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"Se você acha que São Paulo está uma cidade segura, bem no SUS"

sem fila na saúde, que os ônibus não estão lotados, você concorda com nosso adversário. Se quer mudar, vem comigo e com a Marta",  de Guilherme Boulos, candidato de Lula à prefeitura de São Paulo. 

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“Se você acha que São Paulo está uma cidade segura, bem no SUS, sem fila na saúde, que os ônibus não estão lotados, você concorda com nosso adversário. Se quer mudar, vem comigo e com a Marta”,  
de Guilherme Boulos, candidato de Lula à prefeitura de São Paulo. 

 

Acionada pelo deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), o TCU vai passar um pente-fino no tour de duas servidoras da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) autorizadas a passar oito dias em Paris.

Mais:    a  justificativa  foi de participar de um curso de liderança e gestão. Melo questiona a moralidade e a ilegalidade desse tipo de gasto “enquanto o país é devastado por incêndios”. E emenda: “É um escárnio para a República!”.

Avião de R$ 700 milhões


O Planalto quer aproveitar o incidente com o Aerolula, depois de decolar do México, na semana passada, para tentar comprar outra aeronave sem nada: zerada, maior, mais confortável e muito mais cara. Pode custar mais de US$ 80 milhões, quase R$ 500 milhões.

Para instalar acomodação e decoração, a previsão é de R$200 milhões a mais. A aeronave encontrada na Suíça, o Airbus A-330/200 era a única disponível há um ano para entrega imediata. O déficit primário então de R$ 71 bilhões e o medo das críticas congelaram o negócio.

Três vezes Gisele

A übermodelo Gisele Bündchen não para e ao que tudo indica sua aposentadoria das passarelas, não diminuiu o volume de seu trabalho. Apesar de ter mais tempo para família (passou férias no Brasil, viajando para estados da Bahia e do Maranhão, por exemplo) tem sido ainda mais assediada para as campanhas publicitárias.

Só nas últimas semanas três grandes marcas têm Gisele como sua garotapropaganda. Uma delas é a Colcci no qual voltou a ser o rosto da grife no ano passado e agora estampa a nova coleção primavera-verão da linha Jeans.

Outra é marca de calçados e acessórios Democrata, que lançou sua primeira coleção feminina que é composta de 18 modelos de tênis, com preços que variam entre R$299,90 e R$379,90.

Sobre a escolha de Gisele a grife disse que a imagem da modelo representa justamente a mensagem que eles querem passar: de conforto. Parte da campanha, ela é fotografada ao lado do ator e modelo Cauã Reymond. Nas redes sociais chuvas de elogios entre eles “os brasileiros mais desejados juntos”.

A terceira campanha já  internacional para a Zara, fotografando ao lado do designer  da grife Stefano Pilati. É uma fusão do design vanguardistas de Pilati e da elegância atemporal de Gisele resultando  em peças que são sofisticadas. A nova coleção traz 80 peças, (50 masculinas e 30 femininas) , entre roupas, sapatos, acessórios todos inspirados no estilo pessoal de Pilati, marcando a primeira coleção homônima do estilista.

Saúde e Educação 

O Ministério da Saúde tinha uma contenção total de R$ 4,4 bilhões em gastos e o bloqueio aumentou agora para R$ 4,5 bilhões. A pasta é o órgão com maior valor congelado em toda a Esplanada dos Ministérios.

Já o Ministério da Educação, por sua vez, tinha R$ 1,3 bilhão congelado e, depois do decreto passou a ter R$ 1,4 bilhão que não poderá gastar, em valores arredondados.

Há uma injustiça, se é que se pode chamar assim, nesses congelados, fora a irresponsabilidade. 

Guerra no Sul


A Secretaria do Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos do TCU – uma espécie de Câmara de Arbitragem do Tribunal de Contas – entrou em cena na tentativa de resolver um imbróglio entre Queiroz Galvão, a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e a Superintendência de Portos do Rio Grande do Sul.

O enrosco envolve uma área do porto do Rio Grande onde funcionava um estaleiro da companhia. O governo gaúcho pressiona a SPU a transferir o espaço para o estado. Quer construir mais um terminal de cargas.

