Política

FALTA DE CONSENSO

Assembleia Legislativa caminha para ter disputa inédita pela Mesa Diretora

Em 45 anos de criação, a Casa de Leis sempre teve chapa de consenso para a presidência e para a primeira-secretaria

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Desde que foi criada, em 1º de janeiro de 1979, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) pode ter pela primeira vez uma disputa pela Mesa Diretora durante a eleição marcada para o dia 13. 

Isso porque os deputados estaduais Paulo Corrêa (PSDB) e Coronel David (PL) não entraram em consenso e devem bater chapa pela primeira-secretaria da Casa de Leis.

O Correio do Estado apurou que, com relação à presidência da Alems, o nome do atual presidente deputado estadual Gerson Claro (PP) é consenso, tendo a divergência em questão apenas com relação à continuidade de Paulo Corrêa,  por conta da falta de diálogo dele com os demais parlamentares e também em razão do desejo de renovação da Mesa Diretora para o próximo biênio (2025-2026).

Em conversa com a reportagem, Coronel David confirmou que é candidato ao cargo de primeiro-secretário e que já teria apoio de pelo menos 12 dos 29 colegas da Casa de Leis.

"Sou candidato ao cargo, entretanto, não sou candidato de mim mesmo, pois vou representar um grupo que não deseja mais a continuidade de Paulo Corrêa na Mesa Diretora por mais dois anos", revelou, referindo-se ao fato de o deputado fazer parte da mesa desde a legislatura anterior.

Coronel David disse ainda ao Correio do Estado que hoje terá uma reunião com o governador Eduardo Riedel (PSDB) para comunicar o desejo de disputar a primeira-secretaria da Alems com o colega Paulo Corrêa.

"Vou mostrar ao governador que a maioria dos deputados não querem mais o Paulo na Mesa Diretora e que cobram uma renovação. Por isso, meu nome foi escolhido para representar esse grupo", frisou.

DESCONTENTAMENTO

O Correio do Estado falou com alguns dos deputados estaduais que defendem uma decisão no voto pelo cargo de primeiro-secretário da Alems. Para evitar qualquer tipo de represália dentro do Legislativo estadual, eles preferiram não terem seus nomes revelados nesta reportagem.

"Hoje, é unanimidade o nome do Gerson para presidente, enquanto o Paulo só vai continuar na primeira-secretaria da Casa de Leis se o governador Eduardo Riedel entrar na parada. Se for para o voto, ele não será eleito", garantiu certo deputado estadual.
Esse mesmo parlamentar opinou que o atual primeiro-secretário "não sabe gerir pessoas nem teve a humildade de pedir voto". "[Paulo Corrêa] só ganha com a mão forte do governador", assegurou.

Outro deputado estadual reforçou que se Riedel não intervir na eleição da nova Mesa Diretora da Alems, os dias de Paulo Corrêa como primeiro-secretário estão contados.

"Se o governador não intervir, será o David [o vencedor da disputa]. Somente com uma manobra pesada do governador para que o David não seja eleito", salientou, adicionando que o deputado do PL é mais "político".

Mais um parlamentar questionado pelo Correio do Estado afirmou que, se o governador não determinar que o voto seja em Paulo Corrêa, votará em Coronel David. "Se o governador colocar a mão, acabou. Teremos de acompanhar a decisão dele, ninguém é louco de ir contra", revelou.

Para um quarto deputado estadual ouvido pela reportagem, se Coronel David realmente confirmar sua candidatura, será um páreo duro para Paulo Corrêa.

"Eu disse ao David que ele é uma candidatura forte e competitiva. Porém, primeiro ele tem de definir sua candidatura, [e uma vez] confirmando, tenho certeza de que a maioria dos deputados tendem a votar nele", projetou.

Esse mesmo parlamentar complementou que o nome de Coronel David representa a verdadeira renovação da Mesa Diretora.

"A dissidência só existe na primeira-secretaria, [uma vez que] o nome do Gerson é muito bem-aceito para continuar presidente. O Paulo Corrêa tem uma rejeição muito grande, e atribuo isso à falta de diálogo. Para você ter uma ideia, quem veio pedir voto para a gente foi o presidente. Ele não teve a humildade de fazer isso. Em um colégio eleitoral pequeno como o nosso, é natural que o interessado peça voto a cada um dos colegas", analisou.

RITO ELEITORAL

No dia 31/10, a Alems publicou em seu Diário Oficial o Ato nº 92/2024, estabelecendo o dia 13, às 9h, como a data dedicada à realização da eleição para a nova Mesa Diretora, para o segundo biênio da 12ª legislatura.

Conforme o texto, a data foi aprovada por unanimidade dos presentes em votação realizada na sessão ordinária do dia 31/10. O registro das candidaturas e a eleição serão realizados conforme previsto nos artigos 10 a 18 do regimento interno da Alems.

De acordo com o texto, a Mesa Diretora é composta por presidência e primeira-secretaria, com a competência de dirigir os trabalhos legislativos e os serviços administrativos da instituição. A eleição de seus membros é feita por votação nominal e aberta, considerando-se eleita a chapa ou o candidato individual ou avulso que obtiver a maioria absoluta dos votos, a cumprir mandato de dois anos, permitida a reeleição.

