois dias, a Polícia Civil tem divulgado cartazes de foragido com o rosto do homem em suas redes sociais e pela imprensa, o que possibilitou que os policiais do GARRAS (Delegacia Especializada de Repreensão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) o localizassem na casa da mãe, no bairro Moreninhas e realizassem a prisão. 

Ao ser abordado, Wellington afirmou estar ciente do motivo da prisão e não apresentou remorso ou arrependimento. Ele foi encaminhado à Delegacia Especializadas de Atendimento à Mulher, onde permanecerá à disposição da Justiça. 

O delegado responsável pela prisão, Roberto Guimarães, detalhou o momento da prisão e o comportamento do homem. 

“Ele foi bem frio, só falou ‘eu sei porque vocês estão me prendendo’ e confirmou que teve uma briga com a mulher dele, mas não quis dar nenhum detalhe. Pelo histórico, pela conduta dele, ainda mais quando trata-se de um crime violente, quando há essa gravidade e periculosidade, o Garras é acionado”, explicou. 

Seis boletins de ocorrência

Segundo o delegado de Wellington, Jean Carlos Lopes Campos, existem seis boletins de ocorrência contra seu cliente, mas não especificou se todos são relacionados à mesma vítima. Acrescentou, também, que Wellington optou pelo direito de permanecer em silêncio. 

A família da vítima relatou que o casal mantinha um relacionamento de três anos, entre discussões, términos e reconciliações. Inclusive, tinham retomado o relacionamento a dois meses. Wellington já possui antecedentes criminais e, em 2020, foi absolvido de acusações de homicídio qualificado e quatro tentativas de homicídio relacionadas à morte de Odilon Rodrigues da Silva. 

A vítima relatou ainda que, mesmo internada, ela continuou recebendo ameaças do suspeito através de mensagens pelo celular. Entre as diversas mensagens, alguns exemplos são ameaças como “você vai conhecer meu lado ruim”, “você vai ver, vou matar você ‘guria’”. 

O suspeito acumula na ficha criminal passagens por homicídio, tentativa de homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. 
 

Movimento estudantil

Após dois meses de denúncia e alunos comendo no sol, UFMS amplia bolsas de auxílio emergencial

A quantidade de aprovados para o recebimento do auxílio subiu de 160 para 354, um aumento de 194 bolsas oferecidas.

10/04/2025 14h31

Alunos convocam para manifestação nesta quinta-feira (10)

Alunos convocam para manifestação nesta quinta-feira (10) Divulgação

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A diretora da UFMS no câmpus Três Lagoas, juntamente com a diretoria de Assistência Estudantil, no câmpus Três Lagoas convocou uma reunião com os alunos ontem (9) para discutir os problemas denunciados, especificamente sobre o fechamento do Restaurante Universitário, falta de estrutura para alimentação dos estudantes e a falta de professores em vários cursos. 

Na reunião, foi comunicado que seriam disponibilizadas algumas salas específicas para que os alunos pudessem fazer suas refeições. A iniciativa da universidade veio após meses de pedidos, já que o RU encontra-se fechado desde o início das aulas a mando do Ministério Público por cassação da empresa responsável. Ainda não há uma data estipulada para nova licitação e reabertura do restaurante. 

Em primeira resposta aos alunos, em fevereiro, a UFMS abriu um edital com 160 vagas para auxílio emergencial no valor de R$300 para alimentação até a reabertura do restaurante, sendo que, no câmpus Três Lagoas estão matriculados quase 3 mil alunos e grande parte faz uso do restaurante. 

Após a reunião e em novo edital divulgado hoje (10), a quantidade de aprovados para o recebimento do auxílio subiu de 160 para 354, um aumento de 194 bolsas oferecidas.  

“Foram mais de dois meses de alunos comendo no chão, no sol quente e de movimentação dos estudantes para a universidade pensar em alternativas. A gente não pode ficar parado, estamos cansados de promessas vazias”, afirma o estudante Gabriel de Oliveira Dias. 

Segundo o movimento estudantil do câmpus, o ato marcado para acontecer hoje permanece, às 20h30 em frente ao RU e a convocação é para todos os alunos.

“Estamos enfrentando uma série de problemas que afetam diretamente nossa permanência e a qualidade da nossa formação. Por isso, vamos fazer barulho com as seguintes pautas: reabertura do espaço (RU); ampliação das vagas para auxílio alimentação; contratação urgente de professores; e alternativas mais eficazes para lidar com a falta do RU que afeta alunos, professores e técnicos”, diz a convocação e finaliza com o apelo “Nosso futuro não pode esperar!”. 

A diretoria do câmpus afirmou ainda que não tem investigação sobre a investigação da antiga empresa do restaurante, que segue em sigilo e que a estrutura do mesmo só será liberada após a conclusão das investigações. 
 

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