Você com certeza já ouviu falar do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar, mas você sabe qual a rotina de treinamento e preparação desses valorosos policiais?
No Programa Saúde em Alta Performance desta semana, o apresentador Cauê Marques e a jornalista Flávia Viana acompanharam um dia intenso de treinamento dos policiais do BOPE da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.
O comandante do Bope, Tenente Coronel Souza, explica que o BOPE está subordinado ao CPE, que é o Comando de Policiamento Especializado, e as missões são de operações especiais, tanto na faixa de fronteira, como nas ocorrências em ambiente hostil, crises (envolvendo reféns) e explosivos, por exemplo.
Os homens que concluem o Curso de Operações Especiais são chamados de caveiras. De 1999, quando foi formado o primeiro caveira, até hoje, são 45 policiais formados em toda a Polícia Militar do MS.
"É um curso extremamente difícil que exige treinamento físico avançado e teste psicológico bastante elevado", explicou o comandante do BOPE.
No treinamento acompanho pelo Sáude em Alta Perfomance, Cauê e Flávia sentiram a primeira dificuldade: o peso dos equipamentos carregados pelos policiais.
Como as ocorrências atendidas pelo BOPE envolvem incursão em área de mata, principalmente na fronteira, os homens chegam a ficar cerca de 12 dias empenhados na missão, com equipamentos e suprimentos, por isso a necessidade desse tipo de treinamento.
"Quem não está preparado lesiona o joelho, tornozelo, articulação, não consegue desempenhar a atividade de tiro a hora que precisa, o treinamento é essencial para nossa atividade", disse o Tenente-Coronel Souza.
Em pesagem realizada para comparação, o Cabo Stefagner subiu na balança com roupa normal, e pesou 80 quilos, enquanto na pesagem com os equipamentos, o peso subiu para 106,9 quilos, ou seja, apenas de equipamentos, são aproximadamente 27 quilos que o policial precisa carregar.
Outro treino realizado é o de jiu-jitsu. Conforme o Sargento Lemos, além do benefício da atividade física, os movimentos do esporte são utilizados em ocorrências especiais.
"Uma das companhias atende ocorrência de crise, envolve suicídio que tem que imobilizar, ou cumprimento de mandado de prisão que tem uma pessoa mais agressiva e que não tem necessidade da arma de fogo, a gente sempre imobiliza, sempre está usando o jiu-jitsu", explicou o sargento.
Já o Sub Tenente Aragaki guiou a equipe em uma simulação de entrada no mato.
Segundo ele, a 2ª Companhia tem um trabalho específico, que é a busca e captura em área de mato, em ocorrências de alta complexidade, como assalto a banco, homicídios e latrocínios.
Os homens que atuam nesta companhia tem especialidade em rastreamento humano.
"A gente consegue identificar se houve ou não passagem de pessoas em determinado ambiente, através da mudança de ambiente. A gente trabalha muito isso, não é só captura de rastros, o indivíduo quando passa no ambiente natural ele deixa vestígio e isso a gente consegue identificar por pequenos sinais e consegue fazer uma busca dessa área de mato", esclareceu o Sub Tenente.
Para esse trabalho, é realizado um treinamento específico, além do condicionamento físico, que é necessário pois, segundo o Sub Tenente, andar no mato é diferente da área urbana, além de que os policiais precisam carregar equipamentos pesados.
Dentro da estrutura há ainda o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), criado em 2004, que tem como tríade treinar, dar treinamento e operar.
O Sargento Portela afirma que o GATE conta mais de 80 ocorrências de crise atendidas, entre resgate de reféns e auto-extermínio, que é tentativa de suicídio, e tem 100% de êxito nas respostas.
"A gente carrega nosso lema do Batalhão, que é preservar a vida, aplicar a lei e restabelecer a ordem", disse.
Com relação a efetividade de 100%, o Sargento ressalta que em 70% dos casos, foi necessária a quarta alternativa, que é a invasão tática.
"O treinamento é de suma importância para que o Grupamento de Ações Táticas dê a melhor resposta para a população sul-mato-grossense. A gente não pode errar para levar segurança ao cidadão sul-mato-grossense", concluiu.
O comandante do Bope, Tenente Coronel Souza, esclareceu ainda que é importante que a população conheça a rotina dos caveiras, pois, na maioria das vezes, ao verem as equipes nas ruas, não tem noção de todo o trabalho que está por trás.
"São homens que carregam o piano pesado, porque quando ligam para a gente é porque já deu um problema absurdo e a gente tem que resolver. Então o BOPE está empenhado em ocorrências de complexidade e alto risco, tem que ter uma equipe preparada e meus homens fazem isso muito bem", finalizou.
Veja o treinamento dos policiais, as simulações e o programa completo abaixo:






