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Pablo Marçal: "Se não existe nós, quero meu dinheiro de volta"

"Coloquei R$ 100 mil na sua campanha, te ajudei com os influenciadores, te ajudei no digital, fiz você gravar mais de 800 vídeos. Para te ajudar, entrei na lista da PF. Se não existe nós, quero meu dinheiro de volta", de Pablo Marçal a Bolsonaro

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O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, reuniu-se no final de semana passada, com o Conselho Nacional de Previdência Social (à frente o ministro Carlos Lupi) para discutir a operação pente fino que o instituto está realizando em mais de 700 mil aposentadorias e benefícios. 

Mais: Uma das preocupações é a comunicação em torno do assunto, o que já acontece em quase todos os assuntos da gestão Lula, habitualmente mal comunicados. O receio é que a higienização da base do INSS seja interpretada pelos beneficiados como um corte de aposentadoria.

Vários personagens

A atriz e modelo Lily Collins está na capa e recheio da  Harper’s Bazaar Tailândia, numa edição especial voltada para moda. A escolha não foi à toa, Lily é considerada uma das celebridades mais elegantes. Fã de alfaiataria, mas também de modelos básicos como jeans e camiseta, prefere cores sóbrias e não gosta muito de chamar a atenção. Um dos rostos da Maison Catier, também fala quais são suas preferência no quesito joias: “Ao tirar algumas fotos para revista, usei um anel em forma de tigre. O que eu gosto muito porque parece lúdico e fofo, como se tivéssemos nosso animal favorito conosco o tempo todo. É uma obra de arte que levamos nos dedos, uma peça pequena mas muito marcante”. E ainda brinca e diz que gostaria de levar para seu guarda-roupa vários figurinos de suas personagens. Mais: ela garante que antes de encarar um personagem faz sempre uma espécie de laboratório para interpretá-lo e gosta sempre de deixar a sua marca. “O processo de preparação depende do personagem. Se o personagem tiver sotaque ao falar vou praticar primeiro com um treinador especializado. O que me atrai provavelmente é a oportunidade de experimentar algo que nunca fiz antes. Adoro interpretar quase qualquer tipo de personagem. E se eu tiver a chance de interpretar um papel que surpreenda a mim mesmo ou ao público, farei isso. Gosto de interpretar personagens diferentes, que não se limite a apenas um tipo de filme ou série”. 

Para fortalecer Haddad e Simone

Ainda a possível criação do conselho técnico de economia: essa é uma ideia que vai e volta, em diferentes momentos e levantada por personagens dos mais distintos matizes ideológicos. De cara, para quem pensa que a iniciativa representaria a fragilização dos ministros da área econômica, é exatamente ao contrário. Todas as vezes que surge o assunto no Planalto, o próprio Lula deixa claro que o conselho não teria superposição com Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), até porque o presidente está ancorado ao sucesso de sua dupla de ministros. A principal referência do conselho por aqui é o National Economic Council, criado em 1993 nos Estados Unidos, para assessorar o presidente nas questões relacionadas à economia. Hoje, é comandado pela economista Lael Brainard, que já ocupou a Secretaria do Tesouro para Assuntos Internacionais e vice-presidência do FED.

Quem apoia

Mais: O futuro conselho de economia também já foi recomendado por Delfim Netto em outros tempos. Em 2018, Paulo Guedes sugeriu a criação de um super conselho econômico para o Governo Bolsonaro. O que não falta à medida é o apoio de mais alta estirpe de economistas do país. Outra missão é emprestar legitimidade e peso a esse comitê de notáveis. E mais: o colegiado tampouco seria um espelho do Conselho Monetário Nacional nos anos 70, que incluía empresários como Abílio Diniz, Jorge Gerdau e sumidades como o professor Octavio Gouvêa de Bulhões, membro permanente do CMN.

Aventuras de Mariana

A modelo, apresentadora, influenciadora e empresária Mariana Goldfarb que já foi casada com o ator Cauã Reymond, atualmente namora com o empresário Rafael Kemp fez a temperatura subir estes dias ao postar uma foto aparentemente nua dentro de uma banheira, sem mencionar onde era. Formada em Nutrição ela sempre compartilha algumas receitas saudáveis em suas redes sociais. Mariana este dias também compartilhou algumas travessuras que cometeu em viagem pela Europa, uma dela foi o descumprimento de uma regra no Museu do Louvre, ao mostrar que estava andando de bicicleta onde é proibido a circulação deste veículo assim como motos. A outra travessura foi mentir para uma aeromoça, que estava grávida, devido a constantes idas ao banheiro do avião, para vomitar, garantindo que estava passando muito mal na volta para o Brasil.

