Política

ELEIÇÕES 2024

A partir de hoje eleitores não podem ser presos até dia 29

Veto está presente na Legislação Eleitoral, mas há exceções; segundo turno das eleições acontecem neste domingo (27), em 51 municípios, sendo 15 capitais, incluindo Campo Grande

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Entrou em vigor a partir desta terça-feira (22) a proibição para eleitores serem presos e persiste até dia 29, dois dias após o segundo turno das eleições municipais, porém há exceções.

Previsto na legislação eleitoral, a regra exclui prisões em flagrante ou casos de prisões determinadas a partir de sentença criminal condenatória por crime inafiançável ou desrespeito a salvo-conduto.

No próximo domingo (27), cerca de 33,9 milhões de eleitores de 15 capitais, incluindo Campo Grande, e 36 municípios voltam às urnas para eleger os prefeitos que disputam os cargos. Não há segundo turno para a disputa ao cargo de vereador.

Exceções

A regra, porém, não vale em três situações: em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou ainda por desrespeito a salvo-conduto de outros eleitores, impedindo o exercício do voto.

Também ficam fora da regra aqueles que cometerem crimes eleitorais no dia do pleito, 27 de outubro, como usar alto-falantes e amplificadores de som; promover comício ou carreata; realizar boca de urna; divulgar propaganda de partido político ou candidato; tentar convencer eleitora ou eleitor a votar em determinada candidatura ou partido; ou impulsar propaganda eleitoral na internet.

Segundo turno - Campo Grande

No último dia 6, os mais de 600 mil eleitores campo-grandenses definiram que a prefeitura será comandada por uma mulher pelos próximos quatro anos. Adriane Lopes (PP) somou 31,67% dos votos válidos, enquanto Rose Modesto (União Brasil) ficou com 29,56%. Na sequência, apareceram os candidatos Beto Pereira (PSDB), com 25,96%, e Camila Jara (PT), com 9,43%.

  • Adriane Lopes (PP): 140.913 votos (31,67%)
  • Rose Modesto (União Brasil): 131.525 votos (29,56%)
  • Beto Pereira (PSDB): 115.516 votos (25,96%)
  • Camila Jara (PT): 41.966 votos (9,43%)
  • Beto Figueiró (Novo): 10.885 votos (2,45%)
  • Luso de Queiroz (PSOL): 3.108 votos (0,70%)
  • Ubirajara Martins (DC): 1.067 votos (0,24%)

Pesquisa

Levantamento Paraná Pesquisas/Correio do Estado para o segundo turno das eleições municipais em Campo Grande mostra a atual prefeita e candidata à reeleição, Adriane Lopes, numericamente à frente da ex-deputada federal Rose Modesto.

No cenário estimulado, em que os nomes das candidatas são apresentados aos entrevistados, Adriane Lopes aparece com 48% das intenções de voto, enquanto Rose Modesto tem 41,6% da preferência. Os que não sabem ou não responderam representam 3,7% do total de eleitores, e os votos brancos e nulos, 6,7%.

Rejeição

Sobre a rejeição, o levantamento apontou que os que não votariam em Rose Modesto de jeito nenhum são 37,6%, e os que não votariam em Adriane Lopes de jeito nenhum, 32,1%.

Na outra ponta, 37,6% disseram que com certeza votarão em Adriane, enquanto 29,6% também estavam certos que votarão em Rose.

Quanto às possibilidades de voto, 27,9% disseram que poderão votar em Rose ou em Adriane. É o chamado voto não convicto. Os que não conhecem Adriane suficientemente para opinar representam 1,6%, e os que não conhecem Rose, 1,4%.

Os que não quiseram responder sobre Adriane representam 0,9%, e sobre Rose, 1,6%.

A pesquisa, registrada sob o número MS-06954/2024, foi realizada entre os dias 10 e 13 de outubro. Foram entrevistados 700 eleitores.

