Política

ELEIÇÕES 2026

Azambuja e Riedel só vão definir futuro após analisar melhor cenário

O ex-governador e o atual governador estão entre a fusão do PSDB com MDB, PSD ou Republicanos e a troca partidária para PP ou PL

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Após ganhar notoriedade nacional a retomada das negociações do PSDB para uma possível fusão com o PSD e depois que o governador em exercício, José Carlos Barbosa (PSD), o Barbosinha, revelou ao Correio do Estado que o presidente nacional do seu partido, Gilberto Kassab, pediu para reforçar os convites de filiação às duas maiores lideranças tucanas em Mato Grosso do Sul, que são o ex-governador Reinaldo Azambuja e o atual governador Eduardo Riedel, o tabuleiro de xadrez para as eleições de 2026 teve novamente as peças mexidas.

Em entrevista ao Correio do Estado, o presidente estadual do PSDB, Reinaldo Azambuja, voltou a reforçar que o futuro político dele e do atual governador Eduardo Riedel será decidido após a análise de ambos sobre a possível fusão, incorporação ou federação dos tucanos ao PSD, ao MDB ou ao Republicanos e da discussão com os partidos aliados em Mato Grosso do Sul, que, no caso, são PSD, MDB, PL, PP, Republicanos, Podemos e Cidadania, sobre o melhor cenário político para 2026, já que ele será candidato a senador e Riedel, à reeleição.

“Além do PSD, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, também está conversando com o MDB e o Republicanos. Ele nos avisou que a decisão final sobre fusão, incorporação ou federação vai ser tomada dentro do colegiado do partido. O certo é que sozinho o PSDB não sobrevive, mas ainda não está definido”, disse Reinaldo Azambuja.

O ex-governador ressaltou que, no caso de fusão, é preciso fazer o registro da nova agremiação política, pois as legendas envolvidas são extintas, enquanto, no caso de incorporação, o partido incorporador permanece com seu nome e sigla, se desejar.

Azambuja disse ainda que, no caso das três opções possíveis, a direção nacional do PSDB, primeiro, terá de conversar com seus três governadores – Eduardo Riedel, Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE) – e verificar a questão dos tucanos nos estados com esses três partidos (MDB, PSD e Republicanos).

“Em MS, não temos problemas com nenhum deles, pelo contrário, somos aliados, mas nas outras unidades da Federação podemos ter divergências não solucionáveis, o que impediria uma aproximação já de olho em 2026”, disse.

Ele ainda acrescentou que, após esse processo, a fusão, incorporação ou a criação da federação terá de ser aprovada pelo colegiado, algo que ainda não tem uma data específica, mas terá de ser neste ano para valer para 2026.

“Eu acredito que até depois do Carnaval, ou seja, no início de março, essa questão deve ser sacramentada, pois as eleições gerais de 2026 estão logo aí e os partidos precisam se preparar”, justificou.

Azambuja pontuou, entretanto, que, no caso de Mato Grosso do Sul, onde foi construída uma ampla aliança já visando à reeleição de Eduardo Riedel como governador, seu futuro dele e o de Riedel precisam passar por uma negociação com os partidos aliados.

“Vamos ver o que vai acontecer, pois os partidos estão se movimentando. Vamos olhar o que for melhor para nós e os demais aliados [PP, PL e Podemos]. Por isso, vamos discutir e ouvir a todos”, argumentou.

RUMO NACIONAL

Diferentemente do PSDB de Mato Grosso do Sul, o ninho tucano paulista vive uma crise sem precedentes, por isso, o presidente da sigla em São Paulo, Paulo Serra, reuniu-se com Kassab.

“Tivemos uma boa conversa e essa questão da fusão do PSDB com o PSD está avançando bastante”, afirmou.

“Nós precisamos crescer, e a fusão, a incorporação ou a federação podem ser alternativas”, completou o dirigente. O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, afirmou que o partido está discutindo vários cenários. 

“Vamos nos debruçar sobre esse tema em fevereiro, a partir da reabertura dos trabalhos no Congresso Nacional”, completou.

A fusão ou a incorporação ao PSD é, atualmente, o caminho que parece mais concreto, mas tudo ainda precisa passar pelo aval do Cidadania.

