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GIBA UM

'Meu sonho é que a pessoa possa ter candidatura independente. Esse povo que domina esses partidos'

"...Eles são um terror. Mas a caneta de alguém derruba minha candidatura", de Pablo Marçal, sobre figuras do PRTB relacionadas ao PCC.

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Duas semanas depois de ter as redes sociais bloqueadas pela Justiça Eleitoral, Pablo Marçal (PRTB) atinge nas plataformas digitais números muito acima dos concorrentes ‘rivais’ à prefeitura de São Paulo. O engajamento em suas contas equivale a oito vezes a de todos os adversários juntos.

Mais: os dados são do Datafolha e da empresa Codecs e o instituto considera portais de notícias, blogs, fóruns e posts em redes sociais. No período, Marçal teve 32.184.366 interações online, enquanto a soma dos candidatos é de 4,2 milhões.

“Tem que ser homem”

Candidato empatado com Ricardo Nunes para a prefeitura de São Paulo, o polêmico e colecionador de processos Pablo Marçal acha que Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, “terá de ser homem” para julgar o processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF).

“Quem tem competência para julgar o impeachment é o Senado Federal. Agora, o Pacheco tem de ser muito homem para tocar isso. Eu duvido que, com tanto comprometimento pessoal na vida dele, duvido que vá fazer isso. Acho que ele depende muito do Judiciário”.

Documentos falsos

A Justiça do Distrito Federal conseguiu localizar pouco mais de R$ 16 mil nas contas de Jair Renan Bolsonaro (PL) após ordem de apreender R$ 360 mil em bens do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, em processo movido pelo banco Santander. Houve ainda uma tentativa de localizar bens por meio do sistema de Restrições Judiciais de Veículos automotores, mas a busca foi infrutífera.

A ação que tramita envolve empréstimos contraídos por Jair Renan em nome de uma empresa no qual figurava como sócio. A Polícia Civil aponta que o filho do ex-presidente teria utilizado documentos com informações falsas para obter o financiamento.

Fusão, de novo

Stone e Pagbank estão negociando, mais uma vez, a fusão com força redobrada. Há quem diga que já existe até um esboço da estrutura do capital da futura empresa.

A Stone pertence a um grupo de investidores e um deles, André Street, é o fundador e acionista principal com 37% dos papéis com poder de voto. O Pagbank é controlado pelo Grupo UOL. Em julho, o Itaú BBA soltou um relatório afirmando que a fusão seria melhor solução para as duas casas.

A receita combinada está na casa dos R$ 22 bilhões. Elas atravessam um período complicado: a ação da Stone caiu de US$ 16,50 para US$ 7 e do Pagbank de US$ 14 para US$ 6,50.

Não paga

O PRTB, partido de Pablo Marçal, não paga aluguel há mais de três meses e poderá ser despejado das salas comerciais em que funciona seu diretório estadual no bairro de Indianapolis, em São Paulo. Na semana passada, o proprietário entrou com ação na Justiça já pedindo o despejo do partido.

A dívida total é estimada em R$ 163 mil, incluindo débitos de IPTU. A diretoria da legenda, desde a morte de Levy Fidelix, não entende, a viúva não conseguiu se manter na presidência e outros atritos. Nesse caso do diretório, Marçal havia prometido ajudar no pagamento, mas nunca enfiou a mão no bolso.

Tapete vermelho da música

O principal e original MTV Video Music Awards (VMA) realizado nos Estados Unidos é uma premiação musical estadunidense apresentada pelo canal MTV, para exaltar os melhores do ano, criado como uma alternativa irreverente aos Grammy Awards.

A 40ª edição da premiação aconteceu na quarta-feira, dia 11 (adiado em um dia para não coincidir com o debate entre Donald Trump e Kamala Harris), no UBS Arena, em Elmont, Nova Iorque.

Neste ano duas novas categorias foram introduzidas com votação do público Performance Mais Icônica do VMAs e Melhor Vídeo Viral, que foi vencido por Katy Perry – "Roar" (2013, ao vivo do Empire-Fulton Ferry Park) e Megan Thee Stallion com part. de Yuki Chiba – "Mamushi", respectivamente.

Katy também levou o prêmio Michael Jackson Video Vanguard Award, que foi apresentado e entregue por seu marido Orlando Bloom.

Taylor Swift levou sete troféus (entre eles melhora artista do ano e melhor vídeo do ano) dos doze no qual era indicada, incluindo cinco vitórias em nove indicações por sua colaboração com Post Malone em "Fortnight".

