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Nelsinho e Tereza Cristina viajam aos Estados Unidos para negociar "tarifaço" de Donald Trump

Ao todo, oito senadores seguem em missão oficial à cidade de Washington, marcada para última semana de julho

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Com a presença de Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP), o Senado aprovou uma comissão para debater as relações econômicas bilaterais entre Brasil e Estados Unidos, estremecidas após o recente "tarifaço" anunciado por Trump. 

Composto por quatro titulares e quatro suplentes, o grupo propõe debates aos políticos estadunidenses na intenção de reforçar os vínculos institucionais e defender os interesses comerciais do Brasil, em temas como comércio exterior, investimentos, cadeias produtivas, agricultura e segurança jurídica, missão oficial à cidade de Washington marcada para última semana de julho.

A CTEUA será composta pelos seguintes senadores:

  • Senador Nelsinho Trad (PSD-MS) -  Presidente

    Integrantes:

  • Tereza Cristina (PP-MS)
  • Astronauta Marcos Pontes (PL-SP)
  • Jacques Wagner (PT-BA)
  • Esperidião Amin (PP-SC)
  • Rogério Carvalho (PT-SE)
  • Fernando Farias (MDB-AL)
  • Carlos Viana (Podemos-MG)

Presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Nelsinho defendeu, em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (16), uma resposta diplomática coordenada para enfrentar a crise comercial entre ambos os países.

O senador afirmou que é preciso baixar a tensão entre os dois países e buscar soluções pragmáticas para evitar prejuízos econômicos, especialmente aos municípios do interior que dependem das exportações.

Segundo o parlamentar, a recente suspensão de exportações de carne bovina por frigoríficos instalados em cidades sul-mato-grossenses, noticiado com exclusividade pelo Correio do Estado, já tem causado impactos sociais e econômicos.

“Eu tive a notícia de que cinco plantas frigoríficas do Mato Grosso do Sul pararam a produção da carne que iam exportar para os Estados Unidos. V. Exa. tem noção do que pode representar para uma cidade pequena, que tem o frigorífico como único gerador de empregos, uma demissão em massa?”, alertou.

Para ele, o comércio internacional não pode ser tratado como um campo de batalha ideológica ou partidária, e sim, classificado como uma agenda de Estado, que deve ser guiada pelo pragmatismo, pela responsabilidade, sempre com foco na geração de emprego, renda e oportunidades.

A criação da comissão foi articulada entre Senado e a Presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, diante da necessidade de fortalecimento das relações bilaterais no contexto das novas barreiras tarifárias adotadas pelos Estados Unidos, que já impactam diversos setores da economia brasileira.

A missão tem caráter suprapartidário, institucional e estratégico, com o objetivo de promover o diálogo direto com parlamentares norte-americanos e fortalecer os laços bilaterais entre os Poderes Legislativos dos dois países.

Críticas

Nesta semana, Nelsinho e Soraya criticaram as tarifas comerciais impostas pelo governo estadunidense em relação ao Brasil, fato que a senadora classificou como um verdadeiro "tiro no pé" por parte de Donald Trump.

Para a senadora, a medida é uma manobra política e não técnica, enquanto Nelsinho, disse que o momento pede  uma missão parlamentar ao Congresso dos Estados Unidos, prevista para o fim de julho, com o objetivo de abrir diálogo direto com senadores norte-americanos.

Tarifaço

A medida que impôs tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, repercutiu no Senado.  O presidente da CAE, senador Renan Calheiros (MDB-AL), também repudiou a decisão, que chamou de “ataque ao comércio, à indústria e ao agronegócio brasileiro”, motivado, segundo ele, por interesses eleitorais.

"A decisão do presidente norte-americano foi divulgada, pasmem, por carta publicada nas redes sociais, uma carta dirigida ao presidente Lula que elenca motivos políticos, eleitorais, pessoais, e não elenca nenhum motivo de ordem comercial ou tarifária", criticou Calheiros.

O senador também contestou a justificativa de Trump, que alegou déficit dos EUA na balança comercial com o Brasil. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a realidade é oposta: é o Brasil que tem acumulado déficits consecutivos com os Estados Unidos desde 2009.

Renan defendeu a aplicação da chamada Lei da Reciprocidade como resposta às tarifas unilaterais impostas por Washington. A legislação, originada a partir do PL 2.088/2023, de autoria do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), foi aprovada pelo Congresso em abril e sancionada pela Presidência no mesmo mês, após um primeiro aumento tarifário de Trump sobre o aço brasileiro.

O decreto que regulamenta a lei foi publicado nesta terça-feira (15), assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A norma autoriza o Brasil a suspender concessões comerciais, investimentos e até obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual em resposta a medidas unilaterais que prejudiquem a competitividade internacional do país.

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ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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