O título que ilustra o presente artigo retrata com absoluta fidelidade o amor intenso, verdadeiro e sublime dos nossos filhos de estimação, os pets. Não tem nada a ver com aquele amor demonstrado pelos seres humanos, com raríssimas exceções. No relacionamento humano, em que a conversa verbal substitui o olhar para uma convivência que se espera salutar e saudável pode também reservar um fim de tristeza e dor imensa. O rompimento da união conjugal é o seu estigma maior. A dor da prole segue na mesma direção.
Essas histórias não poderiam nunca conhecer o seu fim. Mas infelizmente esse amor não resulta duradouro, tem os seus tropeços. Já, com os nossos animais de estimação isso não ocorre. O relacionamento com os nossos bichinhos, formatam um amor que só conhece o seu fim com a sua morte. Cada dia resulta melhor que o outro. São mais do que as evidencias claras que podemos observar ao longo dessa convivência. São exemplos edificantes de vida que eles nos ensinam.
Algo incrível de entender e interpretar, porque eles não falam mas demonstram todos os dias com as suas brincadeiras e comportamentos as ações que nos animam a vencer os desafios da vida diária. Não cobram nada por esse amor e por tudo o que nos oferece de bom, útil e agradável.
Apenas demonstram carinho, afeição, companheirismo sedimentado pelo amor. Todos os dias repetem esse ritual alvissareiro. Ficam à nossa espera quando retornamos do trabalho, no mesmo lugar, e com a mesma alegria estampada na face.
Alguém disse alhures que esses bichinhos são os únicos seres vivos, que esperam por você, todos os dias até o fim da sua vida. Algo que nos enche de emoção, alegria e renova as nossas energias. Na hora destinada aos seus passeios diários dirigem apenas o seu olhar dizendo que aquela hora é a hora do lazer dele. E aí não tem jeito.
Nenhum cansaço resulta capaz de não atender aquela súplica motivada pelo seu olhar sem igual. Aqui reside seguramente uma das poucas verdades que podemos acreditar como sendo dogmáticas. Só quem tem esses bichinhos ao seu lado pode entender, interpretar e avaliar com absoluta fidelidade o alcance imorredouro desse amor verdadeiro que não fala.
Talvez por esse fato precioso está a residir o ponto fundamental para uma união sem fim com o seu tutor. Muitas vezes as palavras são bonitas, lindas e encantadoras, mas se não vierem acompanhadas dos fatos que lhes deem sustentação, se evaporam. Então um fato concreto pode agasalhar essa verdade.
Na separação judicial entre casais litigantes a guarda compartilhada não alcançam apenas as pessoas dos filhos, chega também aos nossos amiguinhos de estimação. É a força do amor que traça esse destino de grandeza sem igual. A dor que as crianças sentem com a separação dos seu pais sentem seguramente os nossos animais de estimação. Ninguém deseja perder essas conquistas preciosas que uma convivência saudável resulta capaz de produzir.
Por isso lutamos por eles até o último dia da sua existência como prova evidente do compromisso que assumimos com Deus e também com a nossa consciência. Nesse contexto resulta em algo monstruoso abandona-los sem uma assistência digna para um companheiro que sempre foi fiel. Na velhice, sobretudo. Os maus tratos, então, dispensa comentários.
Nem os animais irracionais demonstram esses atos insanos. Nesse contexto somente quem tem um animal de estimação pode construir essas linhas, deixar esse exemplo, exaltar esses valores, engrandecer esse companheirismo e ajudar a nós próprios como seres humanos a sermos mais justos, solidários e altruístas.