*Com informações da Agência Brasil

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Política

Prisões preventivas e a apuração de golpes: A estratégia de Moraes

Ministro já decretou ao menos 64 prisões preventivas desde 2020, e atuação é criticada por especialistas; OUTRO LADO: magistrado não se manifesta

30/11/2024 20h00

 Alexandre de Moraes

Alexandre de Moraes Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

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Apurações que atingem Jair Bolsonaro (PL) e seu entorno, como as que envolvem a fraude da carteira de vacinação do ex-presidente e a trama golpista de 2022, têm sido marcadas por prisões preventivas decretadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Neste mês, quatro militares e um policial federal foram presos preventivamente sob a suspeita de planejar um golpe de Estado que incluiria matar Lula (PT), o seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e Moraes, à época então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Com essas decisões, Moraes já determinou ao menos 64 ordens desse tipo desde 2020, segundo levantamento da Folha de S.Paulo.

As 64 prisões preventivas determinadas por Moraes, e contabilizadas pela reportagem, não levam em conta os casos relacionados aos participantes das invasões dos prédios dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Além da trama golpista e da suposta fraude no cartão de vacinação, foram consideradas decisões em apurações que envolvem a atuação de uma milícia digital para atacar as instituições, os atos antidemocráticos e sobre o uso político da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) -o que ficou conhecido como "Abin paralela".

O Código de Processo Penal afirma que esse tipo de prisão pode ser decretada no meio de uma investigação "como garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova de existência do crime e indícios suficientes da autoria".

Especialistas afirmam que a prisão preventiva é ação cautelar mais grave possível durante a investigação e só deve ser adotada quando ficar comprovado que são insuficientes outras opções, como a proibição de deixar determinado local ou de se comunicar com suspeitos.

Procurado por meio da assessoria de imprensa do STF, o ministro não se manifestou sobre o assunto.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) tem concordado com as prisões preventivas até aqui decretadas por Moraes nestes inquéritos.

Presidente do IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), Renato Vieira afirma que a prisão preventiva não pode ser vista como "antecipação da pena" e, para se fazer uso do instrumento, é necessário observar a "contemporaneidade" dos motivos que levaram à ela -destacando que é uma medida excepcional.
Vieira afirma que é questionável, por exemplo, que se aplique o requisito na investigação sobre a trama golpista de 2022. "Agora a ordem pública está controlada", diz.

Nas cinco prisões mais recentes contra investigados na trama golpista, a Polícia Federal apontou que eles poderiam atrapalhar a investigação ou a ordem pública por causa do "perfil e gravidade" de suas ações.
Os investigadores afirmaram ainda que o grupo utilizou táticas para apagar ou cifrar documentos durante a tentativa de impedir a posse de Lula. Ao aceitar o pedido de prisão preventiva, Moraes disse que a PF "demonstrou a presença dos requisitos necessários e suficientes".

Um dos presos na operação da última semana, o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira já havia sido alvo de uma medida cautelar em fevereiro.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também foi alvo de duas ordens de prisão preventiva decretadas por Moraes.

A primeira, em maio de 2023, sob a suspeita de fraude no cartão de vacinação -a PF apontou risco de "reiteração criminosa" e também que ele poderia dificultar o "bom andamento da instrução criminal".

O militar, peça chave nas apurações contra Bolsonaro, incluindo a trama golpista, foi solto em setembro do mesmo ano, após assinar acordo de delação premiada.
Cid voltou a ser preso em 2024. Ficou pouco mais de um mês atrás das grades após revelação de áudios com críticas dele à condução do acordo de delação firmado com a Polícia Federal.

Houve situações em que a medida cautelar perdurou por mais de um ano.
Esse foi o caso do coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime Barreto, então chefe do setor responsável por elaborar o plano de segurança na capital federal para evitar os ataques do 8 de janeiro. Naime ficou 15 meses na cadeia.
Alvo de inquérito sobre uso da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para favorecer eleitores de Bolsonaro nas eleições de 2022, o ex-diretor-geral do órgão Silvinei Vasques passou um ano preso preventivamente. 

Ao revogar a prisão, Moraes disse que as razões iniciais para a restrição da liberdade de Silvinei já não se aplicavam mais. A principal delas era o entendimento de que ele poderia representar um risco à investigação.

A prisão de Silvinei era questionada por seus advogados porque a PF nem sequer havia concluído a investigação e indiciado o ex-diretor. Mantê-lo na Papuda por um ano, na visão da defesa, seria uma antecipação de uma pena para uma pessoa que não foi denunciada.

O advogado Enzo Fachini afirma que a prisão preventiva "exige critérios rígidos e claros para sua aplicação" e está condicionada a critérios estabelecidos em lei, como "quando houver indícios de que o investigado representa risco concreto de reiteração delitiva ou perturbação à ordem".