A intenção da cúpula tucana é de lançar o governador Eduardo Leite como candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Diante de quadros tão valorosos como os do PSDB em todo o Brasil, é evidente que o PSD tem interesse especial nessa aproximação, qualquer que seja o modelo”, afirmou Kassab.

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sem transparência

Bancada enviou R$ 28,11 por habitante de MS em "emendas Pix" sem prestar contas

No 1º semestre de 2024, conforme a Transparência Brasil, foram enviados R$ 77,4 milhões nessa modalidade de emenda

09/04/2025 08h30

Congresso nacional em Brasília

Congresso nacional em Brasília Arquivo

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A bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional enviou, por meio de emendas individuais impositivas por meio de transferências especiais, as chamadas “emendas Pix”, o montante de R$ 77.479.339,94 no primeiro semestre do ano passado sem prestação de contas por parte do governo estadual e das prefeituras municipais beneficiadas, conforme levantamento junto à organização Transparência Brasil.

Na prática, dividindo o valor de R$ 77.479.339,94 pela população de MS (2.756.700 habitantes), é possível dizer que a bancada federal enviou R$ 28,11 per capita sem nenhuma prestação de contas, contrariando lei aprovada pelo Congresso e na contramão da transparência exigida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O montante, ainda segundo a Transparência Brasil, põe MS como a 13ª unidade da Federação com o maior valor per capita por meio de “emendas Pix”, ficando atrás do Amapá (R$ 152,12), de Roraima (R$ 104,43), de Rondônia (R$ 58,16), de Sergipe (R$ 45,45), do Piauí (R$ 44,93), do Acre (R$ 41,94), de Tocantins 
(R$ 40,56), de Alagoas (R$ 32,78), do Rio Grande do Sul (R$ 29,60), de Mato Grosso (R$ 29,32), do Rio Grande do Norte (R$ 28,98) e do Maranhão (R$ 28,98).

Em nível nacional, o valor de “emendas Pix” enviadas sem prestação de contas chega a R$ 3,8 bilhões. Ou seja, o valor representa 86% do gasto de prefeitos e governadores a partir das verbas direcionadas pelos parlamentares por essa modalidade – um valor maior, por exemplo, que o previsto no Orçamento de 2024 para o combate a desastres (R$ 2,6 bilhões).

A pesquisa realizada pela Transparência Brasil mostra que 22 das 27 unidades da Federação e 2.757 municípios (metade do total) não apresentaram as informações. As transferências especiais foram criadas em 2019, com a justificativa de serem menos burocráticas – o valor chega mais rápido ao caixa na comparação com outros repasses.

Congresso nacional em Brasília

MPF

Em Mato Grosso do Sul, para garantir a transparência na aplicação de “emendas Pix” e coibir atos de corrupção, o procurador da República Luiz Gustavo Mantovani instaurou um procedimento administrativo 
a fim de acompanhar a aplicação desse recurso durante 2024 por parte do governo estadual 
e de 19 municípios.

Entre as cidades listadas estavam Anastácio, Aquidauana, Bandeirantes, Bodoquena, Bonito, Camapuã, Campo Grande, Corguinho, Dois Irmãos do Buriti, Figueirão, Jaraguari, Miranda, Nioaque, Paraíso das Águas, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Rochedo, Sidrolândia e Terenos.

“Determina-se a realização das seguintes providências: (1) junte-se a presente portaria aos autos em epígrafe; (2) autue-se este procedimento na forma de procedimento administrativo, promovendo-se as alterações necessárias no sistema único, com o prazo de um ano, a contar de 31/12/2024; (3) comunique-se a instauração à egrégia 5ª Câmara de Coordenação e Revisão, eletronicamente, com cópia da portaria de instauração; e (4) ficam nomeados os servidores lotados neste 3º Ofício da Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul para secretariar o presente feito, os quais, por serem funcionários do quadro efetivo, atuarão independentemente de compromisso”, trouxe trecho da portaria.

O procurador da República em MS ainda determinou que o Estado e os municípios informem se receberam valores via “emendas Pix” e que, em caso positivo, forneçam “os dados das contas bancárias específicas abertas para a movimentação de tais recursos, bem como informações sobre o valor total recebido e sobre para onde os referidos recursos foram ou serão utilizados”.

