Política

CAMPO GRANDE

Adriane Lopes fala em equilíbrio entre 'liberdade' e adesão à vacinação infantil

Em busca de apoio de Jair Bolsonaro, que não se vacinou durante a pandemia e até mesmo fraudou cartão de vacina, prefeita da Capital diz que não pode obrigar vacinação em escolas "como era no nosso tempo"

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Pré-candidata pelo Partido Progressistas (PP), a atual prefeita por Campo Grande, Adriane Lopes - que busca cada vez mais se alinhar ao bolsonarismo - defendeu hoje (24), em entrevista pela rádio CBN (parceria com o Correio do Estado, em sabatina com pré-candidatos à Prefeitura da Capital), que busca um equilíbrio entre a liberdade pessoal [de não se vacinar] e a imunização infantil. 

Diante de duas viagens para atos convocados por Jair Bolsonaro entre seus apoiadores, Adriane Lopes - que não esteve presente na Capital quando o presidente Lula veio à Campo Grande - argumentou que não pode ser fria ou morna, pois os indecisos não têm lugar. 

"Estive, sim, em duas manifestações pacíficas pelo nosso país, em SP, no último domingo, no Rio, porque temos que ter lado e posicionamento", cita. 

Questionada que na própria pandemia da Covid-19 o então presidente, Jair Bolsonaro, de quem busca se aproximar, não se vacinou contra o vírus - e até mesmo fraudou cartão de vacina, como aponta o jornalista Eduardo Miranda -, ela afirma que não pode adotar uma estratégia do passado e "vacinar crianças na escola sem autorização". 

"Diante dessa situação que se criou no pós-pandêmico, a situação que buscamos é o consenso e equilíbrio. Hoje você não pode fazer como era no nosso tempo... diante dessa nova situação tivemos que ter uma atitude diferente, e é o que buscamos, solucionar ofertando as vacinas onde não se vacinava", expõe. 

Adriane pontua que, sob sua gestão, o município de Campo Grande não aderiu apenas às campanhas comuns, citando os pedidos de autorização dos pais, enviados em cadernetas das crianças da rede municipal, como uma medida diferenciada. 

"Abrimos polos em shopping, praça pública, estimulando e colocando à disposição da população, facilitando a vida de quem transita pela cidade, trazendo para mais próximo da população esse serviço que também é uma garantia da saúde para todas as pessoas", frisa a prefeita. 

Apoios e interesses

Recebendo em Campo Grande a visita da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, em 23 de fevereiro, e viajando para ato político de Jair na Avenida Paulista (SP) dois dias depois; além de viajar no último domingo para Copacabana (RJ) com a mesma finalidade, a prefeita da Capital não estava na cidade para recepcionar Lula durante sua visita. 

"Recebi a ex-primeira dama michelle em CG porque tenho nela uma referência de mulher e de posicionamento conservador. Estamos nos posicionando e dizendo no que acreditamos... a visita de Lula foi informada à minha equipe e demais autoridades na véspera", diz. 

Ela justifica que já tinha compromisso marcado com a senadora Tereza Cristina, em visita ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, na capital paulista, considerando uma "agenda importante" que já tinha sido desmarcada em data anterior. 

"Fui a São Paulo e a vinda foi avisada de última hora não só para a prefeita mas também para outras entidades. Já tínhamos um compromisso com a Senadora Tereza Cristina, uma liderança que segura na nossa mão e nos ajuda a buscar recursos para Campo Grande, trazer novas possibilidades de investimento". 

Classificando Campo Grande e Mato Grosso do Sul como "conservaores", ela confirma que está em busca do apoio do Partido Liberal (PL) para fortalecer esse conservadorismo, porém, que sua visita ao ato mais recente convocado por Jair Bolsonaro não foi para "ganhar pontos".

"Foi para me aproximar do ex-presidente e dizer que estamos em busca do apoio do PL em Campo Grande. É uma construção, vamos costurando aliados. Nossa natureza é ir em busca do que acredita e pretende", complementou. 

No gancho de uma fala discursada pelo deputado federal, Nicolas Ferreira, em que o parlamentar afirma que o País não precisa de mais projetos de lei ou emendas, mas, sim, "de homens com testosterona", ela opina não encarar a declaração como reforço a um discurso machista e misógino. 

"Acredito que seja um posicionamento no sentido de que os homens tem que ter mais pulso, mas as mulheres também. Estamos com a oportunidade de estar como a primeira mulher como prefeita eleita a assumir esse cargo. O desafio é grandioso, preconceito enfrentamos diariamente, mas estamos nos posicionando para combater esse tipo de machismo", conclui.