Quando a eleição da Mesa Diretora é realizada no curso da legislatura, no início da terceira e da quarta sessão legislativa como é o caso deste ano , de acordo com o artigo 20 do regimento interno, o prazo para a eleição é até a antepenúltima sessão ordinária da segunda sessão legislativa. Entre os requisitos para a realização da votação está a presença da maioria dos deputados.

Na ocasião, os deputados estaduais elegem o presidente da Mesa Diretora, assim como o primeiro, o segundo e o terceiro-vice-presidentes, além do primeiro, do segundo e do terceiro-secretários.

Encontra-se na atual formação da Mesa Diretora da Alems: Gerson Claro (presidente), Renato Câmara (1º vice-presidente), Zé Teixeira (2º vice-presidente), Mara Caseiro (3ª vice-presidente), Paulo Corrêa (1º secretário), Pedro Kemp (2º secretário) e Lucas de Lima (3º secretário).

Saiba

A mesa diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul é o órgão responsável pela direção dos trabalhos legislativos e dos serviços administrativos da Casa de Leis. Suas atribuições específicas estão detalhadas no artigo 30 do regimento interno.

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Política

Flávio anuncia que Bolsonaro o escolheu como candidato a presidente da República em 2026

Antes de falar publicamente sobre o assunto, o senador avisou ao Partido Liberal e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre a decisão de Bolsonaro

05/12/2025 15h37

Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro Agência Brasil / Tânia Rêgo

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou nesta sexta-feira, 5, que seu pai, Jair Bolsonaro (PL), confirmou que ele será o candidato a presidente do grupo em 2026. "É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação", escreveu Flávio em uma publicação no X.

Antes de falar publicamente sobre o assunto, o senador avisou ao Partido Liberal e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre a decisão de Bolsonaro.

A informação foi antecipada pelo site Metrópoles. O Estadão confirmou que o senador conversou com Tarcísio nesta semana para tratar do assunto. O presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, disse estar a par da articulação.

"Flávio me disse que o nosso capitão ratificou sua candidatura. Bolsonaro falou, está falado. Estamos juntos", afirmou Valdemar

Na publicação nas redes sociais, o filho "01" do ex-presidente disse que o País vive dias difíceis e que não pode se conformar em vê-lo caminhar para tempos de instabilidade, insegurança e desânimo.

Ele também afirmou que não ficará de braços cruzados vendo a democracia sucumbir. Bolsonaro está preso na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília desde 25 de novembro, cumprindo a pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

"Eu me coloco diante de Deus e diante do Brasil para cumprir essa missão. E sei que Ele irá à frente, abrindo portas, derrubando muralhas e guiando cada passo dessa jornada", concluiu Flávio.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem autorizado visitas periódicas ao ex-presidente, especialmente de sua família. Na terça-feira, Flávio esteve com o pai, mas não mencionou qualquer conversa sobre candidatura à Presidência da República.

Membros da cúpula do PL dizem ver a informação com ressalvas, e que acreditam se tratar de um balão de ensaio para tanto inflar quanto testar o nome de Flávio a nível nacional. A escolha definitiva, para alguns, será tomada mais adiante.

Uma pessoa ligada à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) rechaça a escolha de Flávio e diz que Bolsonaro não teria tomado tal decisão sem consultar a esposa. E questiona a razão de o ex-presidente "não ter confidenciado para a Michelle, mas para outra pessoa, sem falar para a esposa, ainda mais depois do ocorrido na última semana".

A informação surge dias após um racha entre Michelle e os filhos Flávio, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). O estopim da briga pública foi uma crítica da ex-primeira-dama à articulação feita pelo PL cearense, chefiado pelo deputado federal André Fernandes, para apoiar o ex-presidenciável Ciro Gomes na disputa contra o PL pelo governo do Estado.

Os três filhos saíram em defesa de Fernandes, alegando que a articulação teve aval de Bolsonaro, e Flávio chamou a postura da madrasta de "arrogante e autoritária". Após a visita ao pai na segunda-feira, o senador disse ter pedido desculpas a Michelle.

No dia seguinte, o PL fez uma reunião de emergência para colocar panos quentes na crise, e o acordo com Ciro foi suspenso por tempo indeterminado - o que foi lido por alguns como vitória parcial de Michelle sobre os enteados.

A crise pública que teve a formação de alianças eleitorais como pivô aconteceu uma semana depois de o bolsonarismo cerrar fileiras, numa reunião a portas fechadas em 24 de novembro, para defender um alinhamento de discurso em defesa de Bolsonaro, que havia acabado de ser preso preventivamente.

Em seu discurso na ocasião, Michelle criticou os correligionários que atacam os colegas nas redes sociais, afirmou que a "roupa suja" deve ser lavada em casa, e pediu maior alinhamento em torno de Bolsonaro. O que foi debatido naquele encontro, entretanto, veio a ruir com a exposição das divergências feita em Fortaleza.

