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Giba Um

"São Paulo não aceita covarde. É lamentável que ele tenha de se esconder debaixo da saia de Tarcísio

Meu adversário não é Ricardo Nunes. É um fantoche do governador que quer tentar a Presidência", de Guilherme Boulos, candidato a prefeito da cidade de São Paulo

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Nem Babilônia, nem Renascer: a novela das 21h da Globo que amarga o maior fracasso de audiência do século é outra. O título de “maior fracasso” não pertence a essas duas produções, apesar das críticas que receberam durante sua exibição.

Mais: na realidade, a novela que amarga a maior dor de cabeça no Ibope nas últimas décadas é Um lugar ao sol (2021). O problema é que o posto de pior audiência deste século pode acabar sendo da novela Mania de você (2024), caso a trama de João Emanuel Carneiro continue na mesma toada.

Sem alarde

Sem muito alvoroço acaba hoje a 58ª edição da tradicional São Paulo Fashion Week, que aconteceu no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque do Ibirapuera, e no Iguatemi São Paulo, além de desfiles em outros pontos da cidade. Sob a curadoria de Renato de Cara esta edição do SPFW homenageou a jornalista, editora e diretora criativa Regina Guerreiro, considerada por muitos como uma das autoridades no mundo da moda. Entre vários desfiles algumas surpresas: a estreia na passarela de João e Francisco Hilbert, de 16 anos, filhos de Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert que desfilaram para algumas marcas como Salinas, Handred e Normando. Em suas redes sociais Fernanda brincou: “Vim prestigiar meus ‘nepo babies’ (filhos de artistas que seguem a carreira dos pais) na SPFW, mas eles que aproveitem porque logo me aposento”. E a maior surpresa foi a atriz e cantora Zezé Motta que desfilou pela primeira vez aos 80 anos. Ela já posou para campanhas, mas desfilar foi a primeira vez. Zezé que encerrou o desfile da grife Apartamento 03 foi ovacionada pelo público, e nem podia ser diferente. A atriz brincou: “Acabei de dar um check no sonho de desfilar em um evento de moda”. Entre passarela e plateia, além de Zezé Mota e Fernanda Lima estavam entre muitas, Karol Conká, Isabela Fiorentino, Lore Improta, Cleo e Antônia Pires, Leticia Colin, Isabelle Drummond, Gkay, Monique Alfradique, Tainá Müller, Pabllo Vittar e Sasha Meneghel.

Bandeira branca para o Supremo

Arthur Lira, presidente da Câmara, deve se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, esta semana. Lira quer dizer de viva-voz o que Barroso já ouviu de interlocutores em comum. Traduzindo: o presidente da Câmara vai prometer frear a PEC que limita os poderes do STF. Barroso já repetiu que considera a proposta inconstitucional e Lira tem certa pressa para capitalizar o assunto junto ao presidente da Alta Corte. É uma tentativa de recuperar o terreno perdido para Rodrigo Pacheco, presidente do Senado. Por uma coincidência, Pacheco e Barroso estiveram juntos em um evento em Roma promovido pelo Esfera. Em conversas reservadas, Pacheco disse, com todas as letras, que vai travar a PEC. E fará questão de anunciar publicamente que a proposta é mesmo inconstitucional.

Não resolvida

Arthur Lira, numa ação para atingir o presidente Lula por conta das emendas, queria tirar da gaveta e apresentar – todas juntas – projetos de propostas que tiravam grande parte dos poderes dos ministros do STF. Quando viu que seria derrotado na intenção resolveu recuar. De cara, garantiu que não quer ser ministro de Lula no ano que vem. Sabe que o chefe do Governo lhe devolveria, todas as tomadas de posição com as quais infernizou a vida de Lula. Agora, quer avisar os poderes que quer ficar bonzinho (o que é raro no cotidiano de Lira).

A atriz irlandesa Nicola Coughlan, que é mundialmente conhecida por interpretar Penelope Featherington na série Bridgerton (Netflix), abriu seu coração ao falar do título que ganhou pelo seu trabalho, onde se expõe em várias cenas de nudez: “heroína plus size”. Aos 37 anos ela diz que se sente ofendida pelo “predicado”. “Não me chamam de corajosa. Eu tenho um par de peitos incríveis. Não há nada de corajoso nisso, na verdade, só estou os exibindo. Estou alguns tamanhos abaixo da média de uma mulher no Reino Unido e sou vista como uma 'heroína plus size'. Fazer disso algo sobre minha aparência é redutor e chato”. E garante que as cenas em que aparece nua se sente empoderada. “Eu senti que seria o maior ‘vá se f****’ para todas as conversas em torno do meu corpo. Foi maravilhosamente empoderador. Já tendo visto essas cenas, fiquei muito orgulhosa delas”.