Ainda que os jornalistas tenham pressionado de que a agenda com Tarcísio seja a única, na relação dos compromissos oficiais site do município, a não constar as informações sobre as atividades da prefeita, ela diz que deve ser uma falha da equipe e que não teria problema, por exemplo, aparecer ao lado de Lula em agenda oficial.

"Acredito que não, ele é um presidente da República, é uma relação institucional, respeito... mas tenho meu posicionamento e tenho lado. Talvez seja uma falha não colocar no site da prefeitura, mas já estava na agenda oficial", justificou. 

 

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Política

Moraes anula decisão da Câmara que manteve mandato de Zambelli

Suplente Coronel Tadeu (PL-SP) deve tomar posse em 48 horas

11/12/2025 19h12

Deputada federal Carla Zambelli

Deputada federal Carla Zambelli Agência Câmara

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quinta-feira, em Brasília, a anulação da votação da Câmara dos Deputados que rejeitou a cassação e manteve o mandato da deputada Carla Zambelli (foto) (PL-SP).

Na decisão, ele determinou que o presidente da Câmara, Hugo Motta, emposse imediatamente o suplente da deputada.

O ministro disse que cabe ao Poder Judiciário determinar a perda do mandato de parlamentar condenado por decisão transitada em julgado, cabendo à Câmara somente "declarar a perda do mandato".

Perda de mandato
"Diante do exposto, nos termos decididos pela Primeira Turma desta Suprema Corte no julgamento de mérito da Ação Penal 2.428/DF, declaro nula a rejeição da representação nº 2/2025 da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e decreto a perda imediata do mandato parlamentar de Carla Zambelli Salgado de Oliveira", decidiu Moraes.

Assim, a cadeira de Zambelli deverá ser ocupada pelo suplente Coronel Tadeu (PL-SP). Por determinação do ministro, ele deverá tomar posse no prazo de 48 horas.

Na decisão, o ministro disse que cabe ao Poder Judiciário determinar a perda do mandato de parlamentar condenado por decisão transitada em julgada, cabendo à Câmara somente "declarar a perda do mandato".

O ministro também determinou que sua liminar seja analisada em julgamento virtual da Primeira Turma, nesta sexta-feira (12), às 11h.

Fuga

Em julho deste ano, Zambelli foi presa em Roma, na Itália, onde tentava escapar do cumprimento de um mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes.

Por ter dupla cidadania, a deputada deixou o Brasil em busca de asilo político em terras italianas após ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023.

De acordo com as investigações, Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandado falso de prisão contra Alexandre de Moraes.

Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.

Após a fuga para a Itália, o governo brasileiro solicitou a extradição da parlamentar para o Brasil.

O pedido de extradição foi oficializado no dia 11 de junho pelo STF.  Em seguida, a solicitação foi enviada pelo Itamaraty ao governo italiano. 

A decisão final sobre o processo de extradição será tomada durante uma audiência que será realizada pela Justiça italiana na próxima quinta-feira (18). 

Política

Haddad: situação dos Correios 'inspira mais cuidados' e estatal precisa de 'reinvenção'

Ministro em entrevista nesta quinta-feira (11), disse que a estatal têm obrigação de universalizar o serviço postal

11/12/2025 19h00

Crédito: Valter Campanato / Agência Brasil

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Em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta quinta-feira, 11, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a situação dos Correios "inspira mais cuidados", porque a estatal precisa de uma "reinvenção" para reverter o rombo financeiro.

"Como os Correios têm obrigação constitucional de universalizar o serviço postal, tem esse ônus. Está cheio de empresas de logística hoje no Brasil atuando. Mudou no mundo inteiro, mas todo o serviço postal do mundo, que permanece quase no mundo inteiro nas mãos do Estado, tem um arranjo diferenciado para dar suporte à universalização", sustentou.

Ele defendeu que os serviços postais no Brasil, diante da concorrência privada, encontrem novos segmentos de negócios, agregando parcerias.

"No mundo inteiro se faz uma estimativa dos custos de universalização que não são cobertos pela tarifa. Agrega valor no serviço postal mediante oferta de serviços, que pode ser de previdência, de seguro, uma série de serviços que se agregam ao postal. Em geral, um banco, uma Caixa Econômica pode fazer uma parceria com os Correios para ter capilaridade em relação aos serviços que ela própria presta", argumentou Haddad.

Segundo ele, o projeto de reestruturação já teve mais de dez versões, "porque o Tesouro está sendo rigoroso no pedido de que seja uma solução definitiva para a companhia".

Questionado sobre a necessidade de aportes recorrentes para as estatais, Haddad respondeu que os Correios se destacam no quadro geral, mas não é o caso do de todas as empresas. "Correios e Eletronuclear são as duas estatais que inspiram mais cuidado", pontuou.
 

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