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Incêndio com devastação de 333 mil hectares resulta em multa de R$ 100 milhões, no Pantanal

Fiscalização do Ibama identificou dos proprietários que foram apontados como responsáveis pela propagação do fogo

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Uma fiscalização que envolveu averiguações durante mais de 20 dias resultou e uma das maiores multas ligadas a uma só propriedade no Pantanal por conta de incêndios florestais, neste ano.

Os fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificaram falha de proprietários rurais para ignição de incêndio e aplicaram R$ 100 milhões em multa, dividido para dois proprietários de uma mesma fazenda. O local fica no município de Corumbá e o incêndio teve início em junho.

As infrações foram lavradas nesta terça-feira (24) e cabe recurso por parte dos autuados. Não há um prazo especificado para o pagamento. Após análise de dados, esse incêndio acabou devastando uma área de 333 mil hectares, o equivale a mais de duas vezes o território da cidade de São Paulo. 

O Ibama apontou que a ignição gerou danos para mais de 130 fazendas. "A área é a maior já devastada por incêndio provocado por uma única propriedade este ano no Pantanal, abrangendo, também, outros 135 imóveis rurais afetados pelo fogo", informou o órgão federal.

Os dados mostraram que o fogo teve início em vegetação nativa do Pantanal, no interior do imóvel autuado. As condições climáticas da região favoreceram para a propagação e o incêndio levou 110 dias para ser controlado pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo). Também atuaram na região os Bombeiros de Mato Grosso do Sul, além de brigadas de outras fazendas.

Houve a constatação de ilícitos ambientais e, por conta disso, os dois responsáveis pelo imóvel rural foram identificados e multados por danificar vegetação nativa do Pantanal com uso de fogo sem autorização do órgão ambiental competente. Toda a área incendiada foi embargada pelo Ibama para permitir sua regeneração e projeto ainda precisará ser apresentado para aplicar medidas de plantio.

"O fogo causou danos ambientais severos a vegetações típicas do bioma Pantanal e impacto direto aos animais silvestres, com aumento de sua mortalidade e diminuição de substratos e recursos alimentares, dificultando sua sobrevivência. A fumaça gerada contribuiu para o aumento da poluição do ar em grande parte das cidades brasileiras, liberando poluentes atmosféricos, incluindo material particulado, gases tóxicos e compostos orgânicos voláteis. Esses gases e compostos favorecem a mudança climática ao potencializar o efeito estufa, além de gerar sérios riscos à saúde humana", detalhou a fiscalização do Ibama.

Desde agosto, o Ibama iniciou uma série de notificações preventivas a proprietários de imóveis rurais. O objetivo é exigir a adoção de medidas de prevenção e controle de incêndios em áreas agropastoris, com base na Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, instituída pela Lei nº 14.944, de 31 de julho de 2024.

As notificações orientam os proprietários sobre como proteger suas propriedades contra incêndios e alertam sobre as sanções aplicadas em caso de uso ilegal do fogo. A medida visa, principalmente, dissuadir novas ignições e evitar danos ambientais de grandes proporções.

LITIGANTE

"Encrenqueiro profissional", Bottura compra carrão na Itália e acaba preso

Advogado, ele tem centenas de ações judiciais em diferentes comarcas de MS e chegou até se lançar para disputar o Governo do Estado em 2014

12/04/2025 09h46

Luiz Eduardo Bottura estava sendo procurado pela Interpol e foi descoberto por sar seu cartão de crédito para comprar Maserati

Luiz Eduardo Bottura estava sendo procurado pela Interpol e foi descoberto por sar seu cartão de crédito para comprar Maserati

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Com uma infinidade de ações judiciais em diferentes comarcas de Mato Grosso do Sul, Estado em que tentou até mesmo ser governador, o litigante profissional Luiz Eduardo Auricchio Bottura, de 49 anos, foi preso no último dia 4 no município de Selvazzano, na região do Vêneto, na Itália.

Ele tinha contra si um mandado de prisão internacional emitido pela Interpol, conforme informação publicada pelo jornal Italiano Il Mattino di Padova. 

Segundo reportagem do site Consultor Jurídico, em novembro do ano passado, a juíza Juliana Trajano de Freitas Barão, da 1ª Vara Criminal de São Paulo, decretou a prisão preventiva de Bottura e da mulher dele, Raquel Fernanda de Oliveira, que no mês seguinte foi presa. 

 Os dois são réus em uma ação penal que trata da prática dos crimes de associação criminosa; inserção de dados falsos em sistema de informações; falsificação de documento público; usurpação de função pública; prevaricação; e violação de sigilo funcional.

De acordo com o Il Mattino, Bottura estava na Itália desde janeiro de 2024. O jornal informou que a polícia italiana chegou até o litigante profissional porque ele adotou em terras europeias um estilo de vida não muito inteligente para um procurado internacional: Bottura usou cartões de crédito em seu nome e pagou mensalidades de uma academia de ginástica. 

Mas, a imprudência das imprudências foi comprar um possante Maserati Gran Cabrio, com o qual desfilava sem perturbações pelas ruas de Selvazzano. Dependendo do modelo, o veículo custa até R$ 1 milhão.

No interior de um automóvel bem menos glamoroso, Bottura foi levado pelas autoridades locais a uma cadeia da pequena cidade, onde aguarda um mandado de extradição para o Brasil, informa o Consultor Jurídico.

QUEM É BOTTURA

Luiz Eduardo Auricchio Bottura é um litigante profissional que aparece como parte em mais de três mil processos.