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Na rede social X

Alguns dos defensores da censura imposta à rede social X, de Elon Musk, adotada a protesto de “desrespeito à lei e a justiça” não têm a coerência de abandonar a rede social que acusam de “tóxica” ou “antro de fake news”. Se não fosse um espaço democrático, o antigo Twitter teria tocado para fora Guilherme Boulos, candidato da extrema-esquerda em São Paulo. Lula é aquele que também se aproveita do espaço: na semana passada, após hostilizar Musk, não parou de publicar notas no X.

Quem tocou fogo

Fazendeiros, empresários e advogados donos de propriedades rurais foram identificados pelo governo federal como responsáveis pelos super incêndios florestais no Brasil este ano. Há dados que provam que o Ibama aplicou R$ 451 milhões em multas (não pagas) contra 138 alvos por queimadas na Amazônia e no Pantanal. É o maior valor já cobrado pelo órgão. A maioria dos acusados (eles agiram organizados, com datas combinadas e regiões) é acusada de destruir e danificar vegetação nativa com o fogo sem autorização da autoridade ambiental. A Polícia Federal abriu 83 inquéritos em 2023 e 2024 para apurar a autoria dos incêndios.

Pérola

“São Paulo não aceita covarde. É lamentável que ele tenha de se esconder debaixo da saia de Tarcísio. Meu adversário não é Ricardo Nunes. É um fantoche do governador que quer tentar a Presidência”,

de Guilherme Boulos, candidato a prefeito da cidade de São Paulo

Pé de guerra

As escolhas do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) continuam gerando protestos e mais protestos. Agora, deixou em pé de guerra os servidores do Serviço Geológico Brasileiro ao anunciar a recondução de Cassiano Alves para o cargo de diretor de Administração e Finanças. A indignação é geral, por causa dos erros primários de gestão e acusações de assédio moral, bem como criação de “um ambiente de trabalho tenso e hostil”. Cinco chefes da Cia de Pesquisa de Recursos Minerais assinaram carta contra a indicação.

Castigo

Ainda Silveira: o ministro é considerado um vexame ambulante. Cumpriu o castigo de anunciar a desistência do horário de verão, que defendia só para desfazer ato anterior de Jair Bolsonaro. Depois da derrota nas urnas, Lula considerado “o rei da esperteza”, quis evitar marolas contra seu governo. E mais: Alexandre Silveira (PSD) já anda admitindo que quer concorrer ao governo de Minas Gerais em 2026.

Não toleram

A troca de acusações entre Alexandre Silveira (Minas e Energia) do PSD e o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB), por causa do apagão está sendo acompanhada pelos dois partidos para que não vire uma batalha maior. O PSD faz parte da coligação de Nunes e seu presidente, Gilberto Kassab, a última das raposas políticas, é um entusiasta da reeleição de Nunes. Ao mesmo tempo, Silveira, é um quadro importante do PSD e provável candidato para governo ou Senado em Minas Gerais. Importante é manter a discussão num nível civilizado, o que até agora não aconteceu. Silveira e Nunes não se toleram.

Preparando a volta

Paulo Skaf que presidiu a Fiesp durante muito tempo e foi substituído (com eleições) por Josué Gomes da Silva, está se movimentando para sua volta ao antigo posto em 2026. Na sua casa, Skaf recebeu para um jantar 130 líderes industriais. Ele ganhou o apoio de 115 dos 120 sindicatos integrantes da Fiesp para retornar à presidência da entidade. Por causa dos problemas da Coteminas, comandada por Josué, muitos gostariam que ele renunciasse – e as eleições fossem antecipadas. O filho do ex-vice-presidente José Alencar (nas duas primeiras gestões de Lula) não topou a ideia.

Situação delicada 1

Pedro Jereissati, CEO do Grupo Jereissati, está aprendendo que não se pode ganhar todas. Do lado do clã, o malsucedido investimento na Infracommerce deve ser debitado ao herdeiro de Carlos Jereissati. Pedro é que acertou a entrada do Iguatemi no capital da empresa de soluções para área de comércio eletrônico. Antes de 2021, parecia ser um bom negócio. Na época, a companhia estava em alta, prestes a realizar seu IPO. Hoje, o cenário é diferente. A empresa perdeu receita, sofre com endividamento e fez uma baixa contábil de R$ 1,3 bilhão.

