A construção de casas para as 187 famílias da Comunidade do Mandela, que foi atingida por incêndio no dia 16 de dezembro, começará na segunda-feira (11), segundo informou a prefeita Adriane Lopes (PP) na manhã de hoje. A transferência dos moradores para as novas áreas começa na quinta-feira (14).
A chefe do Executivo Municipal já havia anunciado anteriormente que as famílias receberiam lotes em quatro regiões da cidade, sendo no José Tavares (38 lotes), Iguatemi I (38), Iguatemi II (30) e Talismã (32). Há ainda uma nova área a ser definida para atender as demais famílias.
Os moradores não podem reconstruir as moradias no mesmo local onde é a Comunidade do Mandela por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental (APP).
As obras das unidades habitacionais terão início no José Tavares e no Talismã. A previsão é que todas as construções sejam concluídas em um ano.
“Nós estamos no processo de trazer a infraestrutura para as áreas, uma área no José Tavares, onde 38 famílias serão regularizadas, já está previamente pronta, já temos água, só falta a iluminação que está em um processo ainda”, disse a prefeita.
As casas serão construídas por empresa credenciada pelo Credihabita, com investimento de aproximadamente R$ 15 milhões em recursos próprios da prefeitura.
No caso de pessoas solteiras e casais sem filhos, a moradia terá uma metragem menor.
Cada família beneficiada pagará parcelas mensais de R$ 185, pelo prazo de 360 meses (30 anos).
As primeiras 39 famílias que serão transferidas na quinta-feira terão apoio logístico da prefeitura para ir até o novo local.
"As famílias mudarão aqui da comunidade com seus pertences, com tudo. A nossa equipe da prefeitura vai estar estrategicamente trabalhando para a remoção, com uma logística com trabalho coordenado pelas nossas equipes", afirmou Adriane.
De acordo com o diretor-adjunto da Emha, Claudio Marques Junior, a seleção de quais famílias irão para quais áreas será feita por sorteio.
"Não podemos escolher e selecionar quem a gente acha que tem prioridade ou não, então tudo será feito através de sorteio. Lógico que as famílias que já estavam com processo em andamento iniciarão, junto com as outras que tiveram os barracos todos queimados, e na sequência a gente sorteia o restante, inclusive para as famílias que ainda estão em definição da nova área, a gente já vai deixar sorteado", explicou.
"De forma humanitária e de sensibilidade, a gente inicia com quem não tem nada. As pessoas que estão dentro dos barracos que estão em pé, acho que ainda podem esperar um pouco mais, então a gente inicia pelas 80 famílias que perderam tudo", acrescentou.
Greicielen Ferreira, liderança da Comunidade do Mandela, disse que os moradores se sentem gratos pela promessa feita pelo Executivo estar sendo cumprida.
Incêndio no Mandela
No dia 16 de novembro, um incêndio de grandes proporções destruiu cerca de 80 barracos na Favela do Mandela, fazendo com que 187 famílias perdessem seus lares e itens básicos nas chamas.
As causas do incêndio ainda não foram divulgadas, mas, na época, foi divulgado que a suspeita era que possa ter sido provocado por um curto-circuito ou por uma pessoa, que teria ateado fogo em um barraco e acabou se espalhando para os outros, segundo informações do Corpo de Bombeiros.
Famílias que aceitaram foram encaminhadas para abrigos. O Exército Brasileiro instalou 14 tendas para acolhimento a essa população.
Como os moradores perderam tudo com o fogo, muitas pessoas levaram doações até a comunidade, que segue recebendo os itens.










