Política

ATOS DE 8/1

Dois anos após prisões do 8/1, MS tem 14 na mira do STF

Ao todo, estão em trâmite no STF 1.552 ações penais, das quais 371 pessoas foram condenadas e 527 fizeram acordo de não persecução penal

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Há exatos dois anos, apoiadores do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram os prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, localizados na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), para protestar contra a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno da eleição para a Presidência do Brasil realizada em 2022.

Nesse período, o STF abriu 1.552 ações penais contra as mais de duas mil pessoas de vários estados que foram presas sob a acusação de participar daquele triste episódio para a democracia brasileira. Até o momento, 371 já foram condenadas, 527 fizeram acordos de não persecução penal, quatro foram absolvidas e outras 650 ainda aguardam o julgamento.

Em Mato Grosso do Sul, conforme levantamento realizado pelo Correio do Estado junto ao site do STF, foram 40 pessoas presas, das quais apenas uma foi absolvida, 13 foram condenadas, 12 fizeram acordos de não persecução penal e outras 14 ainda aguardam o julgamento.

Conforme consta no site do STF, apenas Jeferson Franca da Costa Figueiredo foi absolvido, enquanto os condenados são Diego Eduardo de Assis Medina, Djalma Salvino dos Reis, Eric Prates Kobayashi, Fabio Jatchuk Bullmann, Fabrício de Moura Gomes, Ilson Cesar Almeida de Oliveira, Ivair Tiago de Almeida, Joci Conegones Pereira, José Paulo Alfonso Barros, Alcebíades Ferreira da Silva, Ilson César Almeida de Oliveira, Ivair Tiago de Almeida e Jairo de Oliveira Costa.

A maioria dessas 13 pessoas pegaram penas entre 17, 16 e 12 anos de reclusão e mais 100 dias-multa – cada dia-multa no valor de 1/3 do salário mínimo. Entretanto, outras pegaram penas bem menores, que acabaram sendo convertidas em serviços à comunidade.

Já as 12 que fizeram acordos de não persecução penal são Cassius Alex Schons de Oliveira, Elaine Ferreira Gonçalves, Eliel Alves, Franceli Soares da Mota, Leandro do Nascimento Cavalcante, Valeria Arruda Gil, Zilda Aparecida Correia de Paula, João Batista Benevides da Rocha, Carlos Rogério Coimbra, Misael da Gloria Santos, Debora Candida Gimenez e Edna Dias Sales.

Os 14 que ainda aguardam julgamento são Altino Pereira Bispo, Antônio Plantes da Silveira, Maria Aparecida Barbosa Feitosa, Mário José Ott, Ricardo Moura Chicrala, Rodrigo Ferro Pakuszewski, Silvia Adriana Nogueira dos Santos, Alexandre Henrique Kessler, Sidneia Xavier Gomes, Marilete Pires Cabreira, Regina Maria Fidelis da Silva, Daniel Rodrigues Machado, Vilson Rogerio Santos Amorim e Ceila Michelle Pilocelli.

IMPUNES

No entanto, nada aconteceu com as pessoas suspeitas de participações “remotas” nos atos do 8 de Janeiro, isto é, apontadas como responsáveis pelo fornecimento da logística necessária para o deslocamento do Estado até o Distrito Federal e também para a subsistência dos “manifestantes”.

Segundo apuração feita pelo Correio do Estado, o ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos (MDB), a médica campo-grandense Sirlei Faustino Ratier e a influencer bolsonarista Juliana Gaioso Pontes não foram denunciadas pela Polícia Federal (PF) ao STF e, portanto, não viraram réus nas ações penais abertas pela Corte Judicial.

No dia 15 de dezembro de 2022, os três foram apenas alvos da operação da PF em Mato Grosso do Sul contra apoiadores radicais do ex-presidente da República. A ação foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes e teve mais de 100 mandados em todo o Brasil, entre busca e apreensão e prisão, sendo 17 no Estado.

A médica Sirlei Faustino Ratier, que foi candidata à deputada federal em 2022 e se apresenta como fundadora e coordenadora do QG Voluntários do Bolsonaro e Bolsonarista Raiz, teve contra ela um mandado de busca e apreensão cumprindo na sua residência, onde foram apreendidos o passaporte e celular.

Já a influenciadora Juliana Gaioso Pontes, que fazia postagens antidemocráticas nas suas redes sociais, questionando o resultado das eleições, recebeu os agentes da PF na sua residência para o cumprimento de mandado de busca e apreensão.

O ex-prefeito Waldeli dos Santos, que já estava sendo investigado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) pelo envolvimento com atos antidemocráticos no município que administrou, recebeu os agentes federais na sua casa e também foi intimado para prestar esclarecimentos.

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Política

Adriane Lopes entra na Justiça para reverter aumento de 96% do próprio salário

A prefeita de Campo Grande ingressou, nesta quarta-feira (15), com um pedido de suspensão da lei que aumenta o salário dela de R$ 21,2 mil para R$ 41,8 mil a partir de fevereiro

16/01/2025 17h00

Arquivo Correio do Estado

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Após ter um aumento de salário de 96,8%, por meio de medida aprovada no dia 28 de fevereiro de 2024 na Câmara Municipal de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (PP) ingressou na Justiça com uma ação na tentativa de barrar o reajuste.

Como acompanhou o Correio do Estado, a medida foi aprovada no ano anterior por 26 votos favoráveis e dois contrários. Com isso, no primeiro mês do segundo mandato, o salário da prefeita passará de R$ 21.263,62 para R$ 41.845,48.

Além do salário dela, todo o primeiro escalão e vários servidores de diversas secretarias também terão direito ao reajuste salarial. Com a enxurrada de críticas, a chefe do Executivo Municipal chegou a se opor ao próprio aumento e sugeriu que recorreria à Justiça para tentar impedir o reajuste.