Situação delicada 2

A história do Iguatemi é das mais estranhas: em 2021, a Infracommerce comprou a SYnapcom por R$ 1,2 bilhão. Três anos depois, o valor da empresa registrado em balanço caiu para R$ 1 bilhão. Pedro Jereissati estava no Conselho, cargo que deixou há dias. O Venture Iguatemi Fundo de Investimento ainda obtém 4,8% da Infracommerce e Pedro Jereissati já está convencido de que o grupo não consegue ganhar todas.

MISTURA FINA

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, tem se movimentado em Brasília, com escolta do PSD de Gilberto Kassab, na tentativa de empurrar para 2025 o julgamento do STF que definirá sua permanência ou não no cargo. O lobby já chegou ao Planalto por meio do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Rodrigues quer ganhar tempo para persuadir os ministros do Supremo. Gilmar Mendes já se manifestou a favor da manutenção de Rodrigues no comando da CBF. Flávio Dino, o segundo a votar, pediu vista do processo.

“Amigável” adjetivação usada pela própria Azul está longe de ser adequado para se referir à negociação com a TAP. O governo português não quer pagar a cifra de R$ 1,2 bilhão cobrada pela companhia brasileira. O imbróglio se refere a um empréstimo feito à TAP em 2016. De cara, os portugueses contestam o valor exigido pela Azul, bem como as garantias atreladas ao financiamento. E lançam suspeições sobre toda a operação por conta da interseção societária entre as duas companhias na época do empréstimo. Na ocasião, a TAP era controlada por David Neeleman, fundador e acionista da Azul. Ou seja: foi um negócio de Neeleman para Neeleman.

O namoro entre os atores Daniel Rocha e Vitória Strada veio à tona e muitos internautas têm invadido alguns perfis no Instagram que repercutem a notícia de comentários preconceituosos e alimentam discussões em relação à orientação sexual dos dois. Alguns não entendem como ela pode namorar um homem depois de ficar noiva de uma mulher, a também atriz Marcela Ricca. “Esse mundo está perdido. É uma troca sem fim”, disse um internauta. Vitória e Marcella romperam em 2023, mas passaram o carnaval juntas, trabalham juntas e mantém uma amizade – e Daniel não tem reclamado.

Quando Ana Maria Braga quer perder peso rápido recorre à “Dieta da Sopa”. Agora, a veterana comandará um novo reality show culinário na Globo em 2025. Para quem não sabe: hoje, o patrimônio de Ana Maria gira em torno de R$ 100 milhões e incluem imóveis, investimentos e fazendas (tem uma de 376 hectares) e na Globo, seu salário (mais participações) é de R$ 2 milhões mensais.

In - Brigadeiro fit de pasta de amendoim

Out - Brigadeiro fit com chuchu

Cláudio Humberto

"Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros"

Ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugere que o Carrefour não venda carnes no Brasil

24/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição não vê chance de arquivamento da anistia

Tirando alguns gatos pingados do PT, poucos na Câmara acreditam que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dê ouvidos aos apelos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para arquivar o projeto anistia os presos pelo 8 de janeiro de 2023. O pedido é visto como oportunista e sem chance real de prosperar. “A base do governo Lula quer fazer terrorismo porque sabe que o projeto tem voto pela aprovação”, declarou à coluna Evair de Melo (PP-ES). “Na hora que entrar na casa, com certeza terá aprovação”. 

Sem credibilidade

Evair garante que o indiciamento de Jair Bolsonaro não muda o humor na Casa. Vê o processo “cheio de vícios constitucionais e de origem”.

Homem de palavra

Lira é conhecido como “cumpridor de acordos” e o projeto da anistia está na mesa de apoio a Hugo Motta (Rep-PB) como sucessor do alagoano.

É prioridade

Deputados alinhados a Bolsonaro têm o projeto da anistia no topo das prioridades e deixaram isso bem claro a Lira ao fechar com Hugo Motta.

Chance nula

A oposição duvida que Lira vá se indispor com a base bolsonarista e abrir mão da vitória por W.O apenas para atender ao pedido do PT.

Proibição de bets e não de loterias ainda intriga

Nem mesmo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), das “empresas operadoras de jogos e loterias legais”, comenta a proibição da turma do Bolsa Família apostar nas “bets” e não nas loterias da Caixa, que passou o rodo em R$23,4 bilhões em 2023 e sequer sabe quanto disso vem dos bolsos dos beneficiários do programa. Procurada, a ANJL não respondeu a questionamentos. Caso da Caixa, que nem possui estudo dando números aos bilhões do Bolsa Família em suas loterias.

