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Um ano a menos

Por Maria Siqueira, cofundadora e diretora de políticas públicas do Instituto Pacto Contra a Fome 

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Valioso e raro na sociedade atual, o tempo já era considerado um deus implacável desde a mitologia antiga e, nos dias de hoje, mostra sua força imparável. O tempo é também uma preocupação central para iniciativas como o Pacto Contra a Fome e organizações globais como a Organização das Nações Unidas (ONU), além de governos de todo o mundo, que buscam cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030. 

As dificuldades impostas ao cumprimento das metas globais estão descritas no relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2024, da ONU. A insegurança alimentar continua, globalmente, em níveis acima dos relatados em 2019.

Mudar o cenário da fome e do desperdício de alimentos no Brasil é urgente e requer que passemos a abordar os temas de maneira sistêmica. Conscientizar as pessoas sobre a mudança de comportamento necessária e seu impacto positivo é o primeiro passo. 

Nesse sentido, o Pacto Contra a Fome iniciou em setembro uma campanha nacional de conscientização sobre a perda e o desperdício de alimentos. E pretende iniciar uma ampla discussão sobre a questão com a sociedade, mostrando que esse é um tema que gera impacto coletivo e, por isso, deve ser de interesse e responsabilidade de todos nós. 

Temos hoje um ano a menos para implementar ações efetivas que contribuirão para alcançar as metas previstas nos ODS. Que cada um faça hoje a sua parte para que, juntos, possamos construir um futuro melhor.

CLÁUDIO HUMBERTO

"Lula tenta ludibriar a sociedade"

Deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) sobre uso de emendas disfarçadas da Saúde

02/01/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Destino de Pimenta incomoda PT e base de apoio

Petistas esperam que Lula dê sinais mais claros sobre o destino de Paulo Pimenta, com os pés fora da Secretaria de Comunicação. Corre na Câmara que Pimenta, que é deputado, acabe na liderança do PT ou na liderança do governo. Seja lá o posto, não agrada. Se pegar a liderança petista, Pimenta toma o lugar prometido a Lindbergh Farias (RJ), que já até anda falando como “futuro líder”. José Guimarães (PT-CE), líder do governo, tem bom trânsito na Casa e conta com lobby para presidir o PT.

Duro na queda

Guimarães é apadrinhado de Gleisi Hoffmann (PR) para sucedê-la no comando do PT. Além disso, partidos aliados também querem o posto.

Seis por meia dúzia

Partidos que dão alguma sustentação ao governo se queixam que Lula só colocou petista nas lideranças e reivindicam mais espaço (e cargos).

Troca

Já se fala no PT de trocar a vaga de Guimarães pelo apoio de Lula ao deputado para presidência do PT. Lula prefere Edinho Silva no comando.

Ver para crer

No PT, a ordem é esperar a reunião ministerial, prevista para este mês, para sentir a temperatura e só então mandar os recados de insatisfação.

Uso da Rouanet dispara e supera R$2,9 bilhões STF 

A captação de recursos pela Lei Rounat, fartamente usada para financiar eventos de artistas simpáticos ao governo Lula, disparou 25,65% em 2024 quando comparado com 2023. A montanha de dinheiro bateu exatos R$ 2.909.942.831,57 em 2024. Em 2023, o valor ficou em R$2.315.959.141,39. O abismo é ainda maior quando comparado com 1992, primeiro ano com registro de captação: R$ 21.212,78.

Montanha de dinheiro

Os quase R$3 bilhões foram efetivamente captados, mas a montanha de dinheiro aprovada para captação é ainda maior, R$17 bilhões.

Fortuna 

Desde que Lula tomou posse, o valor liberado disparou. Além dos R$17 bilhões em 2024, foram mais R$16,6 bilhões em 2023.

Comparativo

Na gestão passada, a quantia autoriza foi bem inferior: R$3,7 bilhões (2019), R$3,4 bilhões (2020), R$2,2 bilhões (2021) e R$3,4 bilhões.

Banho-maria 

Apesar de ontem (1) ter sido dia de posse de prefeitos e vereadores, em 17 municípios a eleição ainda não foi resolvida. Em três, o pleito foi anulado e em 14 a disputa foi parar na justiça.

Vai subir

É bom o carioca preparar o bolso. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), deve anunciar nos próximos dias o novo valor da passagem de ônibus, que vai ficar mais cara.

Aí tem coisa

O Novo pediu a inclusão de membros do governo Lula na investigação do uso de emendas disfarçadas no Ministério da Saúde. O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) diz que Lula tenta ludibriar o Congresso. 

Lá e cá

Enquanto a Ibovespa registrou queda de 10% no ano passado, na vizinha Argentina a coisa foi bem diferente. A bolsa de valores dos hermanos disparou e subiu 172% em 2024.

Virou palanque 

O presidente Lula não vai deixar passar a chance de tentar faturar algum com a quebradeira do 8 de janeiro de 2023. O petista prepara um ato simbólico para lembrar o vandalismo. Pediu a presença dos ministros.

Mandato curto 

Enquanto os prefeitos que tomaram posse contam 4 anos de gestão, no Recife (PE) poucos acham que João Campos (PSB) fica tanto. É quase certo que Campos deixe o posto para disputar o governo pernambucano.

Online 

Foi virtual a posse de Fuad Noman (PSD) como prefeito de Belo Horizonte (MG). Em tratamento contra um câncer, Noman recebeu orientação médica para evitar aglomeração.