Caso não conseguisse, pretendia manter o salário atual de R$ 21.263,62 e doar o restante para instituições das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social.

No texto da ação direta de inconstitucionalidade, foi apresentado o projeto de autoria da Mesa Diretora da Câmara, que também aumenta os seguintes salários:

  • Prefeito(a): R$ 41.845,48
  • Vice-prefeito: R$ 37.658,61
  • Secretários Municipais: R$ 35.567,50
  • Dirigentes de autarquias: R$ 35.567,50

"É importante destacar que o projeto de lei que fixou os subsídios é de competência exclusiva da Câmara Municipal de Campo Grande, conforme previsão contida no artigo 23, inciso VII, da Lei Orgânica do Município, e no inciso V, do parágrafo único do art. 152, do seu Regimento Interno."

Embora a Constituição Federal permita que os subsídios de prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais sejam fixados por lei da Câmara Municipal, a alegação é de que não houve estudo sobre o impacto orçamentário-financeiro.

"Como se vê no documento anexado à f. 13 do Projeto de Lei n.º 10.879/2023, ele não traz qualquer informação sobre a estimativa do impacto orçamentário-financeiro do aumento dos subsídios no exercício de 2025, considerando a sua vigência a partir de 1.º deste ano, e muito menos dos dois anos subsequentes. Isso caracteriza expressamente o vício apontado, uma vez que o documento anexado não cumpre o regramento do artigo 113 da ADCT."

Ainda, segundo o procurador-geral do município, Marcelino Pereira da Silva, o intuito da medida cautelar contra o aumento salarial tem como base os prejuízos que podem acabar sendo causados à economia do município, afetando desde a reestruturação de órgãos municipais até a aplicação de verbas em outros setores de interesse da população.

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PREFEITURA

Com pouco dinheiro em caixa, Dourados pode atrasar salários

O prefeito prometeu conseguir recursos para quitar a folha deste mês até o dia 30, ou seja, antes do 5º dia útil de fevereiro

16/01/2025 08h00

O prefeito de Dourados, Marçal Filho (PSDB), enfrenta problemas com as despesas do município

O prefeito de Dourados, Marçal Filho (PSDB), enfrenta problemas com as despesas do município Foto: Divulgação

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Com quase 10 mil servidores públicos, entre ativos e inativos, a prefeitura municipal de Dourados não tem até o momento recursos necessários para honrar os R$ 52 milhões referentes à folha de pagamento deste mês do funcionalismo – que tem de ser quitada até o quinto dia útil do mês que vem.

“Hoje, não tem dinheiro para pagar, mas vou conseguir. Não vou deixar atrasar o salário e pretendo pagar dentro deste mês ainda”, disse ontem o prefeito de Dourados, Marçal Filho (PSDB), ao Correio do Estado, revelando que pegou o Executivo municipal com o cofre praticamente vazio.

Para honrar o compromisso, o gestor tucano deve deixar de pagar os fornecedores e, além disso, suspendeu todas as contratações e exonerou mais de 600 comissionados: “A verdade é o seguinte, não precisa desse número enorme de comissionados que tinha. Isso é fato”.

Segundo ele, “o serviço público, de uma forma geral, se acostumou a tratar a prefeitura como se fosse a ‘Casa da Mãe Joana’”.

“Todo mundo vai para lá, mesmo não tendo serviço, mesmo não tendo trabalho, só para ganhar o salário no fim do mês, indicado por fulano ou por ciclano. Isso na minha administração não vai existir”, avisou o prefeito.

Outra medida para equilibrar as contas do Executivo municipal será a revisão de projetos da antiga gestão e de contratos de empréstimo, como os que foram feitos com o Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).

COFRE VAZIO

O Correio do Estado apurou que, atualmente, a prefeitura de Dourados tem no cofre cerca de R$ 15 milhões, ou seja, há um deficit de R$ 37 milhões. Portanto, para conseguir saldar a folha deste mês do funcionalismo, o chefe do Executivo terá de levantar o restante com a arrecadação própria.

A princípio, Marçal Filho espera boa parte desse montante via pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e da parcela que o governo estadual repassa do pagamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

Com esses recursos, o prefeito espera depositar o pagamento do salário deste mês dos servidores até o dia 30 para ser sacado no dia seguinte, mesmo tendo até o dia 7 de fevereiro para efetuar o pagamento.

A reportagem levantou que o montante de R$ 15 milhões poderia ser maior, porém, o Executivo municipal teve de pagar, na terça-feira, R$ 7.812.726,30 para a Fundação de Serviços de Saúde de Dourados (Funsaud), que administra o Hospital da Vida e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas.

Parte do dinheiro foi usado para pagar a folha de dezembro do ano passado dos 712 servidores, mais médicos e prestadores de serviço – cerca de R$ 1,6 milhão –, enquanto o restante – R$ 6,2 milhões – foram para o custeio das duas unidades de saúde e compra de insumos.

O Correio do Estado apurou que o ex-prefeito de Dourados Alan Guedes (PP) teria deixado para o atual prefeito cerca de R$ 160 milhões de dívidas para serem pagas a curto prazo, incluindo restos a pagar, como encargos previdenciários e consignados, bem como a Funsaud.

No caso específico da Funsaud, a atual gestão municipal teve de habilitar os novos responsáveis junto às instituições financeiras e ao Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), caso contrário, os servidores, os médicos e os prestadores de serviços continuariam sem receber a folha de dezembro.

De acordo com levantamento da reportagem, a dívida da Funsaud estaria em torno de R$ 100 milhões e, por isso, o prefeito deve solicitar uma auditoria para verificar o número de servidores necessários, bem como o rombo existente.

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