Colunistas

Cláudio Humberto

"Golpe é dólar a R$6,20"

Deputado Sanderson (PL-RS) após mais um dia de disparada da moeda americana

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Confisco no 13º salário dos Correios é vitalício

A canetada do presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, que surpreendeu funcionários da empresa e adiantou o confisco de uma fatia considerável do 13º salário dos trabalhadores, traz outra perversidade: o Contrato de Confissão de Dívida, assinado por Fabiano, estabelece que é vitalício o desconto para pagar a dívida de mais de R$7,5 bilhões do Postalis, sistema de previdência complementar dos empregados. Funcionários denunciam à coluna que receberam contracheque zerado.

Mar de dinheiro

O contrato de confissão de dívida estabelece desconto de mais de R$5,2 bilhões “financiados em parcelas mensais e vitalícias”. 

Ruim pra geral

Mais R$2,3 bilhões serão quitados, em 360 meses, com redução no valor de benefícios futuros de participantes e assistidos (pensão e pecúlio).

Metade da empresa

Com a crise se avizinhando, o governo corre para minimizar o escândalo, mas admite que 39.911 funcionários tiveram desconto neste 13º salário.

Casos de família

No Congresso, parlamentares se mobilizam para investigar o escândalo. Desconfiam do elo de Fabiano e escritório da esposa que atuou no caso.

‘Autoridade climática’, se sair, só no próximo ano

Com a suspensão das atividades nas comissões da Câmara dos Deputados, para que o plenário foque nas pautas econômicas, não corre o risco de a autoridade climática sair do papel ainda este ano. Em setembro, após Lula prometer mais uma vez a criação do cargo, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) falou que a função precisa de legislação específica para ter pleno funcionamento. Só que o projeto não anda desde junho, está parado na Comissão de Meio Ambiente.

Longo caminho

Se aprovado, o projeto ainda tem que passar pelas comissões de Finanças e de Constituição e Justiça e, enfim, ir para o Senado.

Em chamas

Enquanto o projeto dormita, o Monitor do Fogo mostra recorde de queimadas em novembro: 2.205.794 ha. Equivale ao estado de Sergipe.

Só piora

O líder de queimadas é justamente o Pará (869.767 hectares), estado que vai sediar a COP 30 em novembro do próximo ano.

Carta mínima

Em artigo no Diário do Poder, o jurista Ives Gandra criticou o chamado inquérito das fake news, aberto em 2019 por ofício do então presidente do STF: “A meu ver, representa, enfim, um reescrever da Constituição”.

Viva Milei

Logo ali na vizinha Argentina, o cenário econômico é de alento. A país do libertário Javier Milei saiu da recessão e, no terceiro trimestre deste ano, registrou crescimento de 3,9% no PIB. Enquanto isso, no Brasil...

Jogadinha bandida

O Brasil mostra ao mundo que a lei das SAFs (Sociedades Anônimas de Futebol) era apenas uma cilada: atraiu investidores no Brasil e no exterior para, agora, aumentar sua carga tributária em 120%. E decretar o fim da experiência exitosa que recuperava o prestígio do nosso futebol.

Virou xerife

Zeca Dirceu (PT-PR) diz que “abriu inquérito” para apurar supostos crimes no mercado financeiro que nada têm a ver com a incompetência do governo Lula, é claro. Problema: deputado não abre inquérito.

Prejuízo

Ferramenta que analisa o interesse dos brasileiros na internet, o Google Trends aponta que “dólar” entrou na lista dos assuntos mais buscados dos últimos sete dias na internet. Só perde para “mundial de clubes”.

Tá feia a coisa

Até o camarada Datafolha captou crescimento na rejeição ao governo Lula, que chegou aos 34% em dezembro. O índice subiu dois pontos em relação ao levantamento anterior, divulgado em outubro.