O Brasil foi pela terceira vez representado e premiado com Anitta, como Melhor Vídeo Latino desbancando Bad Bunny, Karol G, Shakira & Cardi B, Myke Towers, Rauw Alejandro.

Entre muitas que passaram pelo tapete vermelho da premiação, entre concorrentes e apresentadores estavam, Alessandra Ambrósio, Cindy Lauper, Camila Cabello, Thalia, Sabrina Carpenter, Paris Hiton, Halle Bailey, entre outras.

A procura de um pagador

Mais de 16 anos depois da falência, a marca Vasp ainda circula por aí, circundando entre o governo de São Paulo, Secretaria do Tesouro da União e o espólio do empresário Wagner Canhedo.

Esta semana, circulou a informação de que haveria um interessado em usar a marca numa companhia aérea pequena, de low cost.

Já houve três tentativas de leilão da marca e todas fracassaram. No início do processo da falência, em 2008, o brand chegou a ser avaliado em quase R$ 400 milhões.

Hoje, quem pagar uma pequena fração do antigo valor, ganha fácil. O nome Vasp está associado à quebra de empresa, sinônimo de fracasso da privatização, companhia do ecossistema de corrupção e por aí vai.

A Vasp foi criada por um pequeno grupo de empresários em 1933: voava com pequenos aviões com três lugares. Faliu em 2005, devendo R$ 8,7 bilhões e a massa falida da companhia processa a União com R$ 95 bilhões.

Acordo falho

Emissários do escritório de advocacia inglês Pogust Goodhead estão empenhados em espalhar que o acordo de indenização, prestes a ser celebrado no Brasil entre o governo e as empresas Vale e BHP pelo desastre ambiental de Mariana, seria “falho” e “não beneficiaria as vítimas”.

A motivação dos estrangeiros é simples: acordo fechado no Brasil enfraquece ação em Londres e o primeiro julgamento acontece em outubro. Se a indenização for cobrada, a PG leva uma gorda beirada. O fundo abutre Grammercy, que banca a ação do PG, pressiona autoridades e tenta interferir nas negociações.

Elementos simbólicos

Por falar em música, hoje começa a 10ª edição do Rock in Rio, que agora acontecerá de dois em dois anos, revezando com o The Town (realizado em São Paulo, do mesmo idealizador, o empresário Roberto Medina). Serão dois finais de semana cheios de atrações nacionais e internacionais.

E entre as atrações que subirão no palco Mundo (o principal), na estreia, estará Ludmilla que trará três elementos simbólicos: o sol, o eclipse e a lua.

A cantora explica o significado: sol simboliza a intensidade e a potência; a lua, sensibilidade e delicadeza; e o eclipse, a convergência de forças opostas que definem a complexidade artística e pessoal.

“Sinto que, antes, eu estava sempre buscando me provar e mostrar a minha força. Agora, o objetivo é celebrar a artista e a mulher que me tornei, a liberdade de estar à vontade com quem eu sou, incluindo minhas fragilidades.

Eu sou forte, mas também sou humana. Isso inclui precisar lidar com diferentes tipos de emoções, as boas e as ruins. E, eu quero que esse show seja mais do que um espaço para música. Vai ser um espaço para verdade, para conexão.”

 “Comendo cachorros”

No debate desta semana entre Kamala Harris e Donald Trump (pelas pesquisas ela foi a grande vencedora), o republicano, à certa altura, falando contra imigrantes disse que “em Springfield, eles estão comendo cachorros e pets de cidadãos americanos”.

Foi desmentido, rapidamente, no ar pela equipe que checa a veracidade de acusações ditas no debate. O prefeito de lá disse que “ninguém nunca comeu cachorro nesta cidade”.

Detalhe: antes do debate, Jair Bolsonaro distribuiu para as redes sociais essa mesma fake news sobre animais, sabendo que Trump repetiria no ar.

TV Tupi, de volta

Grupo de empresários de comunicação estão considerando o retorno da TV Tupi, a primeira emissora brasileira de televisão, depois de 44 anos fora do ar.

As negociações permanecem em sigilo total, mas já se sabe que um estúdio paulista já foi contratado para gerar a programação diária, além de um teatro recém-reformado que deve sediar programas de auditório ao vivo.

Inicialmente, a grade seria exibida na plataforma do YouTube. A estratégia deve atender aos gostos dos telespectadores de mais de 50 anos, atraído apelo nostálgico. Dando tudo certo, a nova TV Tupi deverá estrear em março de 2025.