Ninguém fala

O governo Lula também não explica se tem planos para proibir que beneficiários do programa federal apostem nas loterias da Caixa.

Caixa preta

Nem o Banco Central, autor do estudo que apontou bilhões dos bolsistas apostados num mês nas bets, tem estudo semelhante sobre loterias.

Mínimo incongruente

Especialistas na regulamentação de jogos apontam incongruências na decisão do STF e do governo Lula de proibir beneficiários de apostarem.

Malddad e o Fundeb

Findada mais uma semana, nada de Fernando Haddad (Fazenda) aparecer com o corte de gastos. A coluna soube que o ministro “Malddad” ainda não fechou a tesourada que vai dar no Fundeb.

Me engana que eu gosto

Entre os tais “37 acordos fechados pelo governo Lula” com a enorme comitiva chinesa que viajou a Brasília, 24 são “memorandos de entendimento”, sem detalhes, nem valores, meras cartas de intenção.

Número atualizado

O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acumulou 1,56 milhão de assinaturas na plataforma Change.org até a última sexta-feira (22).

Manobra

Ministério de Minas e Energia deve ajudar o governo Lula a fechar 2024 sem estourar a meta da inflação. O MME pediu distribuição do bônus de R$1,3 bilhão da Itaipu, isso deve reduzir o preço da tarifa em dezembro.

Ignorante irresponsável

Para Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é irresponsável, coisa de quem ignora o mercado, o boicote do Carrefour da França à carne produzida no Mercosul.

Corte só teórico

O plano corte de gastos públicos prometido pelo governo Lula foi adiado novamente pelo ministro Fernando “Malddad”. Ficou para a próxima terça-feira (26), mas ninguém acredita. Nem no Ministério da Fazenda.

Internet devagar

Assinado o “memorando de entendimento” (que não é contrato) entre os governos da China e do Brasil, esta semana, a suposta rival de Elon Musk talvez ofereça acesso à internet daqui a dois anos em diante.

História muito recente

Há nove anos, o então PMDB (atual MDB) desembarcava em massa do governo Dilma, após o pedido de impeachment contra a presidente petista ser aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Pergunta no precedente

Se decretarem a prisão do ex-presidente, ele pode antes se esconder no sindicato do ABC?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Pistolão no PT

O então ministro do Planejamento, Guilherme Dias, surpreendia assessores pela paciência e simplicidade no relacionamento com o cidadão comum. Certa vez recebeu carta desaforada de um servidor, simpatizante do PT, e não só a respondeu, surpreendendo o missivista, como resolveu o problema relatado. Em outra carta, dessa vez amável, o servidor federal agradeceu as providências e avisou: “Vou pedir ao Lula para manter o senhor no ministério.” Assim o ministro ganhou o seu primeiro “pistolão” no PT. 
 

ARTIGOS

Valorizar o agro é valorizar o Brasil

23/11/2024 07h45

Arquivo

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Não é de hoje que venho criticando a falta de reconhecimento do agro do Brasil como protagonista na mitigação de desafios globais, como a mudança climática, a transição energética e a segurança alimentar.

O recente imbróglio envolvendo a Danone e os produtores de soja brasileiros nos alerta sobre quão frágil 
e equivocada está a imagem do agronegócio brasileiro fora da sua bolha. E motivos para esse protagonismo não faltam.

Recentemente, li uma entrevista do ex-ministro Roberto Rodrigues, a quem tenho uma admiração imensa, que exprime exatamente o que penso. Nele me inspirei e selecionei alguns dados para analisar neste texto.

Não é uma questão de narrativa, é fato. Desde os anos 1990 até hoje, a área cultivada com grãos no Brasil aumentou 111%, enquanto a produção cresceu expressivamente (445%).

Nesse processo, poupamos cerca de 115 milhões de hectares e conseguimos produzir duas safras por ano – em algumas regiões até três. Cultivamos em uma área de 62 milhões de hectares que, considerando as duas safras, equivale a aproximadamente 80 milhões de hectares.

Na área florestal, preservamos 6,5 milhões de hectares de mata nativa, fora outros 10 milhões 
de hectares de florestas plantadas, em grande parte destinadas a atividades como produção de lenha, papel e celulose.

Na contabilidade para o ranking de descarbonização, não leva-se em conta as nossas captações de CO2, só contabilizam as nossas emissões. Não somos vilões, somos um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental para o mundo. Sei que temos ainda como melhorar, pois o aquecimento global e as mudanças climáticas são uma realidade, e estamos trabalhando para isso.