O estaleiro está parado há anos (por conta da Lava Jato) e se arrasta há três anos. A Queiroz Galvão não abre mão das instalações. Quer retomar atividade dos estaleiros por conta da indústria naval. 

“Lins”


O vice e ministro Geraldo Alckmin ficou ao lado de Tabata Amaral até acompanhá-la na hora de votar (são do mesmo partido, o PSB e Alckmin avisou com antecedência que não faria campanha para Boulos). Em finais de semana, ele sempre escapa e dá um baile nos seguranças.

E quando ele diz que irá a “Lins”, o pessoal já sabe. Não se trata da conhecida cidade do interior de São Paulo. Significa “local incerto e não sabido”. Em seu sítio, com botinas e chapéu de palha, costuma capinar algumas áreas de seu sítio, em Pindamonhangaba.

Valorizando o teatro
 

Capa da GQ Brasil deste mês o mais que aplaudido e um dos mais queridos atores, Antônio Fagundes, fala muito sobre sua carreira, mas também sobre relacionamento. Sem contrato fixo com a Globo ele revela que só voltará fazer  novela se existir um grande convite.

“Estou fazendo tanta coisa fora que vai ser ruim ficar preso em um estúdio tanto tempo quanto uma novela exige. Mas se tiver um grande convite, a gente pode mudar de ideia”.

Mais: revelou que durante os 44 anos que trabalhou na TV Globo impôs uma condição: trabalhar somente segunda, terça ou quarta, os outros dias eram dedicados ao teatro.  

“Na verdade, eu tinha ido fazer TV para ajudar a promover o teatro, porque nós moramos em um país de dimensões continentais. Se você só fica fazendo espetáculos num espaço com 200 lugares, nunca vai ficar conhecido ao ponto de levar público para o teatro, ao passo que se você faz TV, com um capítulo você atinge 90 milhões de pessoas e já tem meio caminho andado”.

Mais com mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, ele disse que nunca imaginou fazer tanto sucesso e pondera: “Sábado e domingo só uso o telefone, não entro em Instagram, WhatsApp. É uma forma de descanso”.

In: Suspiros saborizado

Out: Suspiros recheados

Da boca do presidente


Na semana passada, em Nova York, Lula chamou para uma reunião agências de classificação de risco que “não devem ouvir só a Faria Lima”. E disse que “é importante que vocês saibam da boca do presidente o que está acontecendo nesse país. E vocês não precisam ouvir apenas os empresários. Ouçam os trabalhadores e o presidente. O mercado dizia que iriamos crescer 0,8% e nós crescemos 3%”. Ninguém levou muito a sério o conselho presidencial.

 

 

 

 

Mais futebol


O BTG está impaciente como o vai e volta da direção do Fluminense que dura quase dois anos. O banco quer acelerar as tratativas para a criação da SAF – e a busca de um investidor. Há perguntas sem repostas: o presidente do clube, Mario Bittencourt, vai topar abrir o Capital da SAF ou só usar um modelo para buscar outra forma de pagamentos, como emissão de debêntures? Se abrir o capital, vende o controle? Muitas incertezas ainda pairam sobre o Fluminense e sobre o próprio BTG o risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro. 

Tombado


O Shopping Ibirapuera, um dos mais tradicionais de São Paulo, vive o dilema de tirar ou não da gaveta os planos de expansão e modernização discutidos há alguns anos. Entre todos os shoppings do país, o Ibirapuera é o único que não pertence a nenhum grupo do setor.

O controle está nas mãos dos proprietários das lojas e as decisões são tomadas numa espécie de condomínio. Buscar um só sócio divide os lojistas e o “não” até agora, supera o “sim”. Seu modelo societário não inspira investimentos de maior monta. E os concorrentes, em tom de ironia, costumam dizer que se trata de “um shopping tombado”. 

MISTURA FINA



O exército de escritórios de advocacia e advisers de todos os gostos e feitos arregimentados pela rede Lojas Americanas vai varrer o mundo em busca de um comprador para a empresa. Seria o “quarto pilar” das propostas emanadas na diretoria anterior. Os outros pilares seriam o fechamento do capital da empresa à procura de um sócio para a conversão de debt em equity ou, por fim, se juntar a um concorrente global. A venda direta tem predileção. 