Além disso, também foi expedida a recomendação aos entes públicos para que providenciem a completa prestação de contas de todos os recursos utilizados em 2024 na plataforma Transferegov.br.

Mantovani considerou que as “emendas Pix” reduzem a capacidade de controle da aplicação de verbas federais e que, “uma vez que são desprovidas das ferramentas de fiscalização constitucionais, arriscam a se convolar em instrumento deturpador das práticas republicanas”.

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POLÍTICA

Câmara aprova moção de apoio à anistia aos envolvidos na invasão de 8 de janeiro

De autoria de Rafael Tavares (PL), a moção foi aprovada com 17 votos favoráveis e 7 contrários

08/04/2025 13h31

Bancada do PL reunida na sessão de hoje

Bancada do PL reunida na sessão de hoje FOTO: Marcos Rocha

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Na manhã desta terça-feira (08), durante a 14ª sessão ordinária realizada na Câmara Municipal de Campo Grande, os vereadores aprovaram uma moção de apoio à anistia aos envolvidos nos acontecimentos do dia 8 de janeiro de 2023, que provocaram um quebra-quebra na sede do Superior Tribunal Federal (STF), no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).

A moção foi apresentada pelo vereador Rafael Tavares (PL), e aprovada com 17 votos favoráveis e sete contrários. Em sua fala, o autor da moção afirmou que foi apresentada pelo vereador Rafael Tavares (PL), que Dilma Rousseff e José Dirceu foram anistiados por crimes maiores.

Colega de bancada, o vereador André Salinero (PL), afirmou que é uma injustiça ser contra a anistia. “Estão sendo estabelecidas penas de até 17 anos de prisão para quem não fez praticamente nada. Isso é uma injustiça com quem é inocente”, ressaltou.

Em contrapartida, o vereador Marquinhos Trad (PDT) disse que não se trata de ser a favor de Lula ou Bolsonaro, mas do Estado Democrático de Direito. “Vocês seriam generosos caso alguém entrasse na sua casa e depredasse?”, questionou Trad.

O vereador declarou que discorda de anistia completa, mas entende que 90% deveria responder em liberdade, e votou contra a moção, por não defender anistia completa, pontuando que hoje é um e amanhã poderá ser outro grupo político.

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) criticou a moção, afirmando que deveriam estar discutindo problemas da cidade, e ponderou que a moção foi apresentada fora do período determinado e deveria ser inviabilizada.

Em resposta, o presidente da Câmara, vereador Papy (PSDB) disse que o regimento prevê registro de moção até as 16 horas do dia anterior, mas ponderou que pode ser aceita em caso de relevância ou autorização da presidência, e pela relevância do tema, autorizou a discussão.

Além disso, o vereador Carlão (PSB) disse que é preciso diferenciar quem estava nos atos de 8 de janeiro e quem financiou. “Sou contra a depredação, mas também não sou favorável a mesma penalização de quem financiou”, explicou em seu voto favorável.

VOTAÇÃO

Foram favoráveis a moção os vereadores, Carlão (PSB), Clodoilson Pires (Podemos), Victor Rocha (PSDB), Herculano Borges, Leinha (Avante), Maicon Nogueira (PP), Neto Santos (Republicanos), Professor Juari (PSDB), Professor Riverton (PP), Ronilço Guerreiro, Veterinário Francisco (União), Wilson Lands, Fábio Rocha (União), Otávio Trad (PSD), André Salineiro (PL), Ana Portela (PL).

Foram contra a moção os parlamentares, Beto Avelar (PP), Delei Pinheiro (PP), Flávio Cabo Almi (PSDB), Jean Ferreira (PT), Landmark (PT), Luiza Ribeiro (PT) e Marquinhos Trad (PDT).

PROJETO

O projeto em questão, que tramita no Congresso Nacional, tem gerado polêmica por buscar anistiar manifestantes e organizadores dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando as sedes dos três poderes foram invadidas e depredadas por bolsonaristas radicais, em Brasília. O texto do projeto de Sóstenes Cavalcanti prevê a anistia para pessoas direta ou indiretamente envolvidas no 8 de janeiro e até mesmo por atos anteriores.

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