Candidata

Nesses dias, o nome de Tereza Cristina voltou à mesa como candidata à presidência do Senado, com apoio da bancada ruralista e de Rogério Marinho, ex-ministro do governo Bolsonaro. Ele está licenciado do Senado participando das eleições municipais. Uma ala do bolsonarismo-raiz, a começar por Flávio Bolsonaro defende o que está combinado no bloco e acha que Davi Alcolumbre é pule de dez. E já pensa no day after, quando ele já estiver sentado na cadeira da presidência da Casa.

É o Brasil!

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado acaba de aprovar projeto que desfigura a Lei da Ficha Limpa para beneficiar políticos inelegíveis por envolvimento em casos de corrupção. A jogada tem o DNA do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o projeto é de sua filha, deputada Dani Cunha (União-RJ), com parecer entusiasmado do relator do CCJ, senador Weverton Rocha (PDT). A aprovação também do “regime de urgência” confere prioridade para votação da proposta (indecorosa) no plenário do Senado. Hoje a Ficha Limpa prevê que político ladrão fica inelegível pelo tempo equivalente do mandato, mais os oito anos seguintes.

Pérola

“Coloquei R$ 100 mil na sua campanha, te ajudei com os influenciadores, te ajudei no digital, fiz você gravar mais de 800 vídeos. Para te ajudar, entrei na lista da PF. Se não existe nós, quero meu dinheiro de volta”,   

de Pablo Marçal, numa troca de farpas com Bolsonaro.

NÃO SE CONFORMA

O presidente Lula não se conforma com a derrota imposta pelo Congresso, fazendo o STF recuar para manter tudo como era, incluindo emendas pix, individuais, de bancadas e outras. Ele queria se apropriar da bolada de R$ 53 bilhões das emendas para bancar o falecido PAC. Alguns irônicos, depois da reunião com Judiciário e Legislativo, comentaram: “Ele ficou com a brocha na mão” – a se usar antiga frase popular.  Foi Lula que turbinou as emendas individuais, para ser mais convincente nas negociações com parlamentares, que depois tornou-se impositivas. E eles agora não abrem mão da autonomia.

Quanto vale

As tratativas da redução da fatia de Benjamin Steinbruch no capital da Usiminas seguem uma desgastante dinâmica há quase dez anos: para cada metro de serviço, um quilometro de retrocesso. Agora, em meio às hostilidades de sempre entre a CSN e a Ternium, controladora da siderúrgica mineira, surge uma possível moeda de troca, capaz de fazer com que as conversas de esgotem. A moeda em questão é a escória (subproduto da fundição de minério para purificar metais) de aciaria produzida pela Usiminas a partir da fabricação de aço (cerca de 600 mil toneladas/ ano). É um insumo de razoável valor que poderia entrar numa composição para a venda de parte das ações de Benjamin na siderúrgica.

 REDUZIR O RISCO

Itaipu vai baixar o nível de seu reservatório dos atuais 219 metros acima do mar para 216 metros. A redução já foi aprovada pela área técnica e vai para apreciação do Conselho. Não é exatamente o volume de água ideal para Itaipu. No entanto, mais do que uma medida restrita ao âmbito corporativo, a abertura das comportas pode ser interpretada como uma decisão do Estado. O objetivo é melhorar o nível dos reservatórios de hidrelétricas do Sudeste que estão no curso das águas da usina binacional e sofrem com os efeitos do El Niño. Em menos de um mês, o nível dos reservatórios do Sudeste caiu oito pontos percentuais.

Por  meio  de  PEC

Assessores mais próximos de Lula acham que esse novo conselho (se sair mesmo) deveria ser criado por meio de PEC, para que se configurasse como um órgão do Estado e não como um interruptor na parede do Planalto, que poderia ser ligado ou desligado ao sabor do presidente da vez. A missão dos notáveis não seria dizer amém ao chefe do Governo. Um dos desafios do governo é garantir a independência e a blindagem de seus integrantes em relação às forças políticas e aos grupos de interesse.