Limpando os vasos

Grupo de cardiologistas estão compartilhando cinco alimentos que limpam os vasos sanguíneos e são cruciais para a prevenção de doenças cardiovasculares.

Alguns são aliados nessa função porque ajudam desobstruir as artérias e protegem o coração. São integrantes da “dieta mediterrânea” (vegetais, frutas, cereais, sementes, ovos e derivados) e não atuam sozinhos, mas trazem elementos essenciais para o sangue não encontrar barreiras pelo caminho.

Os cinco alimentos são: sardinha, beterraba, couve, chocolate e batata yacon.

MISTURA FINA

A AGU indicou a chefe do gabinete e a coordenadora de sistemas estratégicos do gabinete para participarem do Congresso Internacional da Astronáutica (?). serão 11 dias em Milão Itália. Elas viajam de 9 a 20 de outubro, mas o evento acontece de 14 a 18 de outubro.

O que elas farão lá ninguém sabe, mas provavelmente precisarão de mais dias para melhor olhar os astros italianos. O chefe da AGU, advogado Jorge Messias, é muito generoso.

A Ecopetrol bateu na porta da Petrobras: a estatal colombiana quer comprar combustível de aviação da empresa brasileira – e tem pressa. A companhia precisa de expressivos volumes do produto para entrega ainda este mês.

A Colômbia enfrenta escassez de combustível em função de problemas em uma refinaria de Medelín. Apesar do governo de Gustavo Petro alegar ter a situação sobre controle, nas últimas semanas, tanto a Latam quanto a Avianca cancelaram voos para o país em função da redução na oferta de combustível de aviação.

O Planalto nem bem embarcou no apoio de Hugo Motta (Rep-PB) e já impõe condições para manter sua turma do lado do paraibano.

O governo fez chegar ao deputado que é radicalmente contra o movimento para aprovar a anistia dos presos políticos de 8 de janeiro e não apoiará o “bom momento” que vive com os ministros do STF.

A anistia é cara ao PL (92 deputados) e Elmar Nascimento costura aliança com o PSD de Gilberto Kassab, o que afasta o PL de Antônio Brito (PSD-BA), o que não deve ocorrer.

Duas centrais sindicais do país, Força Sindical e UGT (União Geral dos Trabalhadores) estão discutindo a possibilidade de se fundirem.

Dando certo, pode ajudar as centrais a diminuírem os custos e melhorarem as finanças, mal das pernas desde a reforma trabalhista de 2017, que acabou com a contribuição sindical obrigatória.

Alguns veteranos líderes achavam que a medida seria revertida no governo Lula, mas já tiraram o cavalo da chuva. Executivo e Congresso nem querem saber.

IN - Capacho de polipropileno
OUT - Capacho de borracha

 

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Cláudio Humberto

"Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros"

Ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugere que o Carrefour não venda carnes no Brasil

24/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição não vê chance de arquivamento da anistia

Tirando alguns gatos pingados do PT, poucos na Câmara acreditam que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dê ouvidos aos apelos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para arquivar o projeto anistia os presos pelo 8 de janeiro de 2023. O pedido é visto como oportunista e sem chance real de prosperar. “A base do governo Lula quer fazer terrorismo porque sabe que o projeto tem voto pela aprovação”, declarou à coluna Evair de Melo (PP-ES). “Na hora que entrar na casa, com certeza terá aprovação”. 

Sem credibilidade

Evair garante que o indiciamento de Jair Bolsonaro não muda o humor na Casa. Vê o processo “cheio de vícios constitucionais e de origem”.

Homem de palavra

Lira é conhecido como “cumpridor de acordos” e o projeto da anistia está na mesa de apoio a Hugo Motta (Rep-PB) como sucessor do alagoano.

É prioridade

Deputados alinhados a Bolsonaro têm o projeto da anistia no topo das prioridades e deixaram isso bem claro a Lira ao fechar com Hugo Motta.

Chance nula

A oposição duvida que Lira vá se indispor com a base bolsonarista e abrir mão da vitória por W.O apenas para atender ao pedido do PT.

Proibição de bets e não de loterias ainda intriga

Nem mesmo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), das “empresas operadoras de jogos e loterias legais”, comenta a proibição da turma do Bolsa Família apostar nas “bets” e não nas loterias da Caixa, que passou o rodo em R$23,4 bilhões em 2023 e sequer sabe quanto disso vem dos bolsos dos beneficiários do programa. Procurada, a ANJL não respondeu a questionamentos. Caso da Caixa, que nem possui estudo dando números aos bilhões do Bolsa Família em suas loterias.