Acacio Miranda, doutor em direito constitucional e mestre em direito penal internacional pela Universidade de Granada (Espanha), também afirma que a prisão preventiva deve ser exceção.

Ele avalia que a Justiça tem sido influenciada pelo "fator midiático" e "polarização" ao adotar prisões preventivas. "Isso está acontecendo agora, mas vimos no mensalão, na Lava Jato", diz.
Renato Vieira, do IBCCrim, também manifestou preocupação com o uso da delação premiada "como abreviação das investigações" e forma de antecipar a soltura. "Não é um vício do Moraes, do Sergio Moro. É uma patologia que vem de longa data."
Moro foi criticado quando era juiz por, nas investigações da Lava Jato, manter longas prisões que acabavam forçando acordos de delação premiada.

Outro efeito preocupante apontado por ele é que as decisões vindas do STF balizam a forma de atuação de juízes de instâncias inferiores.

Miranda vai na mesma linha. "Infelizmente essas decisões midiáticas mais notórias, elas acabam criando jurisprudência para que os juízes de piso se sintam estimulados a fazerem o mesmo", afirma.

ALVOS DE PRISÕES PREVENTIVAS 
**Anderson Torres (4 meses preso)**
Ex-secretário de Segurança Pública do DF, Torres foi preso em janeiro de 2023 ao desembarcar de viagem aos EUA sob a suspeita de omissão nos atos do dia 8. No início de maio daquele ano, Moraes revogou a ordem.

**Jorge Eduardo Naime Barreto (15 meses preso)**

O coronel da PM do DF teve a prisão preventiva decretada por Moraes no início de fevereiro de 2023. Naime era o chefe do setor responsável por elaborar o plano de segurança na capital federal para evitar os ataques do 8 de janeiro. A ordem foi revogada em maio deste ano.

**Mauro Cid (5 meses preso)**

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi preso em maio de 2023 durante operação da PF no âmbito da investigação sobre a falsificação do cartão de vacinação do ex-presidente e de outras pessoas. Foi solto em setembro, mas retornou à cadeia neste ano após a revelação de áudios com críticas do militar à condução de seu acordo de delação premiada.

**Silvinei Vasques (12 meses preso)**

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal na gestão Bolsonaro foi preso em agosto de 2023 sob a suspeita de uso irregular da máquina pública para interferir nas eleições de 2022, impedindo ou dificultando o trânsito de eleitores. A soltura ocorreu na véspera de a ordem judicial completar um ano.

**Filipe Martins (6 meses preso)**

O ex-assessor especial de Bolsonaro na Presidência foi preso em fevereiro de 2024, suspeito de envolvimento na tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder. No relatório final da apuração, Martins é apontado como integrante do "núcleo jurídico". Foi libertado em agosto.
 

*Informações da Folhapress 

SOB NOVA DIREÇÃO

Flávio Kayatt deve ser eleito presidente do TCE-MS no próximo dia 17

Atual presidente da Corte, conselheiro Jerson Domingos publicará na segunda-feira edital de convocação para a eleição

30/11/2024 08h00

O conselheiro Flávio Kayatt será eleito presidente do TCE-MS para o biênio 2025-2026

O conselheiro Flávio Kayatt será eleito presidente do TCE-MS para o biênio 2025-2026 Foto: Aurélio Marques/tce

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Após a pacificação entre os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), o atual presidente, conselheiro Jerson Domingos, informou ao Correio do Estado que publicará na edição desta segunda-feira do Diário Oficial Eletrônico da Corte de Contas a convocação para eleição e registro da chapa de consenso, cujo nome para ocupar a presidência no biênio 2025-2026 será o do conselheiro Flávio Kayatt.

Com isso, a eleição para o novo Conselho Deliberativo do TCE-MS será no dia 17 de dezembro e terá, além de Kayatt como presidente, os conselheiros Jerson Domingos e Marcio Monteiro como vice-presidente e corregedor-geral, respectivamente.

Além disso, conforme a Deliberação TCE-MS nº 88, publicada no Diário Oficial Eletrônico de quinta-feira, o mandato da atual diretoria da Corte de Contas foi prorrogado para o dia 31 de janeiro de 2025, graças à alteração do artigo 26 do regimento interno, aprovada por unanimidade na sessão extraordinária do Pleno, convocada e presidida pelo conselheiro Jerson Domingos.