Favoritos

Vale tudo para revelar detalhe da vida de Silvio Santos. Agora, nas redes sociais está a informação de que o apresentador gostava de frequentar com a família o restaurante Dalmo, no Guarujá (SP), onde sempre pedia os pratos Peixe Scarpa e Camarão a Biquini, combinados completos custavam na faixa de R$ 300. Nessa fase mais debilitada, Silvio recebia seus pratos favoritos entregues em casa, no Morumbi. Eram levados pessoalmente pelo dono do Dalmo, Rafael Barbaro, à casa do comunicador.

Mistura Fina

A PRIMEIRA-dama Janja da Silva anda um pouco recolhida. Quer esperar que o procedimento estético ao qual se submeteu descanse um pouco. Amigos mais chegados acham que ela não obteve o resultado que esperava. Essas informações estão nas redes sociais, mas ninguém se atreve a perguntar nada.
 
A CAIXA Econômica Federal vai tirar do papel o antigo projeto de ter um banco digital. O lançamento deve ocorrer até março do ano que vem. A direção da Caixa ainda discute o modelo societário do negócio. Uma das hipóteses sobre a mesa é a venda de parte do capital. Sob certo aspecto, a operação não vai começar exatamente do zero. O futuro banco poderá surfar, por exemplo, no Caixa Tem, aplicativo que reúne as mais de 100 milhões de contas da Poupança Social Digital.
 
AINDA a Caixa digital: essa Poupança Digital é uma herança da pandemia, quando o número de cadastros na plataforma disparou por conta do pagamento do auxílio emergencial. Em alguns momentos, houve quem apostasse que o próprio Caixa Tem seria o banco digital. Até Paulo Guedes apostava: “A Caixa Econômica tem hoje lá dentro um banco digital que vale uns 100 bilhões”. Mas, não passou daqueles rompantes do ministro, no estilo do “Vamos vender R$ 1 trilhão em imóveis da União”.
 
O MINISTRO José Mucio (Defesa) busca ajuda no Planalto para sensibilizar a equipe econômica a liberar R$ 1,4 bilhão para manter as atividades do prédio central e das estruturas dos Comandos da Aeronáutica, Marinha e Exército, até dezembro. Segundo técnicos da Defesa, com o bloqueio dos recursos na pasta neste ano, vai faltar dinheiro para despesas como água, luz, combustível e com refeitório, no caso das Forças Armadas.

NAS comemorações do Dia do Exército, o general Tomás Paiva, comandante do Exército, ao lado do presidente Lula e, na Ordem do Dia, aproveitou para cobrar investimentos no Exército, que precisaria de mais equipamentos. E não deixou por menos: “Temos imperiosa necessidade de mais helicópteros, mais blindados e mais mísseis”.

In - Bife de carne moída à parmegiana

Out - Pizza com massa de carne moída

*Colaborou Paula Rodrigues

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Cláudio Humberto

"Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros"

Ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugere que o Carrefour não venda carnes no Brasil

24/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição não vê chance de arquivamento da anistia

Tirando alguns gatos pingados do PT, poucos na Câmara acreditam que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dê ouvidos aos apelos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para arquivar o projeto anistia os presos pelo 8 de janeiro de 2023. O pedido é visto como oportunista e sem chance real de prosperar. “A base do governo Lula quer fazer terrorismo porque sabe que o projeto tem voto pela aprovação”, declarou à coluna Evair de Melo (PP-ES). “Na hora que entrar na casa, com certeza terá aprovação”. 

Sem credibilidade

Evair garante que o indiciamento de Jair Bolsonaro não muda o humor na Casa. Vê o processo “cheio de vícios constitucionais e de origem”.

Homem de palavra

Lira é conhecido como “cumpridor de acordos” e o projeto da anistia está na mesa de apoio a Hugo Motta (Rep-PB) como sucessor do alagoano.

É prioridade

Deputados alinhados a Bolsonaro têm o projeto da anistia no topo das prioridades e deixaram isso bem claro a Lira ao fechar com Hugo Motta.

Chance nula

A oposição duvida que Lira vá se indispor com a base bolsonarista e abrir mão da vitória por W.O apenas para atender ao pedido do PT.

Proibição de bets e não de loterias ainda intriga

Nem mesmo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), das “empresas operadoras de jogos e loterias legais”, comenta a proibição da turma do Bolsa Família apostar nas “bets” e não nas loterias da Caixa, que passou o rodo em R$23,4 bilhões em 2023 e sequer sabe quanto disso vem dos bolsos dos beneficiários do programa. Procurada, a ANJL não respondeu a questionamentos. Caso da Caixa, que nem possui estudo dando números aos bilhões do Bolsa Família em suas loterias.

