Campo Grande, a capital de Mato Grosso do Sul, tem potencial para se tornar uma cidade digital e referência em inovação no Brasil. Para isso, uma proposta sólida de transformação digital precisa estar no radar do poder público e da iniciativa privada, com o objetivo de impulsionar a economia local, modernizar os serviços públicos e simplificar o ambiente de negócios.
Uma das iniciativas seria a criação de uma Secretaria de Economia Digital, dedicada exclusivamente à modernização dos serviços municipais e ao incentivo de práticas tecnológicas no setor público. Essa secretaria poderia coordenar o desenvolvimento de uma infraestrutura tecnológica, promover a integração de dados e tornar as operações municipais mais eficientes e transparentes. Além disso, serviria como um ponto de apoio para empreendedores de tecnologia, conectando startups e pequenas empresas a oportunidades locais e regionais.
Para transformar a cidade em um polo digital, um plano de investimento estruturado é essencial. Esse plano poderia incluir três frentes principais:
1. Infraestrutura Digital: Investimentos em conectividade, como a expansão da rede de fibra óptica e a implementação de pontos de Wi-Fi gratuito em áreas públicas, facilitarão o acesso a serviços digitais para todos os cidadãos.
2. Capacitação e Qualificação Profissional: Em parceria com universidades e empresas de tecnologia, o município pode promover programas de qualificação para capacitar a mão de obra local nas áreas de TI, desenvolvimento de software e gestão digital.
3. Automatização de Serviços Municipais: Digitalizar e automatizar os serviços municipais — como emissão de documentos, solicitação de licenças e pagamento de taxas — pode melhorar a experiência do cidadão e diminuir a burocracia.
Uma cidade mais digital também precisa de um ambiente de negócios estratégico. Por isso, outro passo importante é simplificar o processo de abertura de empresas em Campo Grande. Implementar uma plataforma digital que reúna todos os trâmites necessários para registro e licenciamento pode reduzir o tempo de abertura de empresas de semanas para dias. Um sistema de balcão único, que concentra todos os serviços em uma interface amigável e intuitiva, também eliminaria o processo manual e aceleraria o fluxo de novos negócios.
O ambiente de negócios estratégico e digital oferece uma oportunidade única para Campo Grande expandir sua arrecadação. Uma plataforma unificada e transparente de tributação poderia incentivar a formalização de empresas, oferecendo facilidades para empreendedores autônomos e microempresas saírem da informalidade. Em contrapartida, o município poderia obter uma base de contribuintes mais robusta e ativa, ampliando sua arrecadação sem necessidade de aumentar as alíquotas.
A criação de uma Secretaria de Economia Digital, juntamente com um plano de investimento e facilitação de negócios, pode ser o pontapé inicial para transformar a capital sul-mato-grossense em um modelo de cidade inteligente no Brasil. Para isso, Campo Grande pode adotar diversas tecnologias digitais para modernizar seus serviços e proporcionar mais praticidade aos cidadãos. Aqui estão algumas sugestões que podem trazer resultados expressivos:
1. Plataforma de Serviços Públicos Unificada - Um portal único onde os cidadãos possam acessar diversos serviços municipais, como pagamento de impostos, solicitação de licenças, agendamento de consultas médicas, e emissão de documentos. Um aplicativo móvel complementa o portal, tornando esses serviços acessíveis pelo celular. Assistentes Virtuais e Chatbots: Ferramentas que auxiliam o cidadão a navegar pelos serviços e tirar dúvidas em tempo real, oferecendo respostas automáticas para as perguntas mais comuns.
2. Internet das Coisas (IoT) para Monitoramento Urbano - Instalar sensores para monitorar a qualidade do ar, o trânsito e a iluminação pública podem ajudar na coleta de dados e na gestão em tempo real. Por exemplo, semáforos inteligentes ajustam o tempo de abertura conforme o fluxo de veículos, reduzindo congestionamentos. Outro ponto são lixeiras Inteligentes: Equipamentos com sensores que indicam o nível de ocupação para otimizar a coleta de lixo e reduzir custos operacionais.
3. Blockchain para Transparência e Segurança - A tecnologia blockchain permite criar registros imutáveis de documentos e transações municipais, aumentando a transparência e a confiança do cidadão.
Contratos e licenças digitais baseados em blockchain podem ser verificados publicamente, agilizando processos e promovendo transparência.
4. Plataformas de Participação Cidadã e e-Democracia - aplicativos que permitem ao cidadão opinar sobre decisões, votar em consultas públicas e participar do orçamento participativo digital. Essa prática incentiva a cidadania ativa e contribui para a transparência.
4.1 Aplicativos onde o cidadão pode reportar problemas na infraestrutura urbana, como buracos nas ruas, iluminação defeituosa, entre outros. Com geolocalização, o município pode direcionar rapidamente equipes de reparo.
5. Inteligência Artificial para Análise de Dados e Tomada de Decisão:
5.1 Análise Preditiva em Saúde e Educação: Usar IA para analisar dados da saúde pública, identificando áreas de risco e antecipando demandas. No campo da educação, IA ajuda a entender o desempenho dos alunos e direcionar melhorias.
5.2 Gestão de Trânsito e Segurança Pública: Através de câmeras com IA, é possível identificar automaticamente incidentes e agilizar o atendimento em áreas críticas.
6. Pagamentos via QR Code e Aplicativos: Permitir que os cidadãos paguem impostos, taxas e tarifas via aplicativos, carteiras digitais ou QR Code, facilitando a quitação de débitos e incentivando a pontualidade.
6.1 Incentivos Fiscais Digitais: Aplicativos que permitem que o cidadão acompanhe seus tributos pagos e recebam benefícios por pagamentos em dia, incentivando a regularização fiscal.
Essas tecnologias, se implementadas de forma integrada, podem fazer de Campo Grande uma cidade mais eficiente, transparente e próxima do cidadão. O impacto positivo se refletirá tanto na qualidade dos serviços quanto na relação entre o poder público e a comunidade.
A arrecadação tente a aumentar de forma gradual e natural, com maior formalização, controle e eficiência no fluxo de gestão dos processos produtivos, melhorando a educação, arrecadação, população e consequentemente o IPM.