Conforme relatado pelo conselheiro Marcio Monteiro, a Proposição da Corregedoria-Geral nº 1 "encontra amparo na prerrogativa conferida ao conselheiro corregedor para substituição de matéria administrativa ao Tribunal Pleno, a quem incumbe a alteração do seu regimento".

Com a alteração, o novo corpo diretivo do TCE-MS, a ser eleito em sessão especial no dia 17 de dezembro, deverá ser empossado no dia 1º de fevereiro de 2025. Para a nova eleição, necessariamente, a nova chapa tem de ser formada até 15 dias após o anúncio do edital, a ser publicado no Diário Oficial Eletrônico de segunda-feira.

Na quarta-feira, Jerson Domingos disse ao Correio do Estado que não ficaria na presidência por força de regimento, pois seria um desgaste muito grande dentro do TCE-MS. 

"Estou aberto à conversação e, para mim, o que deve prevalecer é a instituição, e não o meu ego. Não tenho problema nenhum com a candidatura do Kayatt ou do Marcio para presidente, pois já provei a minha competência no cargo", declarou.

Porém, na sexta-feira, o conselheiro disse à reportagem que tudo estava harmonizado na Corte de Contas e, em razão disso, publicaria na segunda-feira o anúncio do edital da eleição, portanto, ele ficará à frente da presidência do TCE-MS até o dia 31 de janeiro de 2025.

NOVO COMANDO

Em entrevista ao Correio do Estado, o futuro presidente da Corte de Contas, conselheiro Flávio Kayatt, disse que o TCE-MS está vivendo uma fase de transição muito difícil, em razão do afastamento dos conselheiros Osmar Jeronymo, Iran Coelho das Neves, Waldir Neves e Ronaldo Chadid, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

"Na minha gestão, pretendo ser o mais discreto possível, mas dar continuidade ao avanço impetrado pelo conselheiro Jerson. Há muitas áreas dentro do Tribunal que melhoraram acima da média na administração dele, como, por exemplo, a relação com os servidores. O Jerson criou uma harmonia com os funcionários que deixou o TCE-MS leve e participativo, algo que pretendo dar continuidade", afirmou Kayatt.

O conselheiro acrescentou que o atual presidente foi muito assertivo quando descentralizou as responsabilidades. "A parte administrativa, por exemplo, ele deixou para o Osmar [Jeronymo] e para o Marcio [Monteiro]. Além disso, o Jerson investiu pesado em ferramentas tecnológicas para deixar o Tribunal [de Contas] do Estado na vanguarda", recordou.

Flávio revelou que, em função dos investimentos da atual gestão, o número de processos diminuiu consideravelmente. "Por isso, o que está dando certo vou continuar. Também pretendo conversar com os técnicos do TCE-MS para criar uma sala com a função de auxiliar os prefeitos na elaboração da prestação de contas", adiantou.

Ele explicou que a ideia é de aprimorar o processo na análise prévia, pois, "se o embrião for fecundado corretamente, o contrato vai nascer certo e o gestor municipal terá menos problemas, consequentemente, os nossos técnicos terão pouco trabalho".

"Então, se a gente tiver uma sala toda digitalizada, o prefeito nem precisará vir até o TCE-MS. Nesse sentido, pretendo trabalhar nessa aproximação com os gestores do Estado, que estão querendo fazer a coisa certa. Acredito que, no fim, a população também vai ganhar, pois teremos redução na quantidade de contas reprovadas", projetou o futuro presidente. 

Kayatt assegurou ao Correio do Estado que tem como objetivo mudar para melhor a relação da Corte de Contas com os jurisdicionados. "A imagem do Tribunal punitivo não quero ter, pretendo fazer com que os prefeitos não enxerguem a Corte como um 'bicho-papão'. Eu já fui prefeito de Ponta Porã e sei como era engessada a relação do município com o TCE-MS", recordou.

Outra medida que o futuro presidente do TCE-MS pretende dar continuidade após ser eleito é a manutenção dos concursos públicos. "Vou dar continuidade, sim, pois precisamos de mais um conselheiro substituto e de auditores de contas também. Por isso, espero que os nossos jovens fiquem atentos e que estudem para preencher as vagas que serão abertas", finalizou.

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