Ninguém fala

O governo Lula também não explica se tem planos para proibir que beneficiários do programa federal apostem nas loterias da Caixa.

Caixa preta

Nem o Banco Central, autor do estudo que apontou bilhões dos bolsistas apostados num mês nas bets, tem estudo semelhante sobre loterias.

Mínimo incongruente

Especialistas na regulamentação de jogos apontam incongruências na decisão do STF e do governo Lula de proibir beneficiários de apostarem.

Malddad e o Fundeb

Findada mais uma semana, nada de Fernando Haddad (Fazenda) aparecer com o corte de gastos. A coluna soube que o ministro “Malddad” ainda não fechou a tesourada que vai dar no Fundeb.

Me engana que eu gosto

Entre os tais “37 acordos fechados pelo governo Lula” com a enorme comitiva chinesa que viajou a Brasília, 24 são “memorandos de entendimento”, sem detalhes, nem valores, meras cartas de intenção.

Número atualizado

O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acumulou 1,56 milhão de assinaturas na plataforma Change.org até a última sexta-feira (22).

Manobra

Ministério de Minas e Energia deve ajudar o governo Lula a fechar 2024 sem estourar a meta da inflação. O MME pediu distribuição do bônus de R$1,3 bilhão da Itaipu, isso deve reduzir o preço da tarifa em dezembro.

Ignorante irresponsável

Para Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é irresponsável, coisa de quem ignora o mercado, o boicote do Carrefour da França à carne produzida no Mercosul.

Corte só teórico

O plano corte de gastos públicos prometido pelo governo Lula foi adiado novamente pelo ministro Fernando “Malddad”. Ficou para a próxima terça-feira (26), mas ninguém acredita. Nem no Ministério da Fazenda.

Internet devagar

Assinado o “memorando de entendimento” (que não é contrato) entre os governos da China e do Brasil, esta semana, a suposta rival de Elon Musk talvez ofereça acesso à internet daqui a dois anos em diante.

História muito recente

Há nove anos, o então PMDB (atual MDB) desembarcava em massa do governo Dilma, após o pedido de impeachment contra a presidente petista ser aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Pergunta no precedente

Se decretarem a prisão do ex-presidente, ele pode antes se esconder no sindicato do ABC?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Pistolão no PT

O então ministro do Planejamento, Guilherme Dias, surpreendia assessores pela paciência e simplicidade no relacionamento com o cidadão comum. Certa vez recebeu carta desaforada de um servidor, simpatizante do PT, e não só a respondeu, surpreendendo o missivista, como resolveu o problema relatado. Em outra carta, dessa vez amável, o servidor federal agradeceu as providências e avisou: “Vou pedir ao Lula para manter o senhor no ministério.” Assim o ministro ganhou o seu primeiro “pistolão” no PT. 
 

ARTIGOS

Valorizar o agro é valorizar o Brasil

23/11/2024 07h45

Arquivo

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Não é de hoje que venho criticando a falta de reconhecimento do agro do Brasil como protagonista na mitigação de desafios globais, como a mudança climática, a transição energética e a segurança alimentar.

O recente imbróglio envolvendo a Danone e os produtores de soja brasileiros nos alerta sobre quão frágil 
e equivocada está a imagem do agronegócio brasileiro fora da sua bolha. E motivos para esse protagonismo não faltam.

Recentemente, li uma entrevista do ex-ministro Roberto Rodrigues, a quem tenho uma admiração imensa, que exprime exatamente o que penso. Nele me inspirei e selecionei alguns dados para analisar neste texto.

Não é uma questão de narrativa, é fato. Desde os anos 1990 até hoje, a área cultivada com grãos no Brasil aumentou 111%, enquanto a produção cresceu expressivamente (445%).

Nesse processo, poupamos cerca de 115 milhões de hectares e conseguimos produzir duas safras por ano – em algumas regiões até três. Cultivamos em uma área de 62 milhões de hectares que, considerando as duas safras, equivale a aproximadamente 80 milhões de hectares.

Na área florestal, preservamos 6,5 milhões de hectares de mata nativa, fora outros 10 milhões 
de hectares de florestas plantadas, em grande parte destinadas a atividades como produção de lenha, papel e celulose.

Na contabilidade para o ranking de descarbonização, não leva-se em conta as nossas captações de CO2, só contabilizam as nossas emissões. Não somos vilões, somos um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental para o mundo. Sei que temos ainda como melhorar, pois o aquecimento global e as mudanças climáticas são uma realidade, e estamos trabalhando para isso.