Quem pilota a cabine de operação de alienação do controle acionário é Beto Sicupira, sócio a maior referência ao desvario da gestão da Americanas. Há tempos, o mesmo Sicupira era cantado em prosa e verso como responsável pelo sucesso da companhia desde sua aquisição. As condições de alienação melhoram muito nesse período em que se rearrumou a estrutura do capital da empresa com o aporte dos investidores bilionários e conversão da dívida em ações por parte dos credores. 

Guilherme Boulos tentará reconstruir uma frente ampla da democracia, dizendo que Ricardo Nunes e Pablo Marçal fazem parte do mesmo projeto de Jair Bolsonaro, apesar do racha das fileiras da esquerda. Lula disse que se empenhará mais pelo aliado e Tabata Amaral, que ficou em quarto lugar votará em Boulos. Ela teve 9,91% dos votos válidos, o que significa 605.552 votos, que pode ajudar numa virada no placar.  

Lucas Pavanato (PL), vereador mais votado da cidade de São Paulo com 161.386 votos, tem uma prioridade para seu trabalho na Câmara Municipal: a proibição do uso do banheiro feminino por mulheres trans. Bolsonarista de 26 anos fez sua campanha ao lado do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e do vereador Fernando Holiday (PL-SP), com quem trabalhou como estagiário. 

A sigla de Jair Bolsonaro saltou de 4,6 milhões de votos para prefeito em 2020 para 15,7 milhões em 2024. O percentual é 236,2% maior – agora o partido lidera a tabela de mais apoios recebidos para seus candidatos a comandarem executivos municipais. PSD de Gilberto Kassab e MBD receberam 14,5 milhões e 14,4 milhões de votos, respectivamente. O PL cresceu de 970 candidatos a prefeito em 2020 para 1.483 agora em 2024. 

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Cláudio Humberto

"Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros"

Ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugere que o Carrefour não venda carnes no Brasil

24/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição não vê chance de arquivamento da anistia

Tirando alguns gatos pingados do PT, poucos na Câmara acreditam que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dê ouvidos aos apelos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para arquivar o projeto anistia os presos pelo 8 de janeiro de 2023. O pedido é visto como oportunista e sem chance real de prosperar. “A base do governo Lula quer fazer terrorismo porque sabe que o projeto tem voto pela aprovação”, declarou à coluna Evair de Melo (PP-ES). “Na hora que entrar na casa, com certeza terá aprovação”. 

Sem credibilidade

Evair garante que o indiciamento de Jair Bolsonaro não muda o humor na Casa. Vê o processo “cheio de vícios constitucionais e de origem”.

Homem de palavra

Lira é conhecido como “cumpridor de acordos” e o projeto da anistia está na mesa de apoio a Hugo Motta (Rep-PB) como sucessor do alagoano.

É prioridade

Deputados alinhados a Bolsonaro têm o projeto da anistia no topo das prioridades e deixaram isso bem claro a Lira ao fechar com Hugo Motta.

Chance nula

A oposição duvida que Lira vá se indispor com a base bolsonarista e abrir mão da vitória por W.O apenas para atender ao pedido do PT.

Proibição de bets e não de loterias ainda intriga

Nem mesmo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), das “empresas operadoras de jogos e loterias legais”, comenta a proibição da turma do Bolsa Família apostar nas “bets” e não nas loterias da Caixa, que passou o rodo em R$23,4 bilhões em 2023 e sequer sabe quanto disso vem dos bolsos dos beneficiários do programa. Procurada, a ANJL não respondeu a questionamentos. Caso da Caixa, que nem possui estudo dando números aos bilhões do Bolsa Família em suas loterias.

Ninguém fala

O governo Lula também não explica se tem planos para proibir que beneficiários do programa federal apostem nas loterias da Caixa.

Caixa preta

Nem o Banco Central, autor do estudo que apontou bilhões dos bolsistas apostados num mês nas bets, tem estudo semelhante sobre loterias.

Mínimo incongruente

Especialistas na regulamentação de jogos apontam incongruências na decisão do STF e do governo Lula de proibir beneficiários de apostarem.