Quer ficar

Dentro da Secretaria-Geral da Presidência, não é segredo que Márcio Macedo, com um pé fora da pasta, não quer voltar para cargo no PT. Com fraca atuação, Macêdo pode ser despachado para tesouraria do PT.

AI-5 de Pimenta

Envelheceu nada bem tuíte de Paulo Pimenta, recuperado ontem (17) por Fabio Wajngarten, em que o petista diz: “O verdadeiro AI-5 do Paulo Guedes é o dólar chegando a R$5”. Ontem o dólar bateu R$6,20.

Pensando bem...

...se existisse crime de incompetência, faltariam cadeias.

PODER SEM PUDOR

Modesto, ele

Ministro de João Goulart e dono de grande sabedoria política, Santiago Dantas disse certa vez a Antônio Balbino, na Faculdade Nacional de Direito, no Rio, cheio de ironia: “Sou cristão e, como cristão, devo ser modesto...” Ante o silêncio do interlocutor, completou: “...por isso só peço a Deus que me dê três coisas: cultura, dinheiro e poder.
 

ARTIGOS

Donald Trump, o tarifaço e o momento de olhar para Dubai

10/04/2025 07h30

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Com a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em janeiro de 2025, o mundo empresarial enfrenta um velho conhecido: o protecionismo tarifário. As novas medidas anunciadas neste mês, com tarifas variando entre 10% e 25%, conforme a reciprocidade comercial percebida por Washington, reacendem incertezas em cadeias de suprimentos globais e pressionam custos de produção em diversos setores. Para países exportadores como o Brasil, o impacto vai muito além da relação bilateral com os EUA: ele força uma urgente diversificação de mercados e estratégias.

Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cerca de 20% das exportações brasileiras de manufaturados têm como destino os Estados Unidos. Com os novos entraves tarifários, o setor industrial brasileiro já projeta uma retração de até 2,3% no volume exportado ao país em 2025, especialmente em segmentos como autopeças, máquinas e equipamentos. O agronegócio, embora menos afetado diretamente, também deve sofrer com o encarecimento do transporte e a volatilidade cambial.

É nesse contexto que a busca por novos mercados se torna mais do que uma estratégia – torna-se uma necessidade. E é aí que Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, surge como uma alternativa robusta, ainda subexplorada por brasileiros.

Dubai não é apenas um destino turístico ou um ícone de arquitetura futurista. É, hoje, um dos hubs logísticos e financeiros mais dinâmicos do mundo. Em 2024, o emirado atraiu 6,7 mil milionários, superando os 3,8 mil dos Estados Unidos, segundo o Henley & Partners Wealth Report. São pessoas e empresas em busca de um ambiente seguro, estável e economicamente inteligente. Com zero imposto de renda, isenção sobre ganhos de capital e uma política ativa de atração de investimentos – incluindo o golden visa –, Dubai tem pavimentado o caminho para se consolidar como um polo de negócios global.

Não à toa, Dubai abriga mais de 72 mil milionários em uma população de apenas 3,6 milhões de habitantes. E esse poderio não se resume ao capital financeiro. O emirado é um ponto de conexão estratégica entre Ásia, Europa e África, com mais de 2,5 bilhões de consumidores ao alcance de um voo de quatro horas. Sua infraestrutura portuária e aeroportuária de classe mundial facilita o escoamento de produtos brasileiros e globais para mercados antes logisticamente inacessíveis ou economicamente menos vantajosos.

Apesar desse potencial, o empresariado brasileiro ainda conhece pouco sobre as oportunidades que Dubai e todo os Emirados Árabes Unidos oferecem. Segundo levantamento da GCS Capital – gestora de investimentos com presença física no emirado –, nos últimos 12 meses, mais de 50 pessoas físicas e jurídicas procuraram a empresa para entender melhor como acessar esse mercado. O interesse crescente reflete não apenas o cenário geopolítico atual, mas também uma maior consciência sobre a necessidade de internacionalização patrimonial e diversificação geográfica dos investimentos.