Outro aspecto relevante e que comprova o que estou argumentando é a matriz energética brasileira, que é 48% renovável, em comparação aos 15% do mundo. Isso significa que a nossa participação de energia renovável é três vezes maior que a média global.

Embora essa informação seja amplamente conhecida, poucos sabem que aproximadamente 25% da matriz energética brasileira vem diretamente da agricultura. Ou seja, a contribuição da agricultura para a matriz energética do País é porcentualmente maior do que toda a participação das fontes renováveis no mundo.

O combustível fóssil, principalmente diesel e gasolina, são os grandes vilões nessa busca por descarbonização, porém, mesmo assim, a produção de petróleo continua aumentando no mundo. 

E quem acha que os carros elétricos são a solução para esse problema está engando, pois temos que levar em consideração qual energia está sendo utilizada para recarregar as baterias. São de fontes renováveis ou não? Se a resposta for não, o problema não foi resolvido. Sem contar os problemas que evolvem o descarte dessas baterias, que é motivo para outro artigo.

Outro mito que tem que ser derrubado é a confusão em relação ao desmatamento. O desmatamento ilegal deve ser combatido urgentemente. Ele só atrapalha e é crime. Embora seja difícil ter dimensão exata desse problema, é evidente que práticas como desmatamento ilegal, incêndios criminosos, invasão de terras e mineração irregular precisam ser interrompidas imediatamente.

Mas o que não dá para aceitar é que, principalmente no âmbito internacional, essas práticas são associadas ao produtor rural. É um equívoco, uma distorção da realidade, mas de tanto falar acaba se tornando verdade dentro de alguns nichos que não conhecem de fato o trabalho do agro brasileiro. Muitos consumidores globais têm dificuldade até em localizar o País ou entender a complexidade da Amazônia.

Não dá para misturar o desmatamento ilegal com o legal. Vamos ser honestos, não existe nada no Brasil que não foi feito em terra desmatada. 

Se fôssemos punir o desmatamento legal também, todas as cidades brasileiras teriam que ser erradicadas, as terras produtivas com diversas culturas também. Por esse motivo, a implementação do Código Florestal, a mais rigorosa legislação ambiental existente no mundo, foi essencial para combater o desmatamento ilegal e fortalecer a imagem sustentável do agro brasileiro no mercado externo, mas ainda está em passos lentos.

Um esforço conjunto dos governos federal e estadual é necessário para validar o Cadastro Ambiental Rural e coibir práticas ilegais, enfatizando que os estados de SP e MT estão mais avançados nesse quesito. Cabe ao governo federal intensificar a fiscalização, fazer valer de vez o Código Florestal em todas as regiões e promover a regularização fundiária em vários assentamentos de famílias que continuam sobrevivendo de forma irregular, abrindo espaço para oportunistas agirem.

Em 2000, o agro brasileiro exportou US$ 20 bilhões. Em 2023, esse valor saltou para US$ 166 bilhões. Já neste ano devemos superar essa marca. Ao fazer isso, naturalmente ocupamos espaços que antes pertenciam a outros mercados, o que desagrada concorrentes que ficaram de fora.

Eles, por sua vez, tentam barrar nosso avanço com desinformação e diversas ações, como legislações contra o desmatamento aprovadas na Europa – uma clara medida defensiva. Portanto, precisamos intensificar nossos esforços para eliminar qualquer obstáculo que possa gerar desconfiança sobre a nossa agricultura e afetar a confiança dos compradores.

O Brasil está bem-posicionado com tecnologia e terra disponíveis para aumentar a produção de alimentos em 30% nos próximos 10 anos. A lição de casa da porteira para dentro estamos fazendo muito bem.

Dela para fora, vejo muita gente empenhada, mas falta um pouco de visão estratégica, principalmente na parte de comunicação e diplomacia. Os acordos comerciais com grandes consumidores precisam ser melhor amarrados.

O governo federal tem que se mostrar de fato parceiro do agro, que é fundamental para o País, se aproximar dos agricultores e investir em uma campanha de comunicação estratégica para valorizar o setor.

Passou da hora de descermos do palanque, esquecermos a politização partidária e acabarmos de vez com essa polarização que só vem fazendo estragos no agro e nos mais diversos setores da economia e da vida.

Isso não constrói. E pelo bem da soberania nacional, quem tem que ceder é o mais forte – e o mais forte é o governo. Afinal, valorizar o agro, em sua essência, é valorizar o Brasil.

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