Condenado cerca de 300 vezes por litigância de má-fé, ele se especializou em constranger desafetos se valendo de diferentes brechas do sistema de Justiça, como a indicação de endereços errados de suas vítimas para provocar falsas revelias. Já nas ações em que é réu, faz uso de estratégia parecida, mas para escapar da lei penal e não ser localizado.

Outra técnica do arsenal do litigante é processar magistrados para forçar que eles se declarem impedidos de julgá-lo. Para inibir quem o contraria, já processou um presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, o presidente da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis). 

Além disso, processou vários advogados das partes que o processaram e chegou a processar o então secretário de Segurança de Mato Grosso do Sul, quando ele foi preso e seu nome e foto apareceram no site do governo.

COMEÇOU EM ANAURILÂNDIA


Em 2009, o Consultor Jurídico mostrou que Bottura havia instalado uma indústria de desafetos em Anaurilândia, cidade de Mato Grosso do Sul na divisa com São Paulo, onde ele havia se instalado depois da separação de um primeiro casamento em São Paulo.

À época, dos 600 processos que tramitavam no Juizado Especial da comarca, um quarto havia sido ajuizado pelo ligitante profissional.

Também naquele ano, ele chegou a ser preso por suspeita de falsificação de documentos, acusação recorrente em outras ações penais contra Bottura. 

Naquele caso, teria apresentado uma petição se passando pelo advogado da ex-mulher, segundo a defesa dela narrou à época, forjando um pedido para que o processo de separação e arrolamento de bens fosse encaminhado à comarca de Anaurilândia. 

A então juíza de Anaurilândia acabou sendo aposentada compulsoriamente porque supostamente teria sido cooptada por Bottura. 

Em 2010, uma nova reportagem da ConJur mostrou que Bottura e as empresas de comércio na internet das quais era sócio respondiam a mais de 700 processos em todo o país e mais de uma dúzia de inquéritos policiais por crimes contra o consumidor.

Ainda à época, segundo investigações do Procon de São Paulo, que já havia aberto mais de 500 processos tratando de reclamações contra os negócios do litigante, Bottura era sócio de empresas acusadas de enviar boletos de cobrança a consumidores que jamais compraram nada com elas.

Em 2014, ele foi pré-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo PTB. Em vídeo institucional da sigla divulgado à época, defendia que “os ratos fossem retirados do poder”.

Em 2021, Bottura conseguiu de uma vítima uma “doação” de R$ 7 milhões. Em conjunto com sua mãe, a psicóloga Maria Alice Auricchio Bottura, que atendia à vítima havia mais de 18 anos, atuou para que ela transferisse valores referentes à herança de seu marido a contas de empresas estrangeiras, ligadas aos autores dos fatos.

Prenda-me se for capaz

Em 2022, Bottura foi alvo de uma investigação da Polícia Civil de São Paulo, ocasião em que foram apreendidos veículos, celulares e documentos. Também havia sido expedido um mandado de prisão, mas ele não foi encontrado.

Na ocasião, a investigação policial narrava que o procurado deu causa a aproximadamente três mil ações infundadas, com a utilização de documentos falsos e chancelados por agentes públicos dotados de fé pública, alguns induzidos a erro e outros cooptados, utilizando-se do Poder Judiciário de maneira indevida para obter vantagem econômica.


 

SENTENÇA

TJ condena nora que "limpou" conta bancária da sogra com Alzheimer

Em um período de três semanas do ano retrasado, a mulher efetuou seis saques de R$ 900 no cartão da vítima, e foi denunciada pelo esposo

12/04/2025 09h15

TJ-MS condena nora que sacou quase R$ 5,5 mil da conta da sogra, que sofria de Alzheimer

TJ-MS condena nora que sacou quase R$ 5,5 mil da conta da sogra, que sofria de Alzheimer Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado

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Um ano e meio depois, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) condenou a nora que "varreu" conta bancária da sogra que sofria de Alzheimer.

O então esposo da golpista, filho da senhora, percebeu o sumiço do cartão da mãe ao ir pagar despesas médicas dela. Ao questionar a esposa acerca do assunto, a moça admitiu estar com o cartão e que havia realizado "apenas" três saques. 

Porém, através de extratos bancários, foi constatado que ela havia realizado mais três, todos no valor de R$ 900, totalizando R$ 5.400,00 de prejuízo à vítima. Diante disso, o homem compareceu na delegacia para denunciá-la.

Sob violação do artigo 102 do Estatuto do Idoso, que determina crime a apropriação de bens rendimentos do idoso para finalidades diversas ou pessoais sem o conhecimento da vítima, o juiz Robson Celeste Candeloro condenou a nora em 1 ano e 9 meses de reclusão, além de 34 dias-multa, que foram substituídas por duas restritivas de direito.

Portanto, a condenada cumprirá a pena em liberdade, com obrigatoriedade de prestar serviços à comunidade - durante 2h diárias ou 10 horas semanais em entidade que será definida pelo juízo da execução da pena -, e pagamento de dois salários mínimos (R$ 3.036,00) de prestação pecuniária, ou seja, "uma compensação pelos danos causados à vítima ou à sociedade".

Durante todo o processo, que foi ser definido nesta sexta-feira (11), mais de 500 dias depois do crime, a sogra da condenada e mãe do rapaz morreu. Mesmo assim, a Justiça determinou o pagamento de R$ 5.400,00 como reparação por danos materiais, que serão recebidos pelos herdeiros da vítima. 

Todas as condenações, segundo o juiz responsável pela ação, foi com base na confissão da ré, os extratos bancários e depoimento do filho, que comprovaram atitude criminosa por parte da mulher.

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