Setores como tecnologia, energia limpa, agronegócio, logística e real estate têm se consolidado entre os mais promissores para investidores brasileiros em Dubai. Além da reconhecida vantagem fiscal, o ambiente local oferece segurança jurídica robusta e processos governamentais ágeis e desburocratizados, além de incentivos estruturais que facilitam a abertura e a expansão de empresas internacionais. Tudo isso dentro de uma política econômica focada na inovação, na sustentabilidade e no crescimento de longo prazo – fatores que tornam Dubai um verdadeiro hub global de oportunidades.

Nesse novo xadrez econômico mundial, esperar que o protecionismo americano recue pode ser ilusório no curto prazo. Em vez disso, o momento exige ação e visão de futuro. A conexão está feita – agora, é hora de usá-la.

EDITORIAL

Um avanço sobre trilhos em MS

A importância de uma boa infraestrutura logística é inegável, pois torna uma região produtora mais competitiva seja ela uma cidade, um estado ou um país

10/04/2025 07h15

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O anúncio do investimento da Arauco na construção de uma nova ferrovia em Mato Grosso do Sul é, sem dúvida, um marco histórico para a infraestrutura do Estado. Trata-se de um projeto 100% privado, algo raro em se tratando de ferrovias, cujo alto custo costuma depender de grandes aportes públicos. O novo ramal representa um alento para a logística estadual, especialmente ao se considerar que a última inauguração ferroviária em Mato Grosso do Sul ocorreu há exatos 27 anos, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso entregou o trecho da Ferronorte (hoje Malha Norte) em cidades como Aparecida do Taboado, Chapadão do Sul e Costa Rica.

Não é exagero afirmar que a construção de uma ferrovia é, ao mesmo tempo, um desafio técnico e financeiro. Os custos são altos, a execução demanda tempo e as exigências regulatórias são rigorosas. Ainda assim, o retorno do investimento é inquestionável. Um único comboio ferroviário pode substituir dezenas de caminhões nas rodovias, o que reduz custos logísticos, melhora a segurança viária e, não menos importante, diminui a pegada de carbono no transporte de cargas.

A importância de uma boa infraestrutura logística é inegável. É ela quem torna uma região produtora mais competitiva – seja ela uma cidade, um estado ou um país. Mato Grosso do Sul, por sua vocação agroindustrial, depende diretamente de boas rotas de escoamento para competir com outras regiões produtoras do Brasil e do mundo. Ter uma malha ferroviária moderna e funcional é essencial para garantir essa vantagem.

Além do impacto direto no escoamento de mercadorias, o transporte ferroviário tem um apelo ambiental crescente. Em tempos de cobrança global por práticas mais sustentáveis, optar por modais com menor emissão de poluentes é mais do que uma tendência, é uma necessidade. E as ferrovias oferecem uma alternativa eficiente e limpa, o que contribui para os compromissos de descarbonização da economia.
Infelizmente, outros projetos ferroviários permanecem parados em Mato Grosso do Sul, a maioria sob responsabilidade da Rumo Logística. Entre eles, destaca-se a Malha Oeste, cujo potencial é imenso, mas que carece de ações concretas para sair do papel. É preciso que o setor privado, assim como fez a Arauco, tome a frente e encontre caminhos para viabilizar essas obras, com apoio institucional e ambiente regulatório favorável.

O investimento da Arauco deve ser visto como um exemplo inspirador. Mostra que é possível somar interesses empresariais e desenvolvimento regional por meio da iniciativa privada. A ferrovia representa mais que um modal de transporte, é uma alavanca de crescimento econômico, geração de empregos e sustentabilidade.

Que essa conquista se torne uma referência e um ponto de partida para novos trilhos no Estado. Quanto mais ferrovias tivermos, maiores serão as vantagens competitivas de Mato Grosso do Sul. O caminho do futuro está pavimentado... Neste caso, está nos trilhos.

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