Já Flávio foi ungido o porta-voz oficial do pai. Sem Eduardo, autoexilado nos Estados Unidos, e mais próximo do ex-presidente do que o outro irmão Carlos, que mora no Rio de Janeiro, o senador ocupa um espaço privilegiado, com mandato, holofotes e acesso à PF para trazer e levar informações do mundo externo.

A decisão do PL de dar o posto de tamanha influência a Flávio contrasta com a avaliação que o irmão Eduardo faz do poder de todos os membros da família de representar a voz do ex-presidente.

"Enquanto durar a prisão do Bolsonaro, sempre vai haver essa confusão de quem fala por ele, quem fala, quem não fala. Tanto o Flávio como o Carlos, a Michelle, são próximos do meu pai e vão ter acesso a ele. Eu acho importante que sigam tendo essa proximidade pelo ponto de vista principalmente emocional", declarou Eduardo em entrevista ao Estadão.

FIM DO IMBRÓGLIO

Executiva nacional do PSDB designa Beto Pereira para liderar a sigla em MS

O deputado federal Geraldo Resende foi escolhido para ser vice-presidente do partido no Estado até o próximo ano

05/12/2025 08h40

O deputado federal Beto Pereira é o novo presidente do PSDB em Mato Grosso do Sul até o próximo ano

O deputado federal Beto Pereira é o novo presidente do PSDB em Mato Grosso do Sul até o próximo ano Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

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Terminou ontem o imbróglio sobre quem vai presidir a executiva provisória do PSDB em Mato Grosso do Sul, após a saída do ex-governador Reinaldo Azambuja para o PL.

O presidente nacional do partido, deputado federal Aécio Neves (MG), designou o deputado federal Beto Pereira para comandar a legenda até o próximo ano.

Em entrevista ao Correio do Estado, o parlamentar sul-mato-grossense explicou que assume a liderança do ninho tucano com a missão de preparar a sigla para as eleições gerais do próximo ano no Estado. 

“Assumimos com o compromisso de entregar ao partido uma chapa competitiva para a Câmara dos Deputados e também para a Assembleia Legislativa”, declarou.

O parlamentar, que já era um dos cotados para comandar a legenda no Estado pelo menos até a abertura da janela partidária do próximo ano, informou ainda que o deputado federal Geraldo Resende ficará com a vice-presidência estadual do PSDB, enquanto o deputado federal Dagoberto Nogueira assumirá a secretaria-geral da legenda e o deputado estadual Paulo Corrêa, a tesouraria da sigla.

Os demais integrantes da comissão executiva estadual do PSDB são: os deputados estaduais Jamilson Name e Lia Nogueira, os vereadores Silvio Pitu, Victor Rocha e Flávio Cabo Almi, os prefeitos Marçal Filho (Dourados), Márcia do Amaral (Brasilândia) e Leandro Fedossi (Nova Andradina), o vice-prefeito Leonardo de Arruda (Rio Brilhante), o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação do governo de MS, Ricardo Senna, e o advogado Rogelho Massud Júnior.

Além de Beto Pereira, também estavam interessados no comando do PSDB de Mato Grosso do Sul o deputado federal Geraldo Resende e o deputado estadual Pedro Caravina: o primeiro continuou na vice-presidência, enquanto o segundo nem ficou na comissão executiva estadual da legenda.

Na semana passada, também em conversa com a reportagem, o novo presidente estadual dos tucanos tinha adiantado que a escolha seria feita em consenso, para evitar atritos desnecessários às vésperas das eleições gerais do próximo ano, ainda mais depois que o partido perdeu suas duas maiores lideranças, o ex-governador Reinaldo Azambuja e o governador Eduardo Riedel, que trocaram o ninho tucano pelo PL e PP, respectivamente.

Questionado se ser escolhido para assumir a executiva provisória do PSDB em Mato Grosso do Sul não atrapalharia seus planos para as eleições do próximo ano, o deputado federal negou e reforçou que é um político de grupo.

“O time vai definir, se for melhor eu continuar no partido para fortalecer a legenda para o pleito de 2026, ficarei, mas, se o grupo entender que é melhor eu ingressar em um outro partido, farei isso”, assegurou.

A resposta do parlamentar é em decorrência dos boatos darem conta de que ele estaria de mudança para o Republicanos para tentar a reeleição no próximo ano, entretanto, ao ser escolhido por Aécio Neves para presidir a executiva provisória do PSDB no Estado, ficaria complicado para Beto Pereira abandonar o ninho tucano com o jogo eleitoral em andamento.

Além disso, a boataria também dá como certa as saídas do deputado federal Geraldo Resende, para o PV, do deputado federal Dagoberto Nogueira, para o Republicanos, e do deputado estadual Paulo Corrêa, para o PP, ou seja, a cúpula inteira da executiva provisória do PSDB pode deixar a sigla, sem falar dos demais deputados estaduais da legenda.

Afinal, Jamilson Name, Zé Teixeira e Mara Caseiro também estariam com as malas prontas para entrar no PL para disputar as eleições de 2026.

O certo é que, por enquanto, até que a janela partidária seja aberta em março do próximo anos, todos os seis deputados estaduais e os três deputados federais do PSDB vão continuar no ninho tucano em Mato Grosso do Sul.

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