Malddad e o Fundeb

Findada mais uma semana, nada de Fernando Haddad (Fazenda) aparecer com o corte de gastos. A coluna soube que o ministro “Malddad” ainda não fechou a tesourada que vai dar no Fundeb.

Me engana que eu gosto

Entre os tais “37 acordos fechados pelo governo Lula” com a enorme comitiva chinesa que viajou a Brasília, 24 são “memorandos de entendimento”, sem detalhes, nem valores, meras cartas de intenção.

Número atualizado

O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acumulou 1,56 milhão de assinaturas na plataforma Change.org até a última sexta-feira (22).

Manobra

Ministério de Minas e Energia deve ajudar o governo Lula a fechar 2024 sem estourar a meta da inflação. O MME pediu distribuição do bônus de R$1,3 bilhão da Itaipu, isso deve reduzir o preço da tarifa em dezembro.

Ignorante irresponsável

Para Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é irresponsável, coisa de quem ignora o mercado, o boicote do Carrefour da França à carne produzida no Mercosul.

Corte só teórico

O plano corte de gastos públicos prometido pelo governo Lula foi adiado novamente pelo ministro Fernando “Malddad”. Ficou para a próxima terça-feira (26), mas ninguém acredita. Nem no Ministério da Fazenda.

Internet devagar

Assinado o “memorando de entendimento” (que não é contrato) entre os governos da China e do Brasil, esta semana, a suposta rival de Elon Musk talvez ofereça acesso à internet daqui a dois anos em diante.

História muito recente

Há nove anos, o então PMDB (atual MDB) desembarcava em massa do governo Dilma, após o pedido de impeachment contra a presidente petista ser aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Pergunta no precedente

Se decretarem a prisão do ex-presidente, ele pode antes se esconder no sindicato do ABC?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Pistolão no PT

O então ministro do Planejamento, Guilherme Dias, surpreendia assessores pela paciência e simplicidade no relacionamento com o cidadão comum. Certa vez recebeu carta desaforada de um servidor, simpatizante do PT, e não só a respondeu, surpreendendo o missivista, como resolveu o problema relatado. Em outra carta, dessa vez amável, o servidor federal agradeceu as providências e avisou: “Vou pedir ao Lula para manter o senhor no ministério.” Assim o ministro ganhou o seu primeiro “pistolão” no PT. 
 

ARTIGOS

Valorizar o agro é valorizar o Brasil

23/11/2024 07h45

Arquivo

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Não é de hoje que venho criticando a falta de reconhecimento do agro do Brasil como protagonista na mitigação de desafios globais, como a mudança climática, a transição energética e a segurança alimentar.

O recente imbróglio envolvendo a Danone e os produtores de soja brasileiros nos alerta sobre quão frágil 
e equivocada está a imagem do agronegócio brasileiro fora da sua bolha. E motivos para esse protagonismo não faltam.

Recentemente, li uma entrevista do ex-ministro Roberto Rodrigues, a quem tenho uma admiração imensa, que exprime exatamente o que penso. Nele me inspirei e selecionei alguns dados para analisar neste texto.

Não é uma questão de narrativa, é fato. Desde os anos 1990 até hoje, a área cultivada com grãos no Brasil aumentou 111%, enquanto a produção cresceu expressivamente (445%).

Nesse processo, poupamos cerca de 115 milhões de hectares e conseguimos produzir duas safras por ano – em algumas regiões até três. Cultivamos em uma área de 62 milhões de hectares que, considerando as duas safras, equivale a aproximadamente 80 milhões de hectares.

Na área florestal, preservamos 6,5 milhões de hectares de mata nativa, fora outros 10 milhões 
de hectares de florestas plantadas, em grande parte destinadas a atividades como produção de lenha, papel e celulose.

Na contabilidade para o ranking de descarbonização, não leva-se em conta as nossas captações de CO2, só contabilizam as nossas emissões. Não somos vilões, somos um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental para o mundo. Sei que temos ainda como melhorar, pois o aquecimento global e as mudanças climáticas são uma realidade, e estamos trabalhando para isso.

Outro aspecto relevante e que comprova o que estou argumentando é a matriz energética brasileira, que é 48% renovável, em comparação aos 15% do mundo. Isso significa que a nossa participação de energia renovável é três vezes maior que a média global.