Risco Brasil

O risco Brasil disparou 72,53 pontos em 2024 e atingiu 205 pontos na segunda-feira (30). É a maior alta anual desde 2015, quando o País enfrentou recessão econômica no governo da petista Dilma Rousseff.

Pensando bem

O ano só começa no Planalto depois de 8 de janeiro.

PODER SEM PUDOR

Vingadora implacável

Nos anos 70, a escritora Vera Brant, diamantinense como JK e corretora de imóveis em Brasília, vingava os amigos perseguidos no regime militar negando-se a alugar apartamentos a políticos governistas. Ela até achou simpático o casal Sinval Guazelli (Arena-RS), mas não quis conversa. Ele voltaria a seu escritório com um cartão de Luiza, mulher de Virgílio Távora:
- Vera, querida: abra um precedente na sua subversão e alugue, por favor, um apartamento para os meus amigos que estão ficando enlouquecidos no hotel, com as crianças.
Só então ela abriu o precedente.

artigos

O tamanho do seu privilégio é o tamanho da sua responsabilidade

30/12/2024 07h30

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A frase “O tamanho do seu privilégio é o tamanho da sua responsabilidade” não é minha, e sim de Elie Horn, fundador da Cyrela Brazil Realty e patrocinador do movimento Bem Maior. O exemplo do bilionário que decidiu doar 60% da sua fortuna a projetos sociais para melhorar a vida dos brasileiros é um convite para que possamos refletir sobre a importância do “servir” – da filantropia – e o quanto as famílias empresárias brasileiras têm essa responsabilidade.

Normalmente, o Natal nos envolve coletivamente em um sentimento de amor fraterno que deveríamos cultivar o ano todo, não apenas entre familiares e amigos, como com todos aqueles com quem convivemos, direta ou indiretamente. Tem uma canção do Roupa Nova que diz assim: “Se a gente é capaz de espalhar alegria, se a gente é capaz de toda essa magia, eu tenho certeza que a gente podia fazer com que fosse Natal todo dia”.

Em um cenário em que a responsabilidade social é cada vez mais valorizada, práticas alinhadas ao Environmental, Social and Governance (ESG) fortalecem a reputação, geram confiança e contribuem para a longevidade das empresas, especialmente das empresas familiares que buscam perpetuar seus valores e legado. Desse modo, a dimensão social assume um papel na construção de uma imagem positiva e responsável que transcende a própria família empresária.

As empresas familiares precisam ter como meta o desenvolvimento e a equidade em suas comunidades, o que se traduz em práticas de inclusão social, políticas de diversidade, investimentos em educação e saúde, além de ações voltadas à preservação ambiental, que refletem os valores e a cultura familiar no próprio modelo de gestão. Adotar o princípio social nas estratégias e nas decisões corporativas já representa um diferencial competitivo valorizado por consumidores e investidores.

Um exemplo dessa prática sem dúvida é Elie Horn, que aos 80 anos continua a ser copresidente do conselho de administração da companhia e concilia seu tempo com ações filantrópicas. Durante o lançamento do seu livro, “Tijolos do Bem”, em julho deste ano, ele disse que gostaria que escrevessem em seu túmulo: “Esse homem tentou fazer o bem”. Entre suas principais frases inspiradoras estão:

“Ter muito dinheiro é um teste se essa pessoa vai cair na tentação de ser um ‘egoísta’ ou não”; “Não é sobre o quanto você gasta, mas quanto você doa”; “Não seja covarde. Quem for covarde será cobrado na eternidade”; “Contribuir é um dever”; “Aposentar da coragem, da filantropia, do meu propósito? Nunca vou me aposentar”; O dinheiro compra passagens para qualquer lugar neste mundo. Fazer o bem compra passagem para o outro mundo”.
 

Warren Buffett, um dos maiores investidores do mercado financeiro global, também tem muito a nos ensinar. Em uma carta publicada recentemente pela imprensa, ele descreveu a relação de sua família com o dinheiro, criticou a criação de dinastias familiares e aconselhou os pais ricos a deixarem para seus filhos “o suficiente para que eles possam fazer o que quiserem, mas não o suficiente para que eles possam não fazer nada”.

Essa carta veio com o anúncio de uma doação adicional de US$ 1,2 bilhão em ações para fundações filantrópicas ligadas à família Buffett, que desde 2006 já doou 56% da sua fortuna, mas que quer chegar a 99% em vida, conforme compromisso com o Giving Pledge. Apesar da tendência mundial, no Brasil, dos 69 bilionários (ranking Forbes 2024), apenas dois deles – Elie Horn e David Velez (CEO do Nubank) – assinaram o documento.

Infelizmente, temos muitos problemas sociais no Brasil, país que é o segundo colocado no ranking de maior desigualdade entre 56 países listados pelo Global Wealth Report 2024. Embora ainda seja delicado abordar esse tema, é necessário e urgente desenvolvermos uma consciência social coletiva que busque diminuir as distâncias e potencializar a geração de oportunidades.

Acredito firmemente que a governança corporativa e familiar é um caminho seguro e viável para transformar as nossas melhores aspirações de um mundo melhor em práticas diárias sustentáveis que direcionem vidas e negócios. Como Buffett disse em sua carta, o “pai tempo” sempre vence, então, que possamos brindar o novo tempo, aceitando o convite para construir juntos um futuro próspero para as famílias brasileiras. Feliz 2025!

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