Ninguém fala

O governo Lula também não explica se tem planos para proibir que beneficiários do programa federal apostem nas loterias da Caixa.

Caixa preta

Nem o Banco Central, autor do estudo que apontou bilhões dos bolsistas apostados num mês nas bets, tem estudo semelhante sobre loterias.

Mínimo incongruente

Especialistas na regulamentação de jogos apontam incongruências na decisão do STF e do governo Lula de proibir beneficiários de apostarem.

Malddad e o Fundeb

Findada mais uma semana, nada de Fernando Haddad (Fazenda) aparecer com o corte de gastos. A coluna soube que o ministro “Malddad” ainda não fechou a tesourada que vai dar no Fundeb.

Me engana que eu gosto

Entre os tais “37 acordos fechados pelo governo Lula” com a enorme comitiva chinesa que viajou a Brasília, 24 são “memorandos de entendimento”, sem detalhes, nem valores, meras cartas de intenção.

Número atualizado

O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acumulou 1,56 milhão de assinaturas na plataforma Change.org até a última sexta-feira (22).

Manobra

Ministério de Minas e Energia deve ajudar o governo Lula a fechar 2024 sem estourar a meta da inflação. O MME pediu distribuição do bônus de R$1,3 bilhão da Itaipu, isso deve reduzir o preço da tarifa em dezembro.

Ignorante irresponsável

Para Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é irresponsável, coisa de quem ignora o mercado, o boicote do Carrefour da França à carne produzida no Mercosul.

Corte só teórico

O plano corte de gastos públicos prometido pelo governo Lula foi adiado novamente pelo ministro Fernando “Malddad”. Ficou para a próxima terça-feira (26), mas ninguém acredita. Nem no Ministério da Fazenda.

Internet devagar

Assinado o “memorando de entendimento” (que não é contrato) entre os governos da China e do Brasil, esta semana, a suposta rival de Elon Musk talvez ofereça acesso à internet daqui a dois anos em diante.

História muito recente

Há nove anos, o então PMDB (atual MDB) desembarcava em massa do governo Dilma, após o pedido de impeachment contra a presidente petista ser aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Pergunta no precedente

Se decretarem a prisão do ex-presidente, ele pode antes se esconder no sindicato do ABC?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Pistolão no PT

O então ministro do Planejamento, Guilherme Dias, surpreendia assessores pela paciência e simplicidade no relacionamento com o cidadão comum. Certa vez recebeu carta desaforada de um servidor, simpatizante do PT, e não só a respondeu, surpreendendo o missivista, como resolveu o problema relatado. Em outra carta, dessa vez amável, o servidor federal agradeceu as providências e avisou: “Vou pedir ao Lula para manter o senhor no ministério.” Assim o ministro ganhou o seu primeiro “pistolão” no PT. 
 

ARTIGOS

Valorizar o agro é valorizar o Brasil

23/11/2024 07h45

Arquivo

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Não é de hoje que venho criticando a falta de reconhecimento do agro do Brasil como protagonista na mitigação de desafios globais, como a mudança climática, a transição energética e a segurança alimentar.

O recente imbróglio envolvendo a Danone e os produtores de soja brasileiros nos alerta sobre quão frágil 
e equivocada está a imagem do agronegócio brasileiro fora da sua bolha. E motivos para esse protagonismo não faltam.

Recentemente, li uma entrevista do ex-ministro Roberto Rodrigues, a quem tenho uma admiração imensa, que exprime exatamente o que penso. Nele me inspirei e selecionei alguns dados para analisar neste texto.

Não é uma questão de narrativa, é fato. Desde os anos 1990 até hoje, a área cultivada com grãos no Brasil aumentou 111%, enquanto a produção cresceu expressivamente (445%).

Nesse processo, poupamos cerca de 115 milhões de hectares e conseguimos produzir duas safras por ano – em algumas regiões até três. Cultivamos em uma área de 62 milhões de hectares que, considerando as duas safras, equivale a aproximadamente 80 milhões de hectares.

Na área florestal, preservamos 6,5 milhões de hectares de mata nativa, fora outros 10 milhões 
de hectares de florestas plantadas, em grande parte destinadas a atividades como produção de lenha, papel e celulose.

Na contabilidade para o ranking de descarbonização, não leva-se em conta as nossas captações de CO2, só contabilizam as nossas emissões. Não somos vilões, somos um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental para o mundo. Sei que temos ainda como melhorar, pois o aquecimento global e as mudanças climáticas são uma realidade, e estamos trabalhando para isso.