Outro aspecto relevante e que comprova o que estou argumentando é a matriz energética brasileira, que é 48% renovável, em comparação aos 15% do mundo. Isso significa que a nossa participação de energia renovável é três vezes maior que a média global.

Embora essa informação seja amplamente conhecida, poucos sabem que aproximadamente 25% da matriz energética brasileira vem diretamente da agricultura. Ou seja, a contribuição da agricultura para a matriz energética do País é porcentualmente maior do que toda a participação das fontes renováveis no mundo.

O combustível fóssil, principalmente diesel e gasolina, são os grandes vilões nessa busca por descarbonização, porém, mesmo assim, a produção de petróleo continua aumentando no mundo. 

E quem acha que os carros elétricos são a solução para esse problema está engando, pois temos que levar em consideração qual energia está sendo utilizada para recarregar as baterias. São de fontes renováveis ou não? Se a resposta for não, o problema não foi resolvido. Sem contar os problemas que evolvem o descarte dessas baterias, que é motivo para outro artigo.

Outro mito que tem que ser derrubado é a confusão em relação ao desmatamento. O desmatamento ilegal deve ser combatido urgentemente. Ele só atrapalha e é crime. Embora seja difícil ter dimensão exata desse problema, é evidente que práticas como desmatamento ilegal, incêndios criminosos, invasão de terras e mineração irregular precisam ser interrompidas imediatamente.

Mas o que não dá para aceitar é que, principalmente no âmbito internacional, essas práticas são associadas ao produtor rural. É um equívoco, uma distorção da realidade, mas de tanto falar acaba se tornando verdade dentro de alguns nichos que não conhecem de fato o trabalho do agro brasileiro. Muitos consumidores globais têm dificuldade até em localizar o País ou entender a complexidade da Amazônia.

Não dá para misturar o desmatamento ilegal com o legal. Vamos ser honestos, não existe nada no Brasil que não foi feito em terra desmatada. 

Se fôssemos punir o desmatamento legal também, todas as cidades brasileiras teriam que ser erradicadas, as terras produtivas com diversas culturas também. Por esse motivo, a implementação do Código Florestal, a mais rigorosa legislação ambiental existente no mundo, foi essencial para combater o desmatamento ilegal e fortalecer a imagem sustentável do agro brasileiro no mercado externo, mas ainda está em passos lentos.

Um esforço conjunto dos governos federal e estadual é necessário para validar o Cadastro Ambiental Rural e coibir práticas ilegais, enfatizando que os estados de SP e MT estão mais avançados nesse quesito. Cabe ao governo federal intensificar a fiscalização, fazer valer de vez o Código Florestal em todas as regiões e promover a regularização fundiária em vários assentamentos de famílias que continuam sobrevivendo de forma irregular, abrindo espaço para oportunistas agirem.

Em 2000, o agro brasileiro exportou US$ 20 bilhões. Em 2023, esse valor saltou para US$ 166 bilhões. Já neste ano devemos superar essa marca. Ao fazer isso, naturalmente ocupamos espaços que antes pertenciam a outros mercados, o que desagrada concorrentes que ficaram de fora.

Eles, por sua vez, tentam barrar nosso avanço com desinformação e diversas ações, como legislações contra o desmatamento aprovadas na Europa – uma clara medida defensiva. Portanto, precisamos intensificar nossos esforços para eliminar qualquer obstáculo que possa gerar desconfiança sobre a nossa agricultura e afetar a confiança dos compradores.

O Brasil está bem-posicionado com tecnologia e terra disponíveis para aumentar a produção de alimentos em 30% nos próximos 10 anos. A lição de casa da porteira para dentro estamos fazendo muito bem.

Dela para fora, vejo muita gente empenhada, mas falta um pouco de visão estratégica, principalmente na parte de comunicação e diplomacia. Os acordos comerciais com grandes consumidores precisam ser melhor amarrados.

O governo federal tem que se mostrar de fato parceiro do agro, que é fundamental para o País, se aproximar dos agricultores e investir em uma campanha de comunicação estratégica para valorizar o setor.

Passou da hora de descermos do palanque, esquecermos a politização partidária e acabarmos de vez com essa polarização que só vem fazendo estragos no agro e nos mais diversos setores da economia e da vida.

Isso não constrói. E pelo bem da soberania nacional, quem tem que ceder é o mais forte – e o mais forte é o governo. Afinal, valorizar o agro, em sua essência, é valorizar o Brasil.

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