Enquanto campo-grandenses sofrem diariamente com as "crateras" que se abrem, da periferia à área nobre, no asfalto de Campo Grande, o atual chefe da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Ednei Marcelo Miglioli, disse na manhã de hoje (06) que encara essa situação de buraqueira na Cidade Morena como um "problema histórico", que segundo ele ainda vai levar tempo para se resolver.
Na manhã desta quinta-feira (06) representantes da Sisep e Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz) foram até a Câmara Municipal, com o intuito de apresentar informações ligadas a obras, serviços públicos e as finanças do Executivo de Campo Grande para os vereadores.
Nessa ocasião, Miglioli foi questionado pela imprensa antes de entrar em reunião com os parlamentares, onde afirmou que os buracos na Cidade Morena são problema há mais de uma década e não seriam resolvidos pelo atual mandato.
"Vamos apresentar, inclusive hoje (06), o que nós estamos fazendo para resolver o problema do tapa-buraco, mas você não corrige problemas históricos de mais de 30 anos em apenas um ano ou dois", afirmou o titular da Sisep.
Entretanto, sem fazer "acepção de pessoas" os buracos se espalham da periferia até a área nobre de Campo Grande, como no caso da cratera que já completou aniversário na esquina da Rua José Maria Hugo Rodrigues e Cora Coralina.
Próximo à uma praça e cercado de residências de alto padrão, esse buraco em questão aumenta "cada dia mais" segundo os moradores, que inclusive já celebraram o "aniversário" da cratera que existe no local há mais de um ano.
Porém, também não é novidade que não é preciso andar muito pela Capital para se deparar com buracos, sejam em ruas isoladas ou em cruzamentos, que trazem ainda mais riscos para a população de Campo Grande.
É o caso do encontro da Avenida José Barbosa Rodrigues com a Vanderlei Pavão, no extremo do buraco citado anteriormente, onde próximo ao residencial Búzios e aos fundos do bairro Ana Maria do Couto o ponto virou alvo de protestos.
Nos vídeos publicados nas redes sociais pelo acadêmico de ciências sociais, Alisson Benitez Grance, conhecido como "Du Mato", há uma série de denúncias sobre os pontos com crateras em Campo Grande em que ele sai para sinalizar com placas.
Através dos comentários dos populares locais, nota-se justamente a indignação da população e os relatos pessoais de quem passou por algum trecho de buraco e teve prejuízos: "ja zuei roda do carro nesses buraco ai", cita o tatuador Matheus
Empresas sem pagamento
O secretário de infraestrutura afirma seguir um planejamento que, além de técnico, precisa ser casado com um plano financeiro, sendo questionado inclusive a respeito do possível atraso no pagamento para as empresas que prestam os serviços de tapa buraco à Prefeitura.
Antes da reunião, Miglioli desviou do assunto e disse que todas as informações a respeito da atual situação do programa "tapa-buraco" seriam repassadas à imprensa após conversa com os vereadores.
"Porque fica antiético da minha parte trazer qual é o posicionamento da Prefeitura sem antes sentar com os vereadores", disse.
Presidente da Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos, Flávio Almi (PSDB) foi responsável por convocar a reunião. Após a conversa, o "tucano" esclareceu que as obras de enfrentamento devem começar de maneira tímida neste mês.
"Miglioli garantiu que começa 20% agora em novembro, e se estende até dezembro tentando sanar os problemas dos buracos. Ele fala para nós que, a partir do ano que vem, que as contas vão estar equilibradas e aí que a cidade vai entrar no eixo de verdade", comentou Flávio.
Segundo repassado pelo chefe da Sisep à Casa de Leis, apenas duas das sete empresas responsáveis pelos serviços de tapa-buraco estariam trabalhando atualmente justamente pela falta de equilíbrio financeiro.
"É falta de finanças mesmo. São duas equipes, eles têm contrato com sete mas só essas estão operando.Parece que na terça-feira que vêm vai ter uma reunião com essas empresas para tentar negociar dívidas passadas, para fazer voltar a trabalhar. Mas ele passou que algumas dessas também passam por dificuldades para seguir operando", disse ele em complemento.
Além disso, enquanto vereador, Flávio Almi (PSDB) apontou ainda que sequer os pedidos de "tapa-buraco" estão sendo atendidos por parte do Executivo de Campo Grande.
"Desde fevereiro [não estão sendo cumpridos os pedidos de tapa-buraco da Câmara], alguns que eram de 30 centímetros hoje já passa de metro, cai carro dentro e a gente não vê máquina, nem eu como vereador e nenhum dos moradores", concluiu.