Outro aspecto relevante e que comprova o que estou argumentando é a matriz energética brasileira, que é 48% renovável, em comparação aos 15% do mundo. Isso significa que a nossa participação de energia renovável é três vezes maior que a média global.

Embora essa informação seja amplamente conhecida, poucos sabem que aproximadamente 25% da matriz energética brasileira vem diretamente da agricultura. Ou seja, a contribuição da agricultura para a matriz energética do País é porcentualmente maior do que toda a participação das fontes renováveis no mundo.

O combustível fóssil, principalmente diesel e gasolina, são os grandes vilões nessa busca por descarbonização, porém, mesmo assim, a produção de petróleo continua aumentando no mundo. 

E quem acha que os carros elétricos são a solução para esse problema está engando, pois temos que levar em consideração qual energia está sendo utilizada para recarregar as baterias. São de fontes renováveis ou não? Se a resposta for não, o problema não foi resolvido. Sem contar os problemas que evolvem o descarte dessas baterias, que é motivo para outro artigo.

Outro mito que tem que ser derrubado é a confusão em relação ao desmatamento. O desmatamento ilegal deve ser combatido urgentemente. Ele só atrapalha e é crime. Embora seja difícil ter dimensão exata desse problema, é evidente que práticas como desmatamento ilegal, incêndios criminosos, invasão de terras e mineração irregular precisam ser interrompidas imediatamente.

Mas o que não dá para aceitar é que, principalmente no âmbito internacional, essas práticas são associadas ao produtor rural. É um equívoco, uma distorção da realidade, mas de tanto falar acaba se tornando verdade dentro de alguns nichos que não conhecem de fato o trabalho do agro brasileiro. Muitos consumidores globais têm dificuldade até em localizar o País ou entender a complexidade da Amazônia.

Não dá para misturar o desmatamento ilegal com o legal. Vamos ser honestos, não existe nada no Brasil que não foi feito em terra desmatada. 

Se fôssemos punir o desmatamento legal também, todas as cidades brasileiras teriam que ser erradicadas, as terras produtivas com diversas culturas também. Por esse motivo, a implementação do Código Florestal, a mais rigorosa legislação ambiental existente no mundo, foi essencial para combater o desmatamento ilegal e fortalecer a imagem sustentável do agro brasileiro no mercado externo, mas ainda está em passos lentos.

Um esforço conjunto dos governos federal e estadual é necessário para validar o Cadastro Ambiental Rural e coibir práticas ilegais, enfatizando que os estados de SP e MT estão mais avançados nesse quesito. Cabe ao governo federal intensificar a fiscalização, fazer valer de vez o Código Florestal em todas as regiões e promover a regularização fundiária em vários assentamentos de famílias que continuam sobrevivendo de forma irregular, abrindo espaço para oportunistas agirem.

Em 2000, o agro brasileiro exportou US$ 20 bilhões. Em 2023, esse valor saltou para US$ 166 bilhões. Já neste ano devemos superar essa marca. Ao fazer isso, naturalmente ocupamos espaços que antes pertenciam a outros mercados, o que desagrada concorrentes que ficaram de fora.

Eles, por sua vez, tentam barrar nosso avanço com desinformação e diversas ações, como legislações contra o desmatamento aprovadas na Europa – uma clara medida defensiva. Portanto, precisamos intensificar nossos esforços para eliminar qualquer obstáculo que possa gerar desconfiança sobre a nossa agricultura e afetar a confiança dos compradores.

O Brasil está bem-posicionado com tecnologia e terra disponíveis para aumentar a produção de alimentos em 30% nos próximos 10 anos. A lição de casa da porteira para dentro estamos fazendo muito bem.

Dela para fora, vejo muita gente empenhada, mas falta um pouco de visão estratégica, principalmente na parte de comunicação e diplomacia. Os acordos comerciais com grandes consumidores precisam ser melhor amarrados.

O governo federal tem que se mostrar de fato parceiro do agro, que é fundamental para o País, se aproximar dos agricultores e investir em uma campanha de comunicação estratégica para valorizar o setor.

Passou da hora de descermos do palanque, esquecermos a politização partidária e acabarmos de vez com essa polarização que só vem fazendo estragos no agro e nos mais diversos setores da economia e da vida.

Isso não constrói. E pelo bem da soberania nacional, quem tem que ceder é o mais forte – e o mais forte é o governo. Afinal, valorizar o agro, em sua essência, é valorizar o Brasil.

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