Embora essa informação seja amplamente conhecida, poucos sabem que aproximadamente 25% da matriz energética brasileira vem diretamente da agricultura. Ou seja, a contribuição da agricultura para a matriz energética do País é porcentualmente maior do que toda a participação das fontes renováveis no mundo.

O combustível fóssil, principalmente diesel e gasolina, são os grandes vilões nessa busca por descarbonização, porém, mesmo assim, a produção de petróleo continua aumentando no mundo. 

E quem acha que os carros elétricos são a solução para esse problema está engando, pois temos que levar em consideração qual energia está sendo utilizada para recarregar as baterias. São de fontes renováveis ou não? Se a resposta for não, o problema não foi resolvido. Sem contar os problemas que evolvem o descarte dessas baterias, que é motivo para outro artigo.

Outro mito que tem que ser derrubado é a confusão em relação ao desmatamento. O desmatamento ilegal deve ser combatido urgentemente. Ele só atrapalha e é crime. Embora seja difícil ter dimensão exata desse problema, é evidente que práticas como desmatamento ilegal, incêndios criminosos, invasão de terras e mineração irregular precisam ser interrompidas imediatamente.

Mas o que não dá para aceitar é que, principalmente no âmbito internacional, essas práticas são associadas ao produtor rural. É um equívoco, uma distorção da realidade, mas de tanto falar acaba se tornando verdade dentro de alguns nichos que não conhecem de fato o trabalho do agro brasileiro. Muitos consumidores globais têm dificuldade até em localizar o País ou entender a complexidade da Amazônia.

Não dá para misturar o desmatamento ilegal com o legal. Vamos ser honestos, não existe nada no Brasil que não foi feito em terra desmatada. 

Se fôssemos punir o desmatamento legal também, todas as cidades brasileiras teriam que ser erradicadas, as terras produtivas com diversas culturas também. Por esse motivo, a implementação do Código Florestal, a mais rigorosa legislação ambiental existente no mundo, foi essencial para combater o desmatamento ilegal e fortalecer a imagem sustentável do agro brasileiro no mercado externo, mas ainda está em passos lentos.

Um esforço conjunto dos governos federal e estadual é necessário para validar o Cadastro Ambiental Rural e coibir práticas ilegais, enfatizando que os estados de SP e MT estão mais avançados nesse quesito. Cabe ao governo federal intensificar a fiscalização, fazer valer de vez o Código Florestal em todas as regiões e promover a regularização fundiária em vários assentamentos de famílias que continuam sobrevivendo de forma irregular, abrindo espaço para oportunistas agirem.

Em 2000, o agro brasileiro exportou US$ 20 bilhões. Em 2023, esse valor saltou para US$ 166 bilhões. Já neste ano devemos superar essa marca. Ao fazer isso, naturalmente ocupamos espaços que antes pertenciam a outros mercados, o que desagrada concorrentes que ficaram de fora.

Eles, por sua vez, tentam barrar nosso avanço com desinformação e diversas ações, como legislações contra o desmatamento aprovadas na Europa – uma clara medida defensiva. Portanto, precisamos intensificar nossos esforços para eliminar qualquer obstáculo que possa gerar desconfiança sobre a nossa agricultura e afetar a confiança dos compradores.

O Brasil está bem-posicionado com tecnologia e terra disponíveis para aumentar a produção de alimentos em 30% nos próximos 10 anos. A lição de casa da porteira para dentro estamos fazendo muito bem.

Dela para fora, vejo muita gente empenhada, mas falta um pouco de visão estratégica, principalmente na parte de comunicação e diplomacia. Os acordos comerciais com grandes consumidores precisam ser melhor amarrados.

O governo federal tem que se mostrar de fato parceiro do agro, que é fundamental para o País, se aproximar dos agricultores e investir em uma campanha de comunicação estratégica para valorizar o setor.

Passou da hora de descermos do palanque, esquecermos a politização partidária e acabarmos de vez com essa polarização que só vem fazendo estragos no agro e nos mais diversos setores da economia e da vida.

Isso não constrói. E pelo bem da soberania nacional, quem tem que ceder é o mais forte – e o mais forte é o governo. Afinal, valorizar o agro, em sua essência, é valorizar o Brasil.

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