A imprevisibilidade do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) quanto à questão de seu apoio político já está virando uma novela repetida em Campo Grande.
Apenas no ano passado, Bolsonaro trocou de pré-candidato na Capital pelo menos três vezes, sendo o primeiro o deputado federal Marcos Pollon (PL), depois a atual prefeita Adriane Lopes (PP) e, em terceiro lugar, o deputado estadual Coronel David (PL).
No início deste ano, o ex-presidente "lançou", primeiro, o nome do deputado estadual Rafael Tavares (PRTB), que trocaria de partido para concorrer pelo PL, e, na semana passada, "indicou" o deputado estadual João Henrique Catan (PL).
No entanto, na manhã de ontem, durante entrevista ao Blog do Elielson, da Rádio CBN de Recife (CE), o ex-chefe de governo voltou a deixar subentendido que o PL de Campo Grande vai apoiar a reeleição de Adriane Lopes.
Ou seja, em menos de um ano, Bolsonaro mudou de pré-candidato ao cargo de prefeito da Capital seis vezes, deixando seus apoiadores completamente desorientados, sem saber em quem deverão votar no dia 6 de outubro.
O imbróglio sobre quem o ex-presidente da República apoiará para a Prefeitura de Campo Grande ganhou força na semana passada, quando ele declarou que seu candidato seria João Henrique Catan, durante entrevista ao jornalista Benedito de Paula, o B. de Paula, na Rádio Difusora.
Ao fazer o anúncio, ele disse que conversou em Brasília (DF) com o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB), que seria, em tese, o nome mais provável da direita, já que chegou ao segundo turno da disputa pelo governo do Estado em 2022, mas foi preterido por Bolsonaro, que o aconselhou a sair candidato a vereador pelo PL.
O anúncio do apoio do ex-presidente a Catan teve como consequência a desistência de Coronel David de se colocar à disposição do PL como pré-candidato na Capital. Além disso, o presidente estadual do PL, Marcos Pollon, também foi pego de surpresa, mas disse que acataria a decisão.
Porém, na manhã de ontem, em entrevista ao Blog do Elielson, Bolsonaro citou a candidatura em Campo Grande. "Estamos acertando agora com a Tereza Cristina, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Não só com ela, mas também com o deputado Pollon, que é o presidente estadual de lá, entre outros parlamentares", falou.
O Correio do Estado apurou que a nova declaração do ex-presidente veio um dia depois de a senadora Tereza Cristina (PP) ter uma reunião com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, alinhando uma aliança entre os dois partidos na Capital.
Nesse encontro, ficou acertado que a cabeça de chapa será a prefeita Adriane Lopes e o vice será uma indicação do PL. Ainda conforme a reportagem, Marcos Pollon deve indicar sua esposa, Naiane Bittencourt, atual presidente do PL Mulher no Estado.
No entanto, o nome preferido por Bolsonaro é o do velho amigo de caserna, o Tenente Portela, atual presidente do PL em Campo Grande e assessor especial da Defesa Civil da prefeitura da Capital.
Após a repercussão, João Henrique Catan foi questionado sobre a declaração de Bolsonaro e publicou nas redes sociais que a decisão definitiva só será tomada na convenção.
"O presidente Bolsonaro sempre foi muito criticado por não compor, não fazer acordos, não ser político. Se hoje a ex-ministra Tereza, nossa senadora, tem vontade de colocar a candidata dela e o PP na frente de um candidato do PL, e o presidente está sendo político, bom, todo mundo sempre criticou ele por isso. Então, nós temos de entender que existem circunstâncias maiores e